O FUNDO PARTIDÁRIO DA VERGONHA
O Brasil semana passada recebeu chocado a informação de que foi aprovada a criação de um fundo partidário na bagatela de R$ 3,6 bilhões de reais. Esse dinheiro sairia dos cofres públicos da União para ser dividido entre candidatos a deputados estaduais, federais, senadores, governadores e presidentes. Ainda denominaram como o “fundo da democracia”. Isso seria o chamado financiamento público de campanha. Essa discussão está sendo vendida ao povo como uma reforma política, quando na verdade ela é apenas eleitoral.
A população está revoltada com essa notícia, pois o que se vê nesse País é faltar dinheiro para a saúde, educação, saneamento básico, habitação, pesquisa, etc. Como se justificar a destinação de tanto dinheiro para dividir entre os candidatos. Quem já se viu os recursos públicos serem entregues diretamente nas mãos do candidato.
Desde que iniciei minha vida pública, em 1996, elegendo-me Vereador por Arcoverde aos 19 anos de idade, ouço uma pergunta frequente do povo e de alguns pretensos candidatos: quanto o partido dá para ser candidato? Ora isso era muito frequente. Nunca recebi um centavo para isso. Mesmo sem esse dinheiro sempre tivemos um número muito alto de candidatos para disputar cargos eletivos. Com a criação desse fundo, se é que vinga, aí sim vai ter um número muito maior de candidatos visando apenas receber o dinheiro público do fundo da democracia.
Outra discussão nessa reforma é a criação do chamado distritão, onde na atual conjuntura favorece apenas os que já têm mandatos, ou seja, garantirá mais ainda a reeleição dos atuais mandatários, em prejuízo dos pequenos partidos. Contudo, a ideia que se passa para o povo é que com o distritão vai se eleger aqueles que tiverem mais votos, acabando assim com aqueles que se elegem com poucos votos.
O Brasil está precisando de uma verdadeira reforma política e não apenas eleitoral. Muita coisa precisam mudar no sistema político, como: o fim da reeleição; coincidência dos pleitos eleitorais municipal, estadual e federal; diminuir o número de deputados estaduais e federais; acabar com a figura dos suplentes de senador, bem como como reduzir o número de senadores; reduzir os salários e as regalias das autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário. Também tem que vigorar um sistema de fiscalização mais rígido para coibir a compra de votos e as campanhas milionária, pois se a Justiça Eleitoral quisesse punir os políticos corruptos já teria punido. Em Arcoverde, por exemplo, teve candidato a vereador que gastou mais de 1 milhão para se eleger. A pergunta é se vale a pena gastar uma dinheirama dessa para se eleger Vereador.
A população tem que demonstrar essa insatisfação e cobrar o que direito nas ruas e com protestos. Não adianta discordar e ficar sentado no sofá reclamando. O silêncio do povo nas ruas tem garantido tudo isso, como a reforma trabalhista, a não investigação do presidente Temer pelo STF, e, mais adiante, a reforma da previdência, tributária, política e eleitoral.
Por: Luciano Pacheco