Dois carregadores de celular e alguns pendrives foram encontrados na cela do ex-ministro José Dirceu e do ex-deputado federal Luiz Argôlo no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Dirceu e Argôlo foram condenados na Operação Lava Jato, que revelou um esquema de corrupção na Petrobras.
Os objetos foram achados no dia 1º de agosto durante uma vistoria de rotina, segundo informou a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp-PR) nesta segunda-feira (15).
O advogado de Dirceu, Roberto Podval, disse que o seu cliente não estava na cela no momento em que os objetos teriam sido achados, portanto, não presenciou a situação. Além disso, a defesa de Dirceu afirmou ao G1 que os itens não pertencem ao ex-ministro e que vai apurar o caso. Sidney Peixoto, que defende Luiz Argôlo, disse desconhecer o ocorrido.
Penalidade
Como nenhum dos dois assumiu ser o dono dos carregadores e dos pendrives, ambos receberam uma penalidade, chamada de “falta média”: vão ficam 20 dias, desde 1º de agosto, sem receber visitas. Conforme a Sesp-PR, as visitas são semanais, às sextas-feiras.
Os itens estavam dentro de uma sacola de plástico no meio dos pertences dos presos. A secretaria não soube dizer em qual parte da cela a sacola estava nem a quantidade de pendrives. Ainda de acordo com a Sesp-PR, os pendrives continham filmes e músicas.
Condenações
José Dirceu foi considerado culpado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na sentença, proferida no dia 18 de maio, ele havia sido condenado a 23 anos e três meses de prisão.
Entretanto, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, reduziu a pena do ex-ministro. José Dirceu deve cumprir 20 anos e 10 meses de reclusão.
O juiz acatou o pedido da defesa de que a dosimetria estava exagerada e não considerava o atenuante de que Dirceu já tem mais de 70 anos de idade. O ex-ministro foi preso na 17ª fase da Lava Jato, deflagrada em agosto de 2015.
Já Luiz Argôlo foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena considerada pelo juiz Sérgio Moro foi de 11 anos e 11 meses de reclusão em regime inicialmente fechado, além do pagamento de multa de R$ 459.740. Ele foi detido em abril do ano passado, durante a 11ª etapa da Lava Jato.