O advogado Antônio Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Youssef na Operação Lava Jato, afirmou nesta segunda-feira (12) ao G1 que seu cliente não conhece nem mandou entregar dinheiro para o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nem para o senador eleito Antonio Anastasia (PSDB-MG).
Segundo ele, petições com essa informação devem ser apresentadas até quarta-feira (14) à Justiça Federal no Paraná – onde o caso é investigado – e ao Supremo Tribunal Federal – única instância autorizada a investigar parlamentares. Youssef está preso, acusado de chefiar um esquema de desvio de recursos na Petrobras, revelado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Os dois políticos foram citados como supostos beneficiários de remessas de Youssef pelo policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho – que fazia entregas de dinheiro a pedido do doleiro, segundo as investigações – num depoimento prestado em novembro à Polícia Federal.
Na semana passada, quando esse depoimento foi revelado, tanto Cunha como Anastasia negaram publicamente ter recebido dinheiro ou manter qualquer tipo de envolvimento com Youssef.
“Meu cliente nunca teve relação com o Antonio Anastasia ou com Eduardo Cunha. Se houve entrega de dinheiro para essas pessoas, não foi meu cliente que mandou entregar”, afirmou Basto.
Conforme o advogado, se alguma parte da investigação chegar a citar Eduardo Cunha ou Antonio Anastasia como beneficiários de dinheiro “sujo”, não será a partir da delação premiada de Alberto Youssef, pela qual ele se comprometeu a apontar envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras, em troca de eventual redução de pena no processo judicial.
Ao menos nove pessoas aceitaram colaborar com as investigações e fizeram acordos de delação premiada, entre as quais Youssef, o lobista Fernando Baiano – suposto operador do PMDB no esquema, o que ele e o partido negam – e o executivo Julio Camargo, da empresa Toyo Setal, também usada para realizar desvios, conforme as investigações.