O namoro entre o agora ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro Neto (PTB), e o PT vai longe. Em entrevista à Rádio Jornal, veiculada ontem (24), ele disse que “com certeza” vai apresentar uma candidatura para se confrontar ao prefeito Geraldo Julio (PSB) em 2016, na disputa pela Prefeitura do Recife. “Vou estar certamente ao lado dos companheiros que vão apresentar uma candidatura a prefeito do Recife. O político Armando Monteiro estará participando ativamente”, falou.
Mesmo após sair derrotada das últimas eleições, a aliança PT e PTB se mantém firme com a indicação de Armando Monteiro para o ministério e a composição de um bloco de oposição entre os dois partidos na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa. Questionado se ele estaria entre os nomes dispostos a entrar na corrida eleitoral daqui a dois anos, ele logo adiantou que não “existe nenhuma possibilidade”. “Não existe esse projeto de eu sair candidato a prefeito. Nos próximos anos estarei focado no meu trabalho no ministério”, afirmou.
Numa sinalização de que a união política com o PT tem chances de seguir firme, pontuou, ainda, que a candidatura a ser a apresentada “não precisa ser do meu partido”. “Temos espírito de aliança”, frisou.
Líder de maior expressão no Estado do PTB, Armando Monteiro não acredita que o PT perdeu suas lideranças políticas, mesmo com a crise interna e as sucessivas derrotas eleitorais. “Veja, a política tem uma vantagem. Não existe a figura do morto sepultado nem do vencedor invicto. Acredito que esse momento do PT é episódico”, avaliou. Para ele, o ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), que saiu derrotado na disputa pela vaga no Senado no pleito de outubro, ainda mantém uma “identidade popular” muito forte com a cidade. “Eu andei com João Paulo no Recife. E vi o quanto ele tem identidade popular ainda. Certamente será um quadro indispensável para esse processo do Recife, de todas as maneiras. O seu apoio é importantíssimo”, definiu.
Levado a fazer uma reflexão sobre o resultado das últimas eleições, Armando Monteiro relembrou as considerações que fez ao Pacto pela Vida durante a campanha eleitora. A despeito das críticas, a candidatura do PSB tinha o programa de segurança, implantado pelo ex-governador Eduardo Campos, como uma das suas vitrines. No entanto, passada a eleição, setores do PSB, como o governador João Lyra Neto (PSB) e o próprio Paulo Câmara, governador eleito, admitiram que o pacto precisa ser ajustado. “Na campanha, falei da importância de repactuar o pacto, por entender que ele estava se esgotando. O pacto nunca teve um olhar focado sobre crimes de outras naturezas, como a violência contra a mulher, a onda de assaltos no interior. Agora, essa realidade está sendo enfrentada pelo governador eleito”, colocou. (Jc Online)