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“EU E ELE SOMOS SORRISO”, DIZ CECÍLIA RAMOS

Às vésperas do primeiro mês do acidente que levou o seu marido Carlos Percol, assessor de Eduardo Campos, a jornalista Cecília Ramos fez um desabafo sobre estes 30 dias longe do seu companheiro.

Confira a íntegra:

“Este é um mês de “datas”. O 1º mês do acidente…

No último dia cinco de setembro faríamos cinco meses de casados, mas já morávamos juntos há mais de três anos.

Voltei ao trabalho, no comitê aqui em São Paulo (da Coligação Unidos pelo Brasil, de Marina). Eu já trabalhava na equipe de comunicação antes do acidente. O trabalho tem sido decisivo para me dar forças, para me por de pé. E o apoio da família, dos amigos e de milhares de desconhecidos do Brasil inteiro está sendo meu santo remédio.  Nesse primeiro mês só tenho a agradecer a todos que dedicaram seu tempo a tentar amenizar minha dor.

Sábado (13) faz um mês. Faz um mês que eu vivo o inacreditável, o surreal, o impossível. Eu e Percol tínhamos muita coisa em comum: o amor ao trabalho, o bom humor, na verdade, éramos dois comediantes; o gosto pelo esporte, a dedicação que tínhamos um ao outro… E principalmente: a gente não se agarrava a problema nenhum. A gente resolvia. E saber também que meu marido estava feliz — e ele estava felicíssimo na véspera daquele dia — me conforta muito.

Sábado (13) terá uma missa aqui em São Paulo, às 15h, na Paroquia São Francisco de Assis (é ao lado do comitê onde eu trabalho, na Vila Clementino, e é também colada com o flat que meu marido tinha alugado pra mim aqui em São Paulo). Mas não moro mais lá.

A missa de um mês será em memória de todas as sete vítimas do acidente, organizada pelo PSB. Terá também uma missa para meu marido no Recife às 10h, organizada pelas minhas cunhadas, irmãs dele.

Mantenho contato com três esposas de vítimas. E gostaria de abraçar todas elas sempre que o meu coração fica menorzinho de saudade. É um sentimento comum de uma saudade sem fim, mas um sentimento que temos também de esperança, de força. E a vida segue assim, com altos e baixos. E eu não me entrego. Porque eu e ele somos sorrisos, somos vida.  “A gente é corpo fechado” era o que sempre dizíamos um ao outro.  E eu sei como ele queria que eu estivesse: seguindo em frente”. (Blog de João Alberto)


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