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GOVERNO QUER CONCLUIR VOTAÇÃO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA COMISSÃO ATÉ QUINTA

Estadão Conteúdo

Em reunião nessa segunda-feira (1) com o presidente Michel Temer e ministros no Palácio do Alvorada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), definiu que não realizará votações no plenário da Casa na quarta-feira (3) para acelerar a apreciação da reforma da Previdência na comissão especial que analisa a matéria.

O governo quer concluir a votação da proposta no colegiado ainda nesta semana, para evitar que o relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), acabe cedendo à pressão de diversas categorias por mudanças no parecer.

Discussão na comissão deve ser encerrada nesta terça
A discussão na comissão especial deve ser encerrada nesta terça-feira (2). Com isso, a votação no colegiado poderá começar no dia seguinte. A ideia do governo é acelerar os trâmites na quarta-feira, para que a votação possa ser concluída até a quinta-feira (4). Caso o presidente da Câmara abrisse a ordem do dia no plenário da Casa, a votação da reforma na comissão especial teria de ser interrompida, o que poderia atrasar o calendário.

Embora o governo diga que quer votar a matéria na comissão nesta semana, líderes de partidos da base aliada dizem que a previsão “mais realista” é só concluir a votação na semana que vem. Eles argumentam que precisam de mais tempo para negociar o texto. O argumento é que o relatório de Oliveira Maia tem de ser o mais amarrado possível, para evitar que deputados da base aliada apresentem emendas ou votem a favor de emendas da oposição no plenário, desconfigurando os eixos da reforma.

Além de Maia e de Temer, participaram da reunião no Alvorada os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles; da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco; da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy; e da Educação, Mendonça Filho. Os líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também estiveram presentes no encontro, assim como o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI)

PRESIDENTE LISTA 25 INFIÉIS PARA DEMITIR SEUS INDICADOS, GONZAGA PATRIOTA ENTROU NA LISTA

Folha de São Paulo

O presidente Michel Temer listou cerca de 25 parlamentares que terão seus aliados demitidos de cargos públicos por terem votado contra o governo na proposta de mudança da legislação trabalhista e também por não apoiarem a reforma da Previdência.

A estratégia do Palácio do Planalto é tirar os cargos dos parlamentares considerados infiéis e transferir as nomeações para outros, em troca dos votos destes deputados na reforma da Previdência.

O governo considera ter sido traído por cerca de 70 deputados. Espera que as demissões ajudem a reverter a posição do resto do grupo.

Os alvos são deputados que compõem a base de Temer, mas são considerados “irrecuperáveis” —ou seja, traíram o governo e não podem ser convencidos a apoiar a reforma da Previdência.

Há nomes de dez partidos, como o PMDB (sigla do presidente), o PP (do líder do governo) e o PSB, que declarou posição contrária às reformas e deve ser o mais atingido.

Segundo a Folha apurou com dois integrantes da equipe de articulação política, entraram na lista Gonzaga Patriota (PSB-PE), Cícero Almeida (PMDB-AL), Luciano Ducci (PSB-PR), Marcelo Álvaro (PR-MG), Jony Marcos (PRB-SE), Antonio Jácome (PTN-RN).

Por compor a base aliada de Temer, esses deputados ganham junto ao governo o direito de escolher quem ocupará cargos da administração federal em seus Estados de origem. Serão alvos de retaliação, por exemplo, uma gerência do INSS, ocupada por indicação de Patriota, e um posto em Itaipu, ocupado por um aliado de Ducci.

O DEM deve ser poupado, porque entregou os votos de 100% de seus deputados a favor da reforma trabalhista.

A lista foi fechada em reunião na noite de quinta-feira (27), no gabinete presidencial, com as participações de Temer, dos ministros Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Dyogo Oliveira (Planejamento), do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Algumas portarias internas com as demissões já foram editadas. A maior parte delas deve acontecer no início da próxima semana, como um recado de que traições em plenário não serão toleradas.

Segundo auxiliares de Temer, nem todas as demissões serão definitivas. Algumas podem ser revertidas se os padrinhos das nomeações decidirem votar com o governo na reforma da Previdência.

Além disso, parte dos deputados que votaram contra a reforma trabalhista será poupada. Temer e seus aliados decidiram manter cargos indicados por parlamentares que procuraram o governo para dizer que se posicionariam contra o texto, mas apoiariam a proposta da Previdência.

Foi o caso, por exemplo, de um deputado que avisou ao Planalto que não poderia apoiar a mudança na legislação trabalhista por ser dirigente de uma central sindical, mas se declarou aberto a discutir a reforma previdenciária. Ele manterá seus cargos no governo.

Temer e seus ministros também vão poupar parlamentares que votaram “não” na reforma trabalhista, mas vão receber cargos em troca do apoio nos próximos projetos de interesse do Planalto.

Líderes do governo reforçaram as promessas de nomeações dentro do próprio plenário, durante a votação das alterações na legislação trabalhista, na última quarta-feira (26).

Minutos depois de votar contra a reforma, o parlamentar de um partido nanico foi procurado por um aliado de Temer, que mostrou a foto da assinatura de uma nomeação que ele pleiteava há meses. Em troca da liberação, deu a promessa de votar “sim” na reforma da Previdência

CCJ APROVA NOVO RELATÓRIO SOBRE FIM DO FORO PRIVILEGIADO DE POLÍTICOS E AUTORIDADES

Por Gustavo Garcia, G1, Brasília

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (26) um novo relatório sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que põe fim ao chamado foro privilegiado de políticos e autoridades nos casos em que cometerem crimes comuns, como roubo e corrupção.

Pela lei que vigora atualmente, políticos como senadores, deputados federais e ministros têm direito a ser investigados e julgados apenas na esfera do Supremo Tribunal Federal (STF). No caso dos governadores, o foro é o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Na proposta aprovada, as autoridades deverão ser julgadas pela primeira instância no estado onde o eventual crime houver ocorrido, e não mais em tribunais superiores. O projeto estabelece uma exceção para os presidentes dos poderes.

No novo parecer, o relator, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), acolheu emenda do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) que preserva o foro privilegiado somente para os presidentes da República, do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal.

Caso a proposta entre em vigor, deputados e senadores perderão a prerrogativa de foro e passarão a ser julgados pela primeira instância do Judiciário.
A CCJ já havia aprovado um relatório favorável à proposta, mas precisou analisar o tema novamente porque tinham sido apresentadas sugestões de modificações do texto. Por isso, Randolfe Rodrigues apresentou um novo parecer, aprovado nesta quarta.

Agora, o texto, de autoria do senador Álvaro Dias (PV-PR), precisa passar pela análise do plenário principal do Senado em dois turnos de votação. Se aprovado, seguirá para análise da Câmara, que também fará duas votações sobre o tema.

O novo relatório sobre a PEC do fim do foro privilegiado foi votado pela CCJ na sequência da aprovação do projeto de abuso de autoridade. Vários senadores pediram a palavra para dizer que como a comissão estava votando o projeto de abuso deveria analisar também o tema do fim do foro.

MORO ADIA OFICIALMENTE DEPOIMENTO DE LULA EM CURITIBA

Por: Folhapress

O juiz Sergio Moro aceitou oficialmente nesta quarta-feira (26) os pedidos da Polícia Federal e da Secretaria de Segurança do Paraná e adiou o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o dia 10 de maio. A decisão do juiz foi tomada após pedido dos órgãos, que precisariam de mais tempo para organizar a segurança no local e informaram que o feriado do dia do Trabalho, 1º de maio, dificultaria ainda mais a operação.

“É possível que, na data do interrogatório, ocorram manifestações favoráveis ou contrárias ao acusado em questão, já que se trata de uma personalidade política, líder de partido e ex-presidente da República”, disse Moro em seu despacho.

“Manifestações são permitidas desde que pacíficas. Havendo, o que não se espera, violência, deve ser controlada e apuradas as responsabilidades, inclusive de eventuais incitadores.”

O PT e movimentos ligados ao partido preparavam mobilização para apoiar o ex-presidente. Caravanas partiriam de diversos pontos do país. Em sua decisão, Moro afirmou ainda que, por questões de segurança, na audiência só será permitida “a presença do Ministério Público Federal, dos advogados do assistente de acusação, do acusado e de seus advogados e dos defensores dos demais acusados, sem exceções”.

Lula será ouvido no processo em que é réu sob acusação de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS, entre elas um tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. Também réu no processo, o sócio da empreiteira, Léo Pinheiro, disse a Moro que o apartamento é de Lula.

A defesa do ex-presidente nega que o tríplex seja dele e afirma que a fala de Pinheiro é uma “versão negociada para agradar” procuradores e destravar seu acordo de delação premiada.

GOVERNO EXONERA TEMPORARIAMENTE MINISTRO PARA QUE VOTEM REFORMA TRABALHISTA

Por G1, Brasília

O governo publicou nesta quarta-feira (26), no “Diário Oficial da União”, as exonerações temporárias de três ministros para que possam retomar o mandato de deputado federal e votem na Câmara a favor da reforma trabalhista. A votação está marcada para esta quarta.

Os ministros exonerados foram: Mendonça Filho (Educação), Bruno Araújo (Cidades) e Fernando Bezerra Coelho Filho (Minas e Energia).

Segundo adiantou o Blog do Camarotti, o governo tem segurança para aprovar a reforma trabalhista, mas decidiu enviar os ministros para a Câmara porque, com isso, consegue afastar da votação dois deputados dissidentes do PSB, que são suplentes.

Na segunda-feira (24), o governo já havia anunciado que adotaria a estratégia de exonerar ministros para fortalecer o apoio a outra reforma na Câmara, a da Previdência.
Ao todo, 14 ministros poderão ser afastados das pastas que comandam e voltar à atuação parlamentar na Câmara. Se aprovados na Câmara, os textos das reformas vão para o Senado. Dois senadores com mandato são atualmente ministros e também podem ser exonerados temporariamente.

‘SE TIVER, DESTRUA!’: LÉO PINHEIRO AFIRAM QUE LULA O ORIENTOU A DAR SUMIÇO EM DOCUMENTOS

 

Blog Fausto Macedo – Estadão

O empresário Léo Pinheiro, da OAS, fez um relato devastador nesta quinta-feira, 20, sobre o apartamento triplex do Guarujá e que pode complicar a situação do ex-presidente Lula, réu da Lava Jato. Segundo Léo Pinheiro, o petista o teria orientado a destruir provas de pagamentos via caixa dois ao PT no exterior. “Se tiver destrua!”, foi a ordem de Lula, segundo o empresário.

“Eu tive um encontro com o presidente em junho (de 2014), bom isso tenho anotado na minha agenda”, disse Léo Pinheiro. “São vários encontros onde o presidente, textualmente, me fez a seguinte pergunta. ‘Léo’, até notei que ele tava um pouquinho irritado, ‘Léo, você fez algum pagamento ao João Vaccari no exterior? Eu disse: ‘não presidente, eu nunca fiz pagamento dessas contas que temos com Vaccari no exterior’.”

Lula insistiu, ainda de acordo com as revelações do empreiteiro. “Como é que você está procedendo os pagamentos para o PT através do João Vaccari?”

“Estou fazendo os pagamentos através de orientação do Vaccari, de caixa dois, de doações diversas que fizemos a diretórios.”

E Lula, então, deu a ordem, segundo o empreiteiro. “Você tem algum registro de encontro de contas, de alguma coisa feita com Vaccari com você? Se tiver destrua.”

“Acho que quanto a isso não tem dúvida”, afirmou Léo Pinheiro.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE LULA

Nota

Léo Pinheiro no lugar de se defender em seu interrogatório, hoje, na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, contou uma versão acordada com o MPF como pressuposto para aceitação de uma delação premiada que poderá tirá-lo da prisão. Ele foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula o proprietário do chamado triplex do Guarujá. É a palavra dele contra o depoimento de 73 testemunhas, inclusive funcionários da OAS, negando ser Lula o dono do imóvel.

A versão fabricada de Pinheiro foi a ponto de criar um diálogo – não presenciado por ninguém – no qual Lula teria dado a fantasiosa e absurda orientação de destruição de provas sobre contribuições de campanha, tema que o próprio depoente reconheceu não ser objeto das conversas que mantinha com o ex-Presidente. É uma tese esdrúxula que já foi veiculada até em um e-mail falso encaminhado ao Instituto Lula que, a despeito de ter sido apresentada ao Juízo, não mereceu nenhuma providência.

A afirmação de que o triplex do Guarujá pertenceria a Lula é também incompatível com documentos da empresa, alguns deles assinados por Léo Pinheiro. Em 3/11/2009, houve emissão de debêntures pela OAS, dando em garantia o empreendimento Solaris, incluindo a fração ideal da unidade 164A. Outras operações financeiras foram realizadas dando em garantia essa mesma unidade. Em 2013, o próprio Léo Pinheiro assinou documento para essa finalidade. O que disse o depoente é incompatível com relatórios feitos por diversas empresas de auditoria e com documentos anexados ao processo de recuperação judicial da OAS, que indicam o apartamento como ativo da empresa.

Léo Pinheiro negou ter entregue as chaves do apartamento a Lula ou aos seus familiares. Também reconheceu que o imóvel jamais foi usado pelo ex-Presidente.

Perguntado sobre diversos aspectos dos 3 contratos que foram firmados entre a OAS e a Petrobras e que teriam relação com a suposta entrega do apartamento a Lula, Pinheiro não soube responder. Deixou claro estar ali narrando uma história pré-definida com o MPF e incompatível com a verdade dos fatos.

PGR PEDE QUE STF REVOGUE SOLTURA DO GOLEIRO BRUNO

Por G1 MG, Belo Horizonte

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, manifestou-se pela revogação da liminar que ordenou a soltura do goleiro Bruno Fernandes, condenado pela morte de Eliza Samudio. Em parecer, ele pede também que os ministros indefiram o habeas corpus, que está pronto para ser julgado definitivamente.

O julgamento será feita pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que se reune às terças-feiras. A próxima sessão será no dia 25. O processo ainda não está na pauta.

Bruno foi solto em 24 de fevereiro deste ano, após o ministro Marco Aurélio de Melo determinar que o goleiro aguarde em liberdade o julgamento do recurso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) contra a condenação. Na decisão, ele considerou que houve excesso de prazo na prisão. O processo foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, sucessor de Teori Zavascki, morto em janeiro deste ano. Hoje o goleiro tem contrato com o Boa Esporte de Varginha, no Sul de Minas.

Janot argumenta que o habeas corpus foi apresentado pela defesa contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que negou liberdade a Bruno. E por isso, segundo ele, não caberia ao STF dar prosseguimento ao pedido. Na manifestação, o procurador afirmou que a defesa tem feito diversas intervenções, o que “contribuiu para o eventual prologamento do prazo para o julgamento da apelação criminal”.

O advogado Lúcio Adolfo, que representa Bruno, afirmou por meio de nota que não contribuiu para a demora do processo e que cumpriu todos os prazos previstos em lei. O defensor questionou o entendimento do procurador sobre o andamento processual.

“Se não causa espanto ao procurador a demora de mais de quatro anos para não julgar uma apelação quando Bruno Fernandes estava preso, a este advogado causa espanto a subida aceleração quando ele foi solto”, afirmou. A desfesa destacou que, após a liberdade, Bruno não colocou em risco a ordem pública e começou a traballhar imediatamente.

Condenação
Em 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio e também pelo sequestro e cárcere privado do filho.

Bruno foi condenado a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver.

Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

DANILO CABRAL PRESIDIRÁ SUBCOMISSÃO PARA MONITORAR FIES

Proposta do deputado federal Danilo Cabral, aprovada hoje (19) pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, cria a Subcomissão Especial para apuração e análise das informações sobre a inadimplência no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e monitoramento de eventuais propostas de alteração no programa sugeridas pelo Ministério da Educação. No momento de debate sobre a proposta, foi acatada a inclusão na subcomissão do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (ProIes).

O Fies, diz Danilo Cabral, tem democratizado e expandido o acesso ao ensino superior brasileiro. “É uma política que tem apresentado resultados positivos e precisa ser preservada. Vamos monitorar sua eficácia, sua efetividade e garantir sua continuidade”, destacou o deputado.

O Brasil conta hoje com aproximadamente 8,2 milhões de matrículas no ensino superior, sendo 6,1 milhões em instituições privadas. Dessas matrículas, 2,3 milhões são contratos do Fies, representando aproximadamente 38% das matrículas na rede privada. “Os dados são expressivos, dos 2,3 milhões de estudantes, 51% são negros ou pardos, 83,3% são oriundos da escola pública e 13.924 são pessoas com deficiência”, ressalta.

Como Danilo Cabral apresentou o requerimento, foi designado como presidente da Subcomissão. Será, então, responsável pela condução dos trabalhos. O relator e os membros da subcomissão ainda serão designados, bem como cronograma dos trabalhos. O prazo de vigência da Subcomissão é de um ano ou até se encerrarem e forem concluídos os trabalhos.

Além do colegiado para acompanhar o Fies, a Comissão de Educação aprovou a criação de três subcomissões permanentes e uma especial. As três primeiras acompanharão o Plano Nacional de Educação (PNE), a educação para a primeira infância e a Base Nacional Comum Curricular. A outra especial vai monitor a instalação de campi fora das sedes dos Institutos e Universidades Federais.

O FIM DA ALMA MAIS DESONESTA

 

Sérgio Pardellas – Isto É

Sob os escombros das delações da Odebrecht, o personagem regente de nossas transformações políticas por quase 40 anos submerge ferido de morte. Luiz Inácio Lula da Silva nunca mais será o mesmo. Talvez, um Silva. Ou um Luiz Inácio. Nunca mais um Lula. Aquele Lula, nunca mais. Acabou. É como o Edson sem o Pelé. Para o petista, as delações dos executivos da Odebrecht foram acachapantes. Restaram claro que a autoproclamada “alma mais honesta”, a quem um dia milhares de brasileiros confiaram a missão de mudar radicalmente a maneira de fazer política no País, se beneficiou pessoalmente dos ilícitos – e estendeu as benesses aos seus familiares. Sem sequer corar a face, o petista abandonou ao léu sua principal bandeira, a da ética – se é que um dia foi verdade.

Os fatos –, e eles são teimosos, deles não há como escapar, – nos conduzem à crença na impostura lulopetista como uma espécie de dogma de ação. Senão vejamos: segundo Marcelo Odebrecht, Lula chegou a registrar um saldo de R$ 40 milhões de reais em sua conta-propina, administrada pelo ex-ministro Antonio Palocci. Desse total, Lula sacou, no mínimo, 30 milhões de reais. Em dinheiro vivo, conforme antecipou ISTOÉ com exclusividade em reportagem de capa de novembro de 2016. Gravíssimo. Como explicar tanto dinheiro na conta ante o povo sofrido do Nordeste?

“Nós contra eles”? “Nós” quem, cara pálida? Também teve mesada em espécie para o irmão, o Frei Chico, pixuleco para o sobrinho, Taiguara Rodrigues, e pedido de apoio aos negócios do filho caçula, Luís Cláudio, em troca de azeitar a relação da Odebrecht com o governo de sua pupila, Dilma Rousseff. Sem falar no pagamento de despesas estritamente pessoais, como a reforma do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo, a aquisição de imóveis para uso particular e do dinheiro para a instalação do Instituto batizado com o seu nome. Nem mesmo as palestras ministradas pelo petista sobrevivem incólume ao escrutínio da Justiça. Tido como homem de Lula na Odebrecht, Alexandrino Alencar contou aos procuradores que as palestras de US$ 200 mil – padrão Bill Clinton – a Lula foram uma maneira de compensar a ajuda do petista à Odebrecht durante seus dois mandatos. E que ajuda!

Atuando com se fosse um embaixador da Odebrecht, o petista chegou a impedir que a Petrobras adquirisse ativos da Ipiranga para garantir que o grupo permanecesse com a hegemonia do setor, em detrimento dos interesses da estatal. “Compreendo que nossa presteza e o nosso volume de pagamentos feitos a pretexto de contribuição para a campanha contribuíram nas decisões que tanto o ex-presidente Lula quanto integrantes do PT tomaram durante sua gestão, coincidentes com nossos interesses”, sapecou o patriarca da família, Emílio Odebrecht. A promiscuidade era tanta que Emílio pediu a Lula que segurasse sua turma: “Eles têm a goela muito grande”, afirmou.

Os negócios pessoais do ex-presidente se confundiam tanto com as decisões de governo que nem o próprio petista conseguia distingui-los mais. Hoje, há quase um consenso entre procuradores e agentes federais de que quase todo dinheiro amealhado pelo petista, nos últimos 13 anos, foi produto de crime. Para a imagem do ex-presidente, a constatação é nitroglicerina pura.

Pá de cal

Nos bastidores da Lava Jato, a condenação de Lula em primeira instância é tida como questão de tempo. Conforme apurou ISTOÉ, na quinta-feira 20, em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-sócio da OAS, Leo Pinheiro, irá jogar a pá de cal sobre o processo do tríplex, no Guarujá, no qual Lula é réu por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. O empreiteiro confirmará que o imóvel foi, sim, um regalo ao petista em troca de benefícios fraqueados por Lula à construtora. O ex-presidente insiste na cada vez mais inverossímil versão de que não é o dono do apartamento – um argumento incapaz de se equilibrar em pé. O depoimento de Pinheiro somado às mais recentes revelações do ex-zelador do tríplex, publicadas com exclusividade por ISTOÉ, sacramenta a tempestade perfeita em torno do ex-presidente. De acordo com José Afonso, ele viu, numa das visitas ao tríplex, dona Marisa pedir aos funcionários da OAS para que instalassem o elevador privativo no imóvel. “Quem pediria para construir um elevador num apartamento que não é seu?”, questiona o arguto zelador.

O aparelho ascensor constituiu apenas um item da reforma empreendida pela OAS no imóvel. A pedido do petista, o quarto de empregada e uma área da sala viraram um escritório, o piso foi revestido de porcelanato e uma generosa área gourmet foi erguida no último andar, onde há um deck e uma pequena piscina. O acerto envolveu ainda a compra, junto à Kitchens, dos eletrodomésticos que equiparam a cozinha, com instalações pré-fabricadas, geladeira e microondas, avaliadas em mais de R$ 200 mil. Tudo isso aconteceu no ano de 2014, sob a coordenação de Leo Pinheiro, sócio-presidente da OAS. Ou seja, enquanto se dizia vítima das elites, em palanques País afora, Lula tinha um apartamento reformado pelas mãos da quintessência dessa mesma elite. Quem, nesse País, desfruta do privilégio de ter um imóvel remodelado por um presidente de empreiteira e, ainda por cima, de graça? Nós? Ou ele?

TEMER DECIDE MANTER TODOS OS MINISTROS CITADOS NAS DELAÇÕES

O presidente Michel Temer deixou claro que não vai demitir nenhum dos oito ministros alvos de inquéritos por terem sido citados nas delações da Odebrecht na Lava Jato.

A avaliação no Palácio do Planalto é que uma saída em massa prejudicaria ainda mais o governo, num momento em que a ordem é tentar aprovar a agenda de reformas no Congresso.

“Temer decidiu que não vai demitir ninguém”, disse  um interlocutor do presidente.

Há cerca de um mês, Temer chegou a criar uma espécie de “protocolo”, segundo o qual ministro citado em delação só deixará o governo se for denunciado pelo Ministério Público e virar réu na Lava Jato.

Os oito ministros alvos de inquéritos são: Eliseu Padilha (PMDB; Casa Civil); Moreira Franco (PMDB; Secretaria-Geral); Gilberto Kassab (PSD; Ciência, Tecnologia e Comunicações); Bruno de Araújo (PSDB; Cidades); Aloysio Nunes (PSDB; Relações Exteriores); Marcos Pereira (PRB; Indústria e Comércio Exterior); Blairo Maggi (PP; Agricultura); Helder Barbalho (PMDB; Integração).

Todos os ministros negam envolvimento em irregularidades.

Deputado defende saída de ministros

A deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) defendeu que os ministros citados deixem os cargos.

Para Miro Teixeira, a decisão de deixar o governo precisaria partir dos próprios ministros.

“Isso não vai acontecer. Temer vai seguir a regra que criou. Demissão só depois que o ministro virar réu”, reforçou um auxiliar de Temer. (Blog do Camarotti)