Por: Folhapress
O juiz Sergio Moro aceitou oficialmente nesta quarta-feira (26) os pedidos da Polícia Federal e da Secretaria de Segurança do Paraná e adiou o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o dia 10 de maio. A decisão do juiz foi tomada após pedido dos órgãos, que precisariam de mais tempo para organizar a segurança no local e informaram que o feriado do dia do Trabalho, 1º de maio, dificultaria ainda mais a operação.
“É possível que, na data do interrogatório, ocorram manifestações favoráveis ou contrárias ao acusado em questão, já que se trata de uma personalidade política, líder de partido e ex-presidente da República”, disse Moro em seu despacho.
“Manifestações são permitidas desde que pacíficas. Havendo, o que não se espera, violência, deve ser controlada e apuradas as responsabilidades, inclusive de eventuais incitadores.”
O PT e movimentos ligados ao partido preparavam mobilização para apoiar o ex-presidente. Caravanas partiriam de diversos pontos do país. Em sua decisão, Moro afirmou ainda que, por questões de segurança, na audiência só será permitida “a presença do Ministério Público Federal, dos advogados do assistente de acusação, do acusado e de seus advogados e dos defensores dos demais acusados, sem exceções”.
Lula será ouvido no processo em que é réu sob acusação de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS, entre elas um tríplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. Também réu no processo, o sócio da empreiteira, Léo Pinheiro, disse a Moro que o apartamento é de Lula.
A defesa do ex-presidente nega que o tríplex seja dele e afirma que a fala de Pinheiro é uma “versão negociada para agradar” procuradores e destravar seu acordo de delação premiada.