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Crônica de Ademar Rafael
A MÚSICA
Convivi com pessoas que se não estivessem ouvindo uma música não tinham inspiração para produzir com a intensidade que seus cargos exigiam, o som ambiente as moviam. Tinha três grupos: Os dos fones de ouvido; os dos radinhos de pilhas e os do som ambiente.
Todos nós, com as exceções que em tudo há, tem uma ou algumas músicas de preferência. Eu, particularmente, tenho muitas. Uma coisa é certa, sem os exageros do vício, gosto de ouvir músicas. Isto herdei do meu pai desde o tempo que ouvia Rádio Pajeú, as músicas tocada no programa o “Terreiro da Fazenda”. Para abrandar as tensões do momento atual, vamos ouvir música e tirar reflexões positivas nas mensagens nelas impressas. As preferência precisam ser respeitadas, entendo que música não tem pátria.
A irmã Diana Milena Devia Burbano, EP, no artigo “Silêncio sinfônico”, publicado na Revista Arautos do Evangelho de fevereiro-2021, magnificamente escreveu: “Dentre as variadas manifestações artísticas que as civilizações foram desenvolvendo ao longo do História, a música foi, desde logo, uma das mais eloquentes. Com efeito, a variedade de sons, quando bem harmonizados, é capaz de manifestar aquilo que só se percebe com o coração e muitas vezes não é transmissível por palavras. São certos sentimentos e imponderáveis que só existem nas região mais recônditas da alma humana.” Em templos religiosos desde o século VI as músicas auxiliam no alívio dos nosso medos.
A maravilhosa Roberta Miranda nos diz na letra da “Majestade o Sabiá”: “Ah! Tô indo agora prum lugar todinho meu/Quero uma rede preguiçosa pra deitar/Em minha volta, sinfonia de pardais/Cantando para a majestade, o sabiá. A majestade, o sabiá.” Existirá musica melhor?
A música tem importância muito além do que imaginamos, em várias bacias leiteiras a música é utilizada durantes as ordenhas. Garantem os pecuaristas que relaxadas as matrizes bovinas produzem mais leite.
Crônica de Ademar Rafael
ALEXANDRE JOSÉ LIRA DE MORAIS
Defendo com unhas e dentes que a cultura popular não aceita desaforo de tecnocratas e de falsos intelectuais. Quando este tipo de gente tenta manipular a cultura em favor dos seus interesses ou limitá-la ao que diz sua cartilha ideológica a rebeldia é automática. Com intensidade maior que a tentativa de domá-la a cultura assume as peraltices do “Saci Pererê”, quebras as argolas e ganha a rua.
O cineasta Rosemberg Cariry, no começo da década de 1980, publicou “Cultura insubmissa: Estudos e reportagens”. Neste livro um inconformado Rosemberg chama atenção para muitos elementos entrelaçados entre a cultura e a consciência popular e clama apoio para sua tese da “cultura de resistência”.
Na junção do que escrevi inicialmente com as teses do livro acima citado encontro o incansável trabalho de Alexandre Morais. Desde cedo ele busca e encontra a essência da cultura popular nos diálogos com o mundo, a feira livre e a praça pública são seus laboratórios.
Em virtude de longo tempo que fiquei distante do Pajeú não convivi com Alexandre como gostaria. Conheci seu trabalho inicialmente através do site www.culturaecoisaetal.com.br por indicação de colega do Banco do Brasil, poetisa Scheila Patriota. Em referido espaço comecei a ver o nível do trabalho em defesa da cultura. Estando em Afogados da Ingazeira, durante as festas natalinas de um determinado ano, vi um cartaz do evento “Pajeú em Poesia” no dia 25.12. na hora eu pensei: “Esse ‘cabra’ é doido. Como fazer um evento cultural nesta data. Possivelmente irá ele e outras duas ou três pessoas.” Como foi bom ter me enganado. Cheguei ao local que estava cheio de apologistas, poetas, escritores, cantores, músicos, etc. Se pessoas fosse algo comparável com artigos a feira de Caruaru agora tinha um concorrente. Fiquei até o final e tenho gravado na memória muito do que vi naquele evento.
É impossível controlar a criatividade, a inquietude e o senso de coletividade que brota da mente de Alexandre Morais. Comparo com a cena de um turbilhão escapando de uma cachoeira. Recentemente o seu Projeto “Palco Pajeú” teve um eco no meio cultural muito superior ao do grito de Tarzan nos matinês do meu tempo de jovem.
Numa mesa de glosas, em um recital, numa banca vendendo cordéis, em um filme ou numa palestra a performance de Alexandre Morais é digna de altos elogios pela cultura que irradia. Seus projetos junto a poetas da região, seu apoio ao neófitos, sua preocupação com a inserção da poesias nas escolas nos obriga sonhar com Alexandre Morais nas feiras livres e nas praças multiplicando a cultura. Não pare meu irmão, precisamos muito do seu talento. Como referência que és, o Instituto Quincas Rafael terá um espaço reservado para você idealizar como será utilizado.
Crônica de Ademar Rafael
Pelo Exemplo
O consultor internacional sobre liderança, John Adair, no livro “Estratégias de liderança de Confúcio”, entre outras muitas sinalizações indica que a melhor maneira de liderar é pelo exemplo. Cita a convergência entre pensamento do sábio chinês, que atesta: “Governar é corrigir. Se o senhor der o exemplo ao ser correto, quem ousaria a ser
incorreto” e a frase atribuída a Albert Schweitzer, teólogo, filósofo, médico e músico alemão, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1952, que faleceu em 1965, com noventa anos: “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros, é a única”. Esta ponderação atesta que a lógica de liderar pelo exemplo atravessa séculos, sem perder sua essência.
Esta linha de pensamento me incomodava na época que assumi os primeiros cargos de direção no Banco do Brasil. Com alto grau de miopia eu pensava: “Não tenho que me basear em nada ou ninguém para fazer o que é certo”. Não sabia eu, na minha lógica de principiante, que o exemplo seria a caminho para que não caísse em tentações. Ao me convencer da veracidade deste posicionamento tentei aplicar à exaustão. Permitam-me afirmar que os resultados foram os melhores possíveis. Quem testar, tenho absoluta certeza, chegará aos objetivos com menos esforço e descobrirá que os espanhóis têm razão ao afirmar: “Você se torna aquilo que faz.”
Em sua obra, Adair sugere que para liderar pelo exemplo o líder precisa: ”Ter entusiasmo – Ter integridade – Ser firme, exigente e justo – Ser caloroso e Ser humilde.” Por experiência própria e comprovação em várias oportunidades, atesto que tais qualidades são luzes que iluminam os caminhos dos que lideram pelo exemplo.
Validando as ponderações acima atesto que nas vezes que pude liderar pelo exemplo, em diversos cargos que exerci no setor público e privado, fui seguido pela equipe sem muito esforço. Nos momentos que fracassei neste sentido as dúvidas surgiram e o desempenho foi inferior ao alcançado nas situações em que o exemplo foi percebido pelos liderados.
Crônica de Ademar Rafael
DEUSES E DEUSAS ATUAIS
De pronto, avisamos que este texto não tem viés de doutrinação ou cunho religioso, trata-se de alguns registros para reflexão sobre nosso posicionamento nos dias atuais.
Registros bíblicos, citações em diversos livros e filmes épicos apresentam relatos das punições que recebiam os que pertenciam a outro credo e negavam-se a cumprir rituais para os deuses locais. Os escravos, estrangeiros e obedientes a outros seres supremos sofreram duras penas ao se negarem prestar os cultos exigidos pelas autoridades.
Apenas como ilustração, sem detalhamentos, vamos mencionar três deuses/deusas em três países, na antiguidade. Egito: Rá-Atum, Osíris e Set; Babilônia: Marduk, Apsu e Tiamat e Roma: Apolo, Baco e Ceres.
Sob nosso ponto de vista o que mudou dos tempos há muito idos para nosso tempo é que no passado as pessoas eram obrigadas a adorar deuses ou deusas que não tinham devoção e nos dias atuais espontaneamente direcionamos nossas energias para os deuses e deusas.
Uma pergunta que cabe. Ademar, quais são estes deuses e estas deusas? Minha bússola, resumidamente, aponta para seguintes direções: Poder, Dinheiro, Carros, Imóveis, Beleza e Redes Sociais.
Agora é minha vez de devolver uma indagação. Quais desses ou dessas você tem feito sacrifícios e de forma doentia tem prestados cultos? É possível que estejamos dedicando nossa atenção para mais de um/uma, simultaneamente. Isto tem sido regra no mundo do consumismo e da pressa para ter, em lugar de ser.
Eu com minhas fraquezas, com meus medos e minhas limitações tenho tentado reduzir a dependência com tais divindades. Não tem sido fácil. Você caro leitor e cara leitora passa por isto? Vamos refletir e agir?
Crônica de Ademar Rafael
OS TROPEIROS
Os consumidores que hoje fazem compras pelo comércio eletrônico e recebem os produtos em casa jamais podem esquecer quem fazia este serviço em condições adversas: Os tropeiros. O livro “Tropeiros – Viajantes e aventureiros”, de Cândida Vilares e Vera Vilhena, assim os define: “…a lendária figura do tropeiro, que unificou o Brasil com suas tropas de mulas levando, pelos caminhos da época, mercadorias, novidades e costumes…”. Este foi o formato utilizado pelos tropeiros nos sertões do Brasil.
No sul eram eles que conduziam as boiadas. Esta pratica foi estendida para Minas Gerais, Goiás e região do Pantanal, onde recebem o nome de comitivas. Para o estilo gaúcho, transcrevo uma das estrofes de “Tropeiro Velho” da autoria de Teixeirinha: “Sentado à beira do fogo/Sentindo o peso da idade/Tão triste o velho tropeiro/Quase morto de saudade/Oitenta anos nas costas/Sempre lidou com boiadas/Mas nunca em suas andanças/Deixou um boi na estrada…”. As músicas “Menino da Porteira”, de Luiz Raymundo e Teddy Vieira de Azevedo, “Chico Mineiro”, de Francisco Ribeiro Barbosa e Joao Salvador Perez e “Comitiva Esperança”, de Almir Sater, destalham a atividade no sudeste e centro oeste.
Em nosso nordeste não encontro melhor texto para definir os tropeiros do que esta estrofe da música “Tropeiros da Borborema”, autoria de Raimundo Asfora e Rosil Cavalcante, gravada por diversos intérpretes e eternizada por Luzi Gonzaga: “Estala relho marvado/Recordar hoje é meu tema/Quero é rever os antigos tropeiros da Borborema – São tropas de burros que vêm do sertão/Trazendo seus fardos de pele e algodão/O passo moroso só a fome galopa/Pois tudo atropela os passos da tropa/O duro chicote cortando seus lombos/Os cascos feridos nas pedras aos tombos/A sede e a poeira o sol que desaba/Ó longo caminho que nunca se acaba!…”
A “Amazon” e o “Magalu” nos levas aos produtos, os tropeiros nos leva à história, vamos viver na comodidade e preservar o “TROPEIRISMO”.
Crônica de Ademar Rafael
A MAGIA DE JUNTAR LETRAS
Para não ficar perdido no cipoal de notícias diárias procuro ler com assiduidade o “Blog do Finfa”, o “PE notícias blog” e o “Blog do Magno”. Sempre faço as leituras diárias ouvindo na Rádio BAND o programa antes pilotado pelo inesquecível jornalista Ricardo Boechat. Após esta preliminar, entro tema central deste texto que é dedicado ao nosso conterrâneo Magno Martins. Jornalista que carrega consigo a capacidade de, com muita magia, juntar letras e formar palavras, frases e textos.
Com intensa carga de trabalho e com uma pandemia ele tirou da cartola outro livro para nos brindar. Trata-se de “A dor da pandemia – Crônicas”, livro inicialmente lançado somente por meio virtual. Um ser humano que tem obrigações com um “Blog do Magno”, conectado 24 horas; um programa de rádio (Frente a Frente) e um jornal (O poder) e que durante uma pandemia consegue produzir algo deste tamanho tem que ter habilidades “mandraquianas”. Julgo que apesar da sua extrema capacidade criativa Magno Martins de alguma forma busca forças na arte de Mandrake, personagem criado por Lee Falk (Leon Harrison Gross). Nós, que tomamos a vacina do COVID, tivemos o privilégio de ler as histórias de quadrinhos do mágico.
O livro é um presente para os amantes de textos extraídos da alma. Nele Magno, entre muitas outras coisas, fala no Poço de Benedito, no misto de Zé de Preta, no Bar de Zé Panqueta, no Savoy; na falta que nos fazem pessoas como Joãozinho Alves e Antônio Mariano; cobra as alegrias dos carnavais e das festas juninas antes da pandemia; enaltece a obra de Milton Oliveira; declara amor ao sertão com suas particularidades, seus poetas e, no extremo, ao seu pai Gastão, sua mãe Margarida e seus filhos.
Poderia citar o que narram José Nêumanne e José Mucio Monteiro, no prefacio da obra. Mas, com forças que consegui comum mágico de um “circo mambembe” ouso com esta crônica destacar o último filho de Magno Martins. Obrigado amigo, que venham outros e se vá a pandemia.
Crônica de Ademar Rafael
DIOMEDES LAURINDO DE LIMA
Uma das minhas teorias, sem comprovação cientifica, assegura que o mundo é formado por três grupos de pessoas. O primeiro é formado pelos que dependem totalmente da luz dos outros, o segundo é constituído por indivíduos que sem a luz de outros iluminam pouco e o terceiro é representado pelos que têm luz própria, brilham em todas as situações.
Nosso amigo Diomedes faz parte do terceiro grupo. Poderia ser conhecido como o sobrinho de Aniceto ou como o irmão de Danizete. Seu brilho corroborou com minha teoria. Desde cedo firmou-se como Dió, com o tempo incorporou o Mariano, nome da família da sua mãe. A forma de tratar as pessoas, a capacidade de decidir com acertos e sua honestidade deram-lhe as variáveis necessárias para se firmar.
A poesia sempre fez parte da sua vida e o potencial neste campo foi descoberto pelos amigos o por poetas com muitos anos de estrada como foi o caso de Ivanildo Vila Nova. Relutou para ingressar no time dos cantores de viola. Não consegui fugir da arte, foram muitas participações em cantorias realizadas na região. A cada participação ganhava confiança e o incentivo de amigos fizeram com que ele desse início a sua vitoriosa carreira. As primeiras premiações e os embates com poetas como João Paraibano, Sebastião Dias, Valdir Teles e tantos outros de fora do Pajeú mostraram que Ivanildo tinha razão. No pé de parede não envergonha ninguém e com a caneta assume a posição de grande poeta de bancada.
Registro aqui duas estrofes do poema “Reconhecimento”, que dedicou a Dona Zezinha sua mãe. É um dos mais belos trabalhos poéticos que conheço: “Aprendi a seguir todo conselho/Atirado por sua boca mansa/O seu jeito materno era o espelho/Me mostrando a feição da segurança/Numa noite invernada de janeiro/Se eu estivesse brincando no terreiro/Você ia correndo pra o oitão/Me pegava nos braços, me acudia/Com um trapo de saco me cobria/Se molhava na chuva, mas eu não.” – “De nós dois qual que mais se prejudica/Quando o tempo disser que nos venceu/Eu partindo primeiro, você fica/Você indo primeiro, fico eu/De uma forma ou de outra o quadro é triste/Eu prefiro partir, porque existe/Quem precisa aliar-se ao seu partido/Todo imposto saudoso é alta taxa/Seu eu perder-me na ida, Deus me acha/Se eu ficar sem você estou perdido.” Assim como o soneto “Eu quisera” – “Eu quisera um país sem escopeta/Sem revolver, sem bala, sem canhão/Sem gatilho quebrando a espoleta/Sem acumulo de gente na prisão – Sem molambos de roupas na maleta/Dos mendigos da triste emigração/Onde os pobres e pretos do planeta/Fossem vistos sem discriminação… – E ao invés do fuzil que mata e pesa/O rosário, o altar, o templo, a reza/E um não para a guerra, um sim pra paz… – Com espaços pra grandes e pequenos/Todo mundo feliz, morrendo menos/E a palavra de Deus valendo mais.”
Na “Budega com prosa”, projeto tocando com sua família, Dió pratica duas das suas muitas habilidades: Atende bem e recita poesias dele e de parceiros. O menino da Barra de Solidão tem muita luz. Viva a poesia.
Crônica de Ademar Rafael
O FUTURO É DECIFRÁVEL?
O “futuro” é um dos temas mais escorregadios em nossos diálogos em salas de aula, reuniões nas empresas e atuações em consultorias.
A frase “Não podemos prever o futuro, mas podemos cria-lo” é atribuída a Peter Drucker, um dos maiores pensadores de administração de toda história. “O futuro tem muitos nomes. Para os débeis é o inalcançável. Para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes é a oportunidade”, esta frase é atribuída a Victor Hugo, romancista francês.
Sem forçar a barra podemos encontrar conformidades entre as duas frases? Acredito que sim. Buscar oportunidade e criar são ações que transitam na mesma estrada. Nesta estrada a pesquisa, o estudo, a assimilação e a ação são as placas de sinalização.
A revista HSM Management, edição 144, de Janeiro/fevereiro-2021, é dedicada ao tema “Como enxergar futuros” e em um dos diversos artigos sobre o assunto a futurista Martha Gabriel, autora de “Você, eu e os robôs”, apresenta o cone do futuro. Por meio dele e com utilização do potencial para ir além do momento presente ela indica as possibilidades detalhadas a seguir, com pequenas adaptações.
“Futuro absurdo – Impossível, não vai acontecer nunca; Futuro possível – Requer conhecimento futuro, poderia acontecer; Futuro plausível – Depende do conhecimento atual, pode acontecer; Futuro projetado – É a extrapolação do presente; Futuro provável – São as tendências atuais, deve acontecer; e Futuro preferível – Inclui julgamento de valor, quero que aconteça.”
Como membro de colegiado que analisava investimentos, para alocação de recursos, estudei muitas tendências do futuro, garanto que com as ferramentas adequadas, muito estudo é possível enxergarmos o futuro, criando mecanismos para enfrentá-lo de forma indolor. Ação imediata!
Crônica de Ademar Rafael
OS VAMPIROS
O livro “Suzana e o mundo do dinheiro”, traduzido e adaptado por Severino de Morais, de original do holandês Wim Dierckxsens, tem similaridades com “O mundo de Sofia” publicado por Jostein Gaarder. Ambos apresentam dúvidas de jovens perante o mundo, Suzana quanto a economia e Sofia no tocante a filosofia. A jovem Suzana, inspirada no humanismo do avô, questiona o que levam os adultos e verem o mundo pela lente do dinheiro, do valor das coisas e não das pessoas.
Traz a obra uma abordagem interessante ao focar as críticas nos “vampiros”. Seres que na natureza se alimentam basicamente do sangue alheio e no mundo das finanças sustentam-se não apenas do sangue dos outros. Ao seu cardápio são somadas a exploração por meio do capital e a banalização do valor das pessoas. Nossa reflexão é saber quantos “vampiros” nos sugam diariamente e que estão em nossa família, no trabalho, na sociedade que vivemos e nos demais setores que impactam nossa liberdade de nossa perspectiva de um mundo justo socialmente.
Essa exploração é antiga, o Livro Sagrado entre outras citações menciona em Mateus 23-4: “Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a levantar um só dedo para movê-los.”
Como agir então? Entendo que para mudar o mundo, precisamos mudar nós mesmos antes. Neste ponto sugiro três posicionamentos: a) seguir a frase atribuída a Mahatma Gandhi “Quem não vive para servir, não serve para viver.”, da qual o Rotary se apropria para incentivar ações dos companheiros; b) ouvir São Francisco quando ele diz: “…. Pois é dando que se recebe…”; e do livro maior, em Mateus 20-28: “Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida como resgate em favor de muitos.” Acredito que pelo exemplo podemos reduzir o número dos “vampiros”, mesmo correndo o risco de sermos sugados.
Crônica de Ademar Rafael
O TRIO DA CURA E OS AMIGOS
Muitas vezes ouvi que uma boa conduta médica, a fé em Deus e o carinho das pessoas do entrono do paciente formam um trio que gera a energia positiva suficiente para recuperação da esmagadora maioria dos casos. Acredito realmente que havendo profissionalismo e humanização por parte das equipes dos postos de saúde e das unidades hospitalares; que os pacientes mantendo em alta o nível de sua fé e que os familiares se envolvendo com gestos de carinho a cura é breve.
Nos dias em que fiquei internado, em casa, com a COVID pude detectar a força do trio acima descrito. Fiz os exames e recebi a medicação em tempo hábil; mantive minha fé na cura em todos os momentos e recebi de membros da família, alguns também infectados, a mais atenciosa atenção.
Foi adicionado, no entanto, um novo ingrediente. O apoio irrestrito de amigos e amigas por meio de redes socais, telefonemas e outros meios de comunicação. Em todos os casos percebi que as manifestações de apoio se somavam ao trio e formavam um todo único e indivisível. Não tenho qualquer dúvida que tais fatores foram decisivos na recuperação das energias perdidas e na cura.
Quem convive perto de mim sabe como vivo repetindo que amigos e amigas são anjos da guarda que Deus espalha pelo mundo à nossa disposição. A corrente de orações e a espiral que conspirou em meu favor somente ocorre entre amigos e amigas.
Serei eternamente grato aos profissionais da saúde envolvidos nos exames, nas indicações de medicamentos e no acompanhamento; serei diuturnamente grato a ação de Deus e terei gratidão para cada amigo e amiga que se somaram aos familiares no apoio e nas orações.
Tenho mais do que nunca a certeza de que quando o universo conspira a favor as principais forças dessa conspiração são: Amigos e amigas.