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Crônica de Ademar Rafael

ALEXANDRE JOSÉ LIRA DE MORAIS

Defendo com unhas e dentes que a cultura popular não aceita desaforo de tecnocratas e de falsos intelectuais. Quando este tipo de gente tenta manipular a cultura em favor dos seus interesses ou limitá-la ao que diz sua cartilha ideológica a rebeldia é automática. Com intensidade maior que a tentativa de domá-la a cultura assume as peraltices do “Saci Pererê”, quebras as argolas e ganha a rua.

O cineasta Rosemberg Cariry, no começo da década de 1980, publicou “Cultura insubmissa: Estudos e reportagens”. Neste livro um inconformado Rosemberg chama atenção para muitos elementos entrelaçados entre a cultura e a consciência popular e clama apoio para sua tese da “cultura de resistência”.

Na junção do que escrevi inicialmente com as teses do livro acima citado encontro o incansável trabalho de Alexandre Morais. Desde cedo ele busca e encontra a essência da cultura popular nos diálogos com o mundo, a feira livre e a praça pública são seus laboratórios.

Em virtude de longo tempo que fiquei distante do Pajeú não convivi com Alexandre como gostaria. Conheci seu trabalho inicialmente através do site www.culturaecoisaetal.com.br por indicação de colega do Banco do Brasil, poetisa Scheila Patriota. Em referido espaço comecei a ver o nível do trabalho em defesa da cultura. Estando em Afogados da Ingazeira, durante as festas natalinas de um determinado ano, vi um cartaz do evento “Pajeú em Poesia” no dia 25.12. na hora eu pensei: “Esse ‘cabra’ é doido. Como fazer um evento cultural nesta data. Possivelmente irá ele e outras duas ou três pessoas.” Como foi bom ter me enganado. Cheguei ao local que estava cheio de apologistas, poetas, escritores, cantores, músicos, etc. Se pessoas fosse algo comparável com artigos a feira de Caruaru agora tinha um concorrente. Fiquei até o final e tenho gravado na memória muito do que vi naquele evento.

É impossível controlar a criatividade, a inquietude e o senso de coletividade que brota da mente de Alexandre Morais. Comparo com a cena de um turbilhão escapando de uma cachoeira. Recentemente o seu Projeto “Palco Pajeú” teve um eco no meio cultural muito superior ao do grito de Tarzan nos matinês do meu tempo de jovem.

Numa mesa de glosas, em um recital, numa banca vendendo cordéis, em um filme ou numa palestra a performance de Alexandre Morais é digna de altos elogios pela cultura que irradia. Seus projetos junto a poetas da região, seu apoio ao neófitos, sua preocupação com a inserção da poesias nas escolas nos obriga sonhar com Alexandre Morais nas feiras livres e nas praças multiplicando a cultura. Não pare meu irmão, precisamos muito do seu talento. Como referência que és, o Instituto Quincas Rafael terá um espaço reservado para você idealizar como será utilizado.


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Marconi de Albuquerque Urquiza
3 anos atrás

Muito bom.