OS VAMPIROS
O livro “Suzana e o mundo do dinheiro”, traduzido e adaptado por Severino de Morais, de original do holandês Wim Dierckxsens, tem similaridades com “O mundo de Sofia” publicado por Jostein Gaarder. Ambos apresentam dúvidas de jovens perante o mundo, Suzana quanto a economia e Sofia no tocante a filosofia. A jovem Suzana, inspirada no humanismo do avô, questiona o que levam os adultos e verem o mundo pela lente do dinheiro, do valor das coisas e não das pessoas.
Traz a obra uma abordagem interessante ao focar as críticas nos “vampiros”. Seres que na natureza se alimentam basicamente do sangue alheio e no mundo das finanças sustentam-se não apenas do sangue dos outros. Ao seu cardápio são somadas a exploração por meio do capital e a banalização do valor das pessoas. Nossa reflexão é saber quantos “vampiros” nos sugam diariamente e que estão em nossa família, no trabalho, na sociedade que vivemos e nos demais setores que impactam nossa liberdade de nossa perspectiva de um mundo justo socialmente.
Essa exploração é antiga, o Livro Sagrado entre outras citações menciona em Mateus 23-4: “Eles atam fardos pesados e os colocam sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos não estão dispostos a levantar um só dedo para movê-los.”
Como agir então? Entendo que para mudar o mundo, precisamos mudar nós mesmos antes. Neste ponto sugiro três posicionamentos: a) seguir a frase atribuída a Mahatma Gandhi “Quem não vive para servir, não serve para viver.”, da qual o Rotary se apropria para incentivar ações dos companheiros; b) ouvir São Francisco quando ele diz: “…. Pois é dando que se recebe…”; e do livro maior, em Mateus 20-28: “Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida como resgate em favor de muitos.” Acredito que pelo exemplo podemos reduzir o número dos “vampiros”, mesmo correndo o risco de sermos sugados.
É um tema bem difícil, pois perpassa pela cultura atrelada ao capitalismo.