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Crônica de Ademar Rafael
OBRIGADO IVO
Na manhã da última quinta-feira, 28.11.19, data que representava vinte anos da partida do poeta Quincas Rafael, fui acordado cedo pelo titular deste blog com a notícia do falecimento de Ivo da Farmácia.
Para este cronista Ivo representa uma das mais emblemáticas e carismáticas figuras humanas entre as que convivi nesta passagem terena. Amante da boa música e detentor de extraordinária capacidade para transformar os ambientes onde estava em cenários de alegria cumpriu muito bem sua missão na terra.
Quando recorremos ao significado do nome Ivo, deparamo-nos com uma versão de que significa “teixo” tipo de arvore utilizada na Idade Média para fabricação de arcos e flechas. Em outra vertente encontramos que significa “Deus é cheio de graça” e “Deus perdoa”.
Com minhas limitações identifico Ivo muito mais com a segunda opção. Duas das maiores qualidade de Ivo era perdoar e, principalmente, não julgar. Nunca ouvi Ivo emitir opinião sobre comportamento ou escolha de “seu ninguém”. Foi mensageiro da alegria, da paz e do abraço fraterno. Recebia todos que entravam na Farmácia fundada por Seu Helvécio Lima com um sorriso especial, único e exclusivo.
O amigo e colega Beto Fuscão disse-me na tarde da última sexta-feira, data do sepultamento de Ivo, que sempre o recebia em sua chácara às margens da Barragem de Brota como músicas de Nathaniel Adams Coles, ou simplesmente “Nat King Cole”, cujo centenário foi comemorado neste ano, assim como o centenário de Jackson do Pandeiro. “Nat” e “Jackson” eram dois dos muitos músicos que Ivo tanto gostava.
O carnaval de Afogados perde um ícone, como afirmou Finfa na postagem sobre o falecimento do Ivo. Muita paz, caro amigo, transmita nosso abraço para Horácio Pires e muito obrigado pela lição de vida.
Crônica de Ademar Rafael
FERNANDO ANTÔNIO LUCAS DA SILVA
Muitos jovens de Afogados da Ingazeira não conhecem a importância de Fernandão para o desporto afogadense. Quando cheguei a Afogados, no início dos anos 70, ele trabalhava com o seu tio Andrelino Lucas na agência da Princesa do Agreste.
Fomos colegas de classe do segundo ano até a formatura em contabilidade, no saudoso Colégio Industrial. Pela sua seriedade foi escolhido tesoureiro da turma, cujo presidente da comissão de formatura foi Nivaldo Gomes, o popular Furica. Com mão de ferro, ele cuidou do dinheiro, e durante a excursão para João Pessoa funcionava com o pai da turma, toda despesa passava pelo seu crivo. O certo é que sobrou dinheiro e fizemos uma festa em Campina Grande, onde fomos ciceronizados pelos atuais Desembargadores Alberto e Cláudio Nogueira.
Foi um lateral vigoroso que encerrou a carreira precocemente em virtude de uma contusão no joelho. Não largou o futebol; sempre que podia batia uma peladinha de salão. Por força do seu conhecimento foi convidado para treinar o Barcelona, fantástico time criado por Magno Martins. Não aceitou e juntamente com Antônio Grilo, também convidado, indicaram meu nome para o cargo.
Na condição de juiz apitou jogos importantes em Afogados, inclusive foi o árbitro da estréia de Mimi no Guarani, tendo confidenciado no final do jogo: “Com a minha visão privilegiada, percebi que o espaço em que Mimi
colocou a bola na cobrança da falta, apenas um craque descobre”. Com a sua sobriedade ganhou a confiança de Aderval Viana e João Cordeiro, presidentes do Guarani de Afogados e do Nacional de Tabira, respectivamente. Legitimou-se, portanto, para apitar muitas vezes o maior clássico do interior de Pernambuco.
Em 1976, ao assumir a direção técnica do Ferroviário, convidou-me para treinar o Juvenil. Numa tarde daquele ano, enquanto trabalhávamos no campo do União, recebi a notícia que eu havia sido aprovado no concurso do Banco do Brasil. Fernandão foi um dos primeiros a prestar-me parabéns e desejar-me sorte. Posteriormente nos encontramos no Banco do Brasil, eu como funcionário e ele como vigilante. Por mais amigos que éramos ele teimava em manter certa distância. Era seu jeito. Foi por diversas vezes conselheiro quando eu me excedia nas “farras”.
O maior legado de Fernandão para os que o conheceram foi provar que não há dinheiro que compre a dignidade de um ser humano. Este valor ele imprimia em todos os seus atos dentro e fora das quatro linhas, nunca permitiu qualquer dúvida quanta a lisura das suas atitudes. Para ele a regra do jogo estava acima da fama e da importância do craque, expulsou quem julgou merecedor da penalidade. Muito obrigado pelo exemplo de honra e moral que você nos deixou, caro amigo.
Crônica de Ademar Rafael
222.838.400 SEGUNDOS
No momento que o BLOGDOFINFA virar a folhinha da data dos seus SETE anos completará 2.556 dias, 61.344 horas, 3.680.640 minutos e 222.838.400 segundos de notícias. É de fato um marco a ser festejado e isto foi feito na última sexta-feira, dia 18.10.19.
Nesta caminhada vitoriosa o BLOG e seu titular passaram por momentos de angústias, de festas, de derrotas e de vitória. O saldo é positivo quando observado pelos aspectos da persistência em informar bem, da luta árdua em busca da notícia em tempo real e, principalmente, do compromisso com a satisfação da legião de leitores e leitoras.
Sete anos passam rápidos, da mesma forma que as notícias transitam na plataforma. No mundo virtual um segundo é muito tempo, neste espaço o horizonte temporal é medido com a métrica da fórmula um e com a trena
que mede o desempenho dos recordistas olímpicos.
Vamos agora direcionar nossa abordagem para simbologia do número SETE. No futebol, esporte que o titular do blog teima em jogar, Garrincha imortalizou a camisa SETE do Botafogo e da Seleção Brasileira. SETE são as cores do arco-íris; os dias da semana; os dias do ciclo lunar; a soma das faces oposto de um dado; as artes liberais; os anões de Branca de Neve e biblicamente os pecados capitais, as virtudes, as trombetas de Jericó, as pragas do Egito, entre outras citações. No campo das superstições SETE são os anos de azar ao quebramos um espelho.
A palavra INOVAÇÃO tem OITO letras e é como ela que Finfa tem que se preocupar. SETE já é passado e as plataforma virtuais que não inovam a cada segundo correm sérios riscos de desaparecem em um piscar de olhos. Não por acaso o título desta crônica faz menção da palavra segundo, caso queira permanecer na escalada de vitórias o BLOGODOFINFA tem a obrigação de não dormir no ponto. A ordem é seguir na trilha que nos leva a DÉCADA, por enquanto.
Crônica de Ademar Rafael
IRMÃOS DAS RUAS
Por Ademar Rafael
Uma das maiores chagas que o cotidiano urbano nos “oferece” é a cena dos moradores de rua. Antes esse fenômeno social era verificado somente nas grandes cidades, hoje faz parte da “paisagem” até de cidades de pequeno porte. A poética urbana de Adoniran Barbosa em “Saudosa Maloca” e as crônicas cariocas é cosia do passado a situação atual é sem poesia e sem os encantos de literários dos cronistas da antiga Capital Federal.
A omissão plena do Estado pela ausência de políticas públicas que atuem nas causas é de certa forma abrandada com as ações de voluntários de congregações cristãs que atuam diretamente nos efeitos. Aqui entendido como a fome, a falta de higiene pessoal e de abrigo e a exposição ao frio sem qualquer proteção.
O pior de tudo é que os voluntários que atuam nas obras destinadas aos moradores de rua escutam repetidamente de pessoas abordadas com pedido de ajuda as seguintes frases: “Larguem isto, são bandidos”, “Não dou dinheiro para vagabundos”, “Não ajudo drogados”, etc.
Nos dias atuais três fatores contribuem para aumento das legiões de moradores de rua. As drogas, o desemprego e o abandono das famílias. Na maioria dos casos um deles motiva o outro e assim segue o agravamento da “chaga”.
Existe solução? Tenho certeza que sim. A união entre o primeiro, o segundo e o terceiro setor da economia para criação de abrigos com a simultânea ocupação de todos com idade e condições de trabalho sanariam grande parte do problema. Nas oficinas poderiam ser fabricadas fardas e bolsas para uso nos escolas do ensino básico e fundamental, sacolas para compras de supermercados e outros artefatos comuns e de uso permanente pela população. Com o tempo as atividades seriam ampliadas e o volume produzido alcançaria escala chinesa. Quem inicia?
Crônica de Ademar Rafael
Por: Ademar Rafael
BRASIL X HOLANDA
Nossa relação com a Holanda não pode nem deve se resumir as nossas derrotas para o selecionado holandês nas copas de 1994, 2010 e 2014 e nossas vitórias em 2004 e 2008, tem muito mais a ser narrado.
Registros históricos dão conta que em 1621 os holandeses tentaram entrar no Brasil, através da Bahia e não foram exitosos na missão. Em 1630 uma segunda expedição foi bem sucedida pelo território de Pernambuco, onde permaneceram até a expulsão em 1654. Contudo, Maurício e Nassau e sua turma deixaram marcas na arquitetura de Recife e de Olinda.
Durante a ocupação holandesa dois fatos ocorridos no Rio Grande Norte deixaram feridas abertas por envolver questões religiosas. O primeiro no dia 16.06.1645 em Cunhaú, quando 70 pessoas foram assassinadas em
evento apontado como retaliação contra católicos que não aceitaram ingressar no calvinismo. O segundo as margens do Rio Uruaçú, em 03.10.1645 quando 80 pessoas foram mortas por não aderir ao protestantismo holandês.
Por força de tais eventos o Papa Francisco em 2017 canonizou os Padres André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, assim como Mateus Moreira e seus companheiros. A beatificação havia ocorrido em 2000, por ato do Papa João Paulo II.
Após devastação ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial produtores holandeses, apoiados pela Liga de Agricultores Católicos, entre 1947 e 1950 ingressaram no Brasil para na região de Mogi Mirim fundar uma
cooperativa onde hoje está situada o linda cidade de Holambra – junção de Holanda, América e Brasil. Hoje a produção da cidade paulista representa algo próximo de 40% do mercado brasileiro de flores e plantas
ornamentais e é, de fato, um pedaço de Holanda no Brasil. A relação tumultuada do início é agora pacífica e ornamentada por lindas flores.
Crônica de Ademar Rafael
Por: Ademar Rafael
ADMINISTRAR É…
A abertura de um curso sobre Rotinas Administrativas nas cidades de Pedras de Fogo-PB e Caaporã-PB solicitei que alunos do Programa Profissional Rural – SENAR – PB, respondessem o eu era administrar. Cada aluno elaborou uma frase ou um pequeno texto com as respostas e as palavras mais repetidas foram: Ética, coragem, meta e resultado.
Na oportunidade apresentei os conceitos a seguir: “Administração é simplesmente o processo de tomada de decisão e controle sobre as ações dos indivíduos, para o expresso propósito de alcance de metas
predeterminadas.” e “Administração é um conjunto de atividades dirigidas à utilização eficiente e eficaz de recursos, no sentido de alcançar um ou mais objetivos ou metas organizacionais.” Autorias de Peter Drucker e Reinaldo Oliveira da Silva, respectivamente.
Podemos identificar convergência entre as opções dos alunos e os conceitos dos dois autores apenas em “resultados” e “metas”. Apesar de não figurarem nos textos dos pensadores da administração a ética e a coragem devem estar presentes em cada ato administrativo praticado por administradores que buscam o sucesso em suas atividades, ambas fazem parte do cardápio das ações cotidianas dos administradores de vanguarda.
Nesta data – 09.09 -, que comemoramos o dia do administrador não poderíamos deixar de fazer este registro sobre a profissão do Administrador, cujo curso é a mais cosmopolita de todos os cursos superiores ofertados em nosso país. O graduado em Administração estuda: Sociologia, Filosofia, Direito, Finanças, Psicologia, Matemática,
Estatística, Português, Contabilidade, entre outras disciplinas.
Para mim o bom administrador é o que: “Transforma o caos em ordem, as crises em oportunidades e produz resultados crescentes com recursos cada vez mais escassos”. Parabéns administradores do Brasil.
Crônica de Ademar Rafael
Por: Ademar Rafael
MARCOS ANTÔNIO CAMPOS DA FONSECA
Beto Fuscão, colega do Banco do Brasil, durante uma caminhada na praia perguntou se eu havia escrito algo sobre Marcos de Zé Coió. Para atendê-lo e premiar os leitores e leitoras deste espaço resolvi adaptar a crônica “Valeu Marcos” publicada no site www.afogadosdaingazeira.com.br.
Marcos quando jovem não quis um curso superior, pois sabia que Deus havia lhe dado talento suficiente para prescindir diplomas, sempre procurou ir além e entreva com tudo em cada empreitada que a vida lhe reservou.
Como jogador de futebol era detentor potente chute, que falem os goleiros que ele fez ir buscar a bola no fundo da rede. Como meia esquerda brilhante formou ao lado do saudoso Alex um extraordinário meio de campo no Santa Cruz de Ninô. Ainda no futebol nos deu, em conjunto com Arnaldo, Batista, Murilo, Dinda e o nosso inesquecível Dinga ou Branco de Everaldo, o Guabiraba, único time capaz de vencer o Barcelona. Ali Marcos impediu muitos gols, foi um dos maiores goleiros da história de Afogados. No campo fazia, na quadra evitava
Com seu sorriso franco e carisma peculiar mudou-se para Princesa Isabel-PB, após o casamento. Para lá levava sempre que podia seus amigos, destacou-se em tudo que fez na terra de Zé Pereira. Tudo que ele fazia colocava muito amor e garra, nunca vi Marcos reclamar de ninguém se era para fazer algo ele tomava a frente e realizava da melhor maneira.
A morte de Mário tirou muito do brilho de seu olhar, mas jamais desistiu de qualquer coisa, foi um vitorioso com suas próprias pernas, todas as vezes que precisei de Marcos para qualquer coisa ele atendia no ato, era seu jeito. Faleceu em 1999 deixando o exemplo para que os jovens de nossa terra lutem por seus objetivos como Marcos fez. Na Paraíba sempre dava guarida aos filhos do Pajeú, anfitrião de mão cheia e bom de papo em volta de uma mesa, agregador e líder nato. VALEU MARCOS.
Crônica de Ademar Rafael
IZABEL MARIA MARINHO PATRIOTA
Por: Ademar Rafael
Na manhã de 03.08.19 estava com amigos na Praça Arruda Câmara de Afogados da Ingazeira quando recebi uma missão do amigo Saulo Gomes. Por telefone ele me pediu para escrever algo sobre Zá Marinho que completaria 60 anos no dia 04.08.19.
Nesta minha trajetória terrestre não encontrei, além de Zá, ninguém que trouxesse um coral na garganta. A filha de Lourival e Helena foi – quem tiver outro entendimento guarde -, a dona da voz com mais docilidade e melodia que ouvi em minha vida. A fragilidade corporal escondia uma cantora sublime um anjo de coração santo. Seu olhar quando se debruçava sobre um excluído conduzia uma energia gerada somente em seres iluminados.
Tinha gestos difíceis de serem narrados com palavras. No dia que minha esposa conheceu Zá disse-lhe de frustração que teve quando notou que o cantor contratado para nosso casamento não havia ensaiado a música
“Amor de índio”. Prontamente ela disse a Helaine: “Nunca cantei esta música vou aprendê-la e em nosso próximo encontro cantarei para você.” Dias depois na casa do irmão Hilário cantou “Amor de índio” com uma
intensidade que até hoje ecoa em nossos ouvidos.
Certa vez ganhou um casaco de frio da irmã Maria Helena. No caminho da sua residência encontrou uma moradora de rua sem coberta e entregou-lhe o casaco. Maria descobriu no dia seguinte e sem qualquer sentido de crítica perguntou: “Zá destes o casaco que lhe dei?” Zá prontamente disse: “Ninha, quando vi a pessoa sem nada para enfrentar o frio e eu protegida, indo para debaixo dos meus cobertores, não tive outra saída dei o presente que havia recebido.” Essa era a Zá cidadã.
A voz de Zá transformava qualquer música em clássico, seu cunhado Antônio José ganhou uma versão personalizada de “Um homem chamado Alfredo”, nós outros ganhamos um repertório sem parelha.
Crônica de Ademar Rafael
VIDA DE GADO
Por: Ademar Rafael
No primeiro trimestre deste ano o programa radiofônico “Vida de Gado”, apresentado por Antônio Martins na Rádio Pajeú completou trinta e cinco anos com índices de audiência compatível com o compromisso do apresentador com a defesa da vaquejada no formato popular.
Ao tentarmos identificar as causas que sustentam o programa por tanto tempo percebemos que o principal insumo é a compatibilidade entre o pensamento de Antônio Martins com o pensamento do vaqueiro simples do sertão. Um pedido de um vaqueiro durante a feira de Afogados da Ingazeira é levado ao ar no programa seguinte respeitando totalmente a opinião do homem que veste a “toga de couro”.
As percepções que Antônio Martins utilizava nos campos de futebol para evitar dribles dos atacantes são usadas para jamais driblar os ouvintes e isto só possível quando o interlocutor é capaz de extrair o pensamento alheio numa perfeita empatia.
A audiência do programa origina-se nessa sintonia, as músicas e as toadas apresentadas são verdadeiros hinos para os sertanejos que como Antônio Martins defendem as corridas de gado como paixão. Os prêmios perdem a importância para farra e para o encontro entre iguais. O termo “meio mundo” carregado por Antônio Martins durante a apresentação do programa e em todas as conversas é a senha para todo nordestino que aprecia o bom papo sobre coisas do sertão.
Para comemorar os trinta e cinco anos de sucesso estiveram presentes Chico Arruda e seu filho João, Genaílson do Acordeon, o poeta violeiro Diomedes Mariano, o poeta e produtor Alexandre Morais e o radialista e professor Saulo Gomes, todos amantes das coisas boas do sertão e defensores incansáveis da cultura do Nordeste, do Sertão e do Pajeú. Aos críticos: “Nem o espinho de jurema rasga beiço dilacera o tecido do VIDA DE GADO, na sua composição tem fibra com a resistência do caroá.”
Crônica de Ademar Rafael
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Esta crônica procura fazer um alerta para os profissionais que estão e que pretendem ingressar entrar no mercado de trabalho, diante da presença do fenômeno Inteligência Artificial – IA, pauta em muitos debates pelo mundo.
O sacerdote camiliano e doutor em bioética Léo Pessini, no artigo “Inteligência Artificial, ameaça ou esperança” publicado na revista Família Cristã de março-19, afirma: “As máquinas não oferecem nenhuma ameaça existencial para humanidade, sua autonomia e puramente tecnológica, não possuem autonomia moral, enquanto permanecerem obedientes aos objetivos que damos a elas.”
O festejado escritor israelense Yuval Noah Harai, autor dos sucessos “Sapiens” e “Homo Deus” em seu último livro “21 lições para o século 21” aponta que a Inteligência Artificial vai assumir papel relevante nas áreas médicas, finanças, advocacia e carros auto dirigidos.
Sugere que evitar alto impacto nos emprego caberá ao Estado dosar o ritmo da automação e registra: “A tecnologia nunca é determinista, e o fato de que algo pode ser feito não quer dizer que seja feito. A legislação pode bloquear com sucesso novas tecnologias mesmo se forem comercialmente viáveis e economicamente lucrativas.” Cita inclusive modelo de ajuda que existe na Escandinávia com o lema “proteger trabalhadores, não empregos.”
Como o Brasil tem a tendência de proteger os “donos do dinheiro” em detrimento aos brasileiros o estrago pode maior que em outras nações donas do seu destino. Cabe, a nosso ver, que os brasileiros da ativa e os que postulam cargos no concorrido mercado de trabalho fiquem de olho no assunto. Ao lado dos olhares do padre e do professor israelense correm muitos riscos. Os pontos de vista são filosóficos, a realidade é muito mais dura. Olho vivo, atenção e cuidado.