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NO TWITTER, KÁTIA ABREU DIZ QUE CONTINUARÁ NO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA
Um dos seis integrantes do PMDB na Esplanada dos Ministérios, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou nesta quarta-feira (30), em sua conta pessoal no microblogTwitter, que permanecerá no comando da pasta.
A mensagem foi publicada um dia após o Diretório Nacional do PMDB ter anunciado o rompimento com o Palácio do Planalto e determinar que todos os integrantes do partido entreguem seus cargos no Executivo federal.
“Continuaremos no governo e no PMDB. Ao lado do Brasil no enfrentarmos [sic] da crise. Deixamos a presidente à vontade caso ela necessite de espaço para recompor sua base. O importante é que na tempestade estaremos juntos”, escreveu a ministra da Agricultura na rede social.
Além de Kátia Abreu, o ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, também já declarou publicamente que permanecerá à frente da pasta, mesmo com a determinação partidária para deixar o cargo.
Segundo apurou o G1, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, também já disse a interlocutores que continuará no governo. (Do G1, em Brasília)
GOVERNO DILMA TEM APROVAÇÃO DE 10% E DESAPROVAÇÃO DE 69%, DIZ IBOPE
Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (30) mostra os seguintes percentuais de avaliação do governo da presidente Dilma Rousseff (PT):
– Ótimo/bom: 10%
– Regular: 19%
– Ruim/péssimo: 69%
– Não sabe: 1%
O levantamento do Ibope, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi realizado entre os dias 17 e 20 deste mês e ouviu 2.002 pessoas, em 142 municípios. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.
Segundo a CNI, a soma dos percentuais não iguala 100% em decorrência do arredondamento.
Na última pesquisa do Ibope encomendada pela CNI, divulgada em dezembro do ano passado, 9% dos entrevistados aprovavam o governo (consideravam “ótimo” ou “bom”); 70% consideravam a gestão Dilma “ruim” ou “péssima”; e 20%, “regular”.
O nível de confiança da pesquisa, segundo a CNI, é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%.
‘Maneira de governar’
A pesquisa divulgada nesta quarta também avaliou a opinião dos entrevistados sobre “a maneira de governar” da presidente: 14% aprovam; 82% desaprovam; e 3% não souberam ou não responderam.
Além disso, 18% disseram confiar na presidente, enquanto 80% afirmaram não confiar, e 2% não souberam ou não responderam.
Segundo mandato
Na comparação com o primeiro governo Dilma, 3% dos entrevistados consideram o segundo mandato dela “melhor”. Para 80%, a atual gestão é “pior” e 16% dizem ser “igual”.
Ainda de acordo com a pesquisa Ibope, 10% dos entrevistados avaliam como “ótimo/bom” as perspectivas em relação ao restante do mandato de Dilma à frente do Planalto, enquanto 68% dizem acreditar que o governo será “ruim/péssimo”. Para 18%, será “regular”.
Notícias sobre o governo
O levantamento do Ibope listou ainda as notícias sobre o governo mais lembradas pelos entrevistados. Veja as cinco mais citadas:
– “Presidente Dilma convida o ex-presidente Lula para assumir um ministério em seu governo/Lula assume ministério”: 31%
– “Notícias sobre manifestações a favor do impeachment da presidente Dilma”: 17%
– “Notícias sobre operação Lava Jato/Investigação de corrupção na Petrobras/Petrolão”: 13%
– “Notícia sobre manifestações contra o governo Dilma”: 8%
– “Notícias sobre manifestações contra a corrupção”: 8%
Conforme o levantamento divulgado nesta quarta, 9% apontam que as notícias têm sido”mais favoráveis” ao governo; 9% as consideram “nem favoráveis nem desfavoráveis”; 76%, “mais desfavoráveis”; e 5% não souberam ou não responderam.
A pesquisa também ouviu os eleitores sobre a opinião deles por área de atuação do governo. Veja os resultados:
Combate à fome e à pobreza
Aprovam: 29%
Desaprovam: 69%
Não souberam/Não responderam: 2%
Educação
Aprovam: 24%
Desaprovam: 74%
Não souberam/Não responderam: 2%
Meio Ambiente
Aprovam: 25%
Desaprovam: 68%
Não souberam/Não responderam: 7%
Saúde
Aprovam: 13%
Desaprovam: 87%
Não souberam/Não responderam: 1%
Segurança Pública
Aprovam: 14%
Desaprovam: 84%
Não souberam/Não responderam: 1%
Combate à inflação
Aprovam: 12%
Desaprovam: 86%
Não souberam/Não responderam: 3%
Combate ao desemprego
Aprovam: 12%
Desaprovam: 86%
Não souberam/Não responderam: 1%
Taxa de juros
Aprovam: 7%
Desaprovam: 90%
Não souberam/Não responderam: 3%
Impostos
Aprovam: 8%
Desaprovam: 91%
Não souberam/Não responderam: 1%
GOVERNO QUER CRIAR ‘CENTRÃO’ E DAR MAIS FORÇA A PP, PR E PSD
Em substituição ao PMDB, que anunciou nesta terça-feira seu desembarque do governo, a presidente Dilma Rousseff deu início a conversas para a formação de um novo bloco na Câmara, formado por PP, PR e PSD que, juntos, somam 129 votos – contra os 69 votos do PMDB. Para isso, a presidente está disposta a abrir mais espaço a esses partidos.
O “espólio” do PMDB (sete ministérios e mais de 700 cargos) está sendo disputado: o PP sonha conquistar o Ministério da Saúde; o PR, além do Ministério dos Transportes, que comanda hoje, gostaria de ter também o comando de Portos; e o PSD gostaria de ter também o Ministério dos Esportes.
Com essa reoganização do ministério, a presidente espera reunir pelo menos 172 votos, número necessário para barrar o processo de impeachment em tramitação na Câmara. Se conseguir isso, desempenho considerado difícil no quadro atual, ela se disporia a comandar um governo com minoria, mas com base mais estável.
A presidente está sendo aconselhada a definir as mudanças na equipe até a próxima sexta-feira, como anunciou o chefe de Gabinete da Presidência, Jacques Wagner, nesta terça, ao comentar a saída do PMDB do governo.
Nesta terça, ela teve conversas com o presidente do PSD, Gilberto Kassab; e com o presidente do PP, Ciro Nogueira.
A Kassab foi dito que o partido só ganhará mais espaço se a bancada estiver unida em apoio ao governo. Kassab disse à presidente que não houve a liberação dos votos da bancada – negando, portanto, informação transmitida por deputados.
Para um auxiliar do governo, a união de PP, PR e PSD seria um “novo centrão”, numa referência a um bloco formado na Constituinte reunindo vários partidos que, na ocasião, deu maioria aos conservadores. O “centrão” na Constituinte acabou superando o PMDB, partido que tinha a maior bancada na Câmara e no Senado.
A ideia da presidente, segundo auxiliares, é aguardar uma manifestação dos ministros do PMDB (que marcaram reunião para a noite desta terça na tentativa de buscar uma solução conjunta) e, depois disso, tomar a decisão.
Na avaliação do Planalto, se o líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani, assegurar votos de 15 a 20 deputados, o partido poderá manter o comando de um ministério – o da Saúde ou o da Ciência e Tecnologia, dependendo das negociações com outros partidos. Dos ministros senadores, pelo menos Kátia Abreu deve continuar – permanecendo ou não no PMDB.
Esse quebra-cabeça foi discutido nesta terça-feira no Palácio da Alvorada, em reunião da presidente Dilma com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com os ministros Ricardo Berzoini e Jaques Wagner. (Por Cristiana Lôbo)
GOVERNO TEMER/PSDB DESTRUIRIA PROGRAMAS SOCIAIS, ALERTA HUMBERTO
O líder do Governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), declarou nesta terça-feira (29) que um eventual governo de Michel Temer (PMDB), em parceria com a oposição, especialmente o PSDB – caso a presidenta Dilma Rousseff (PT) seja destituída por um golpe – destruiria todas as políticas públicas implantadas ao longo da última década.
Para o senador, programas como o Minha Casa Minha Vida, o Bolsa Família e o Brasil sem Miséria – que salvaram mais de 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza, elevaram mais de 42 milhões à classe média, tiraram o Brasil do mapa da fome e deram a milhões de brasileiros a oportunidade de ter uma casa própria – serão desmantelados por um “acordão” para tirar o PT do poder e aplicar ao Brasil um programa neoliberal que porá em risco todas as conquistas alcançadas.
“O documento intitulado ‘Uma ponte para o futuro’ – que o vice-presidente Michel Temer toma como programa de um governo que sonha comandar… e vai continuar sonhando – é um negócio que parece obra da vilania do PSDB, se é que já não tem tinta dos tucanos nesse petardo contra a população”, afirmou. Humberto analisou o plano, ponto a ponto, e chegou à conclusão que vários pilares das políticas instituídas na última década poderão ser derrubados e milhões de brasileiros, prejudicados.
De acordo com o líder do Governo, o documento acaba com a sustentação da política industrial brasileira, o que levaria ao fechamento em massa de indústrias no país; destrói o financiamento habitacional de programas como o Minha Casa, Minha Vida, que deu a milhões de brasileiros o direito de ter um imóvel próprio e reduziu o déficit habitacional do Brasil em mais de 10%; e produz um desemprego devastador na indústria da construção civil.
Além disso, segundo Humberto, o plano privatiza o ensino médio, esvaziando as escolas públicas em favor das instituições privadas; desmantela o Pronatec, que já profissionalizou mais de 9 milhões de jovens em todo o país; limita as concessões de empréstimos estudantis pelo FIES, deixando milhões de jovens sem acesso às universidades; e propõe que o SUS, o Sistema Único de Saúde, passe a ser pago pelos brasileiros.
“Para encerrar aqui esse saco de maldades que os golpistas estão ávidos para implantar no Brasil – esse documento quer ainda reduzir o número de pessoas inscritas em programas sociais fundamentais, como o Bolsa Família, cortando os benefícios hoje destinados a garantir o sustento de milhões de brasileiros”, acusou Humberto.
O congressista avalia que, em suma, o “Ponte para o Futuro” é, na verdade, o “De Volta para o Passado”, obra de terror para que o Brasil seja devolvido à década de 90. “Felizmente, não será adotado. Ficará como uma peça menor para o acervo do Museu do Golpe que Não Houve, uma instituição com muitos patronos e curadores frustrados”, criticou.
O líder do Governo fez questão de chamar a atenção de que todas essas “tenebrosas transações, que passam ainda por salvar Eduardo Cunha e tentar enterrar a Operação Lava Jato, vêm sendo arquitetadas à revelia do povo brasileiro”.
“A população jamais seria chamada a participar dessa festa porque esse golpe é um convescote que vem sendo armado apenas para a confraternização do andar de cima”, comentou.
No fim do discurso, na tribuna do Senado, Humberto declarou que o Palácio do Planalto deve ser ocupado por quem tem voto e entrou lá pela porta da frente, como no caso de Dilma, e não onde se põe um boneco para ser operado remotamente por ventríloquos interesseiros. “A faixa presidencial é algo sério demais para servir de adorno ao peito de golpistas”, concluiu.
POR ACLAMAÇÃO, PMDB OFICIALIZA ROMPIMENTO COM GOVERNO DILMA
O Diretório Nacional do PMDB decidiu nesta terça-feira (29), por aclamação, romper oficialmente com o governo da presidente Dilma Rousseff. Na reunião, a cúpula peemedebista também determinou que os seis ministros do partido e os filiados que ocupam outros postos no Executivo federal entreguem seus cargos.
O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, não participou da reunião que oficializou a ruptura com o governo sob o argumento de que não desejava “influenciar” a decisão. No entanto, ele teve participação ativa na mobilização pelo desembarque do partido e passou toda a segunda-feira (28) em reuniões com parlamentares e ministros do PMDB em busca de uma decisão “unânime”.
Comandada pelo primeiro vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR), a reunião durou menos de cinco minutos. Após consultar simbolicamente os integrantes do partido, Jucá decretou o resultado da votação.
“A partir de hoje, nessa reunião histórica para o PMDB, o PMDB se retira da base do governo da presidente Dilma Rousseff e ninguém no país está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB”, enfatizou.
A decisão do PMDB aumenta a crise política do governo e é vista como fator importante no processo de impeachment de Dilma. Há a expectativa de que, diante da saída do principal sócio do PT no governo federal, outros partidos da base aliada também desembarquem da gestão petista.
Atualmente, o PMDB detém a maior bancada na Câmara, com 68 deputados federais. O apoio ao governo, porém, nunca foi unânime dentro da sigla e as críticas contra Dilma se intensificaram com o acirramento da crise econômica e a deflagração do processo de afastamento da presidente da República.
Efeito dominó
Na reunião desta terça, os peemedebistas decidiram que os ministros da legenda que descumprirem a determinação de deixar o governo poderão sofrer sanções, como expulsão do partido.
Após a decisão do Diretório Nacional do PMDB, o G1 procurou as assessorias dos ministérios da Agricultura, da Aviação Civil, de Portos, de Ciência e Tecnologia, de Minas e Energia e da Saúde.
Por meio da assessoria, o Ministério da Saúde informou que Marcelo Castro permanecerá “por enquanto” tanto no cargo de ministro quanto no PMDB e aguardará os “próximos passos do partido”, como o prazo que será dado pela legenda para que os ocupantes de cargos no Executivo deixem as vagas.
Até esta segunda-feira, o PMDB ocupava sete cadeiras no primeiro escalão do governo Dilma. No entanto, Henrique Eduardo Alves, um dos peemedebistas mais próximos de Michel Temer, se antecipou à decisão da cúpula e entregou seu cargo a Dilma.
Dilma também lançou mão dos últimos esforços para tentar resgatar o apoio do partido. Na manhã de segunda, ela chamou ao seu gabinete no Palácio do Planalto seis dos sete ministros do PMDB para avaliar o cenário. No entanto, no fim do dia, Henrique Alves, um dos presentes ao encontro, apresentou a sua carta de renúncia.
Apesar do desembarque, Temer continuará na Vice-Presidência da República sob o argumento de que foi eleito pela população na chapa de Dilma e de que não ocupa, portanto, cargo de submissão à presidente.(G1.COM)
APÓS PMDB, OUTROS ALIADOS TAMBÉM DÃO SINAIS DE SAÍDA DO GOVERNO
Com o anúncio do desembarque por “aclamação” do PMDB do governo, partidos do chamado “centrão” da base aliada começaram a dar sinais mais fortes de que também poderão desembarcar em breve.
No comando do Ministério das Cidades, o PSD decidiu liberar seus 31 deputados para votar como quiserem em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. No comando do Ministério da Integração Nacional, o PP cogita fazer o mesmo. No PSD, a liberação dos deputados teve anuência do ministro das Cidades e presidente do partido, Gilberto Kassab. Dirigentes da legenda preveem que a bancada do partido no Senado, de três parlamentares, também deverá ser liberada.
Pelos cálculos de lideranças do PSD, de 70% a 80% da bancada na Câmara deve votar a favor do impeachment. O cálculo foi feito antes da saída de ministros do PMDB e do anúncio prévio de que o desembarque será aprovado por aclamação. No PP, o presidente da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), admite que não terá como segurar suas bancadas na Câmara e Senado, principalmente após o desembarque do PMDB. Semana passada, o partido já tinha informado Dilma dessa dificuldade.
Pelos cálculos da direção do partido, dos 49 deputados da legenda, pelo menos 15 são declaradamente a favor do impeachment e outros 35 “aguardam” definição oficial da presidência da legenda sobre como votar. “Só conseguimos garantir os 35 votos para o governo se for para o governo ganhar. Se for para perder, não conseguimos”, afirmou um interlocutor de Ciro. Para a direção do PP, o governo precisa reagir para tentar segurar a base.(Por: Agência Estado)
PREFEITO DE OSASCO ANUNCIA SAÍDA DO PT
O prefeito de Osasco, Jorge Lapas, anunciou nesta segunda-feira (28) sua desfiliação do PT. Sexto maior colégio eleitoral do Estado com 560 mil eleitores, Osasco era governada pelo PT desde 2005. Lapas disputou a primeira eleição em 2012, quando foi eleito com 60% dos votos válidos.
Em carta à população da cidade, o prefeito usa o “momento delicado” do PT e divisões internas na legenda para justificar a decisão de deixar o partido ao qual era filiado há 11 anos.
Segundo petistas, o destino do prefeito é o PDT. Lapas é o segundo prefeito a sair do PT em São Paulo desde o início da crise política que tragou o partido. O primeiro foi Ricardo Bocalon, de Itupeva, que anunciou a desfiliação em setembro. De acordo com dirigentes do PT, a gota d’água para a saída de Lapas foi uma série de críticas à administração feita por aliados do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, que até o início do ano cumpria pena de prisão por envolvimento no mensalão.
PMDB DEVE DECIDIR SAÍDA DO GOVERNO POR ACLAMAÇÃO
O vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional do PMDB, não comparecerá nesta terça-feira (29) à reunião do diretório nacional que decidirá pelo rompimento do partido com o governo, informou a assessoria da Vice-presidência. Segundo a assessoria, ele não comparecerá para não influenciar na decisão.
Mas, na tarde de ontem (28), Temer se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e acertou que a decisão sobre o rompimento será por aclamação, sem contagem dos votos dos integrantes do diretório, de acordo com informações de interlocutores de Temer, de Renan e de um senador peemedebista.
Na noite de domingo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com Temer em São Paulo, a fim de tentar convencê-lo a manter o PMDB no governo.
Segundo assessores de Temer, o vice-presidente disse a Lula que o desembarque é “irreversível”, e que o clima no partido é de “animosidade”.
No início da noite desta segunda, um dos sete ministros do PMDB – Henrique Alves (Turismo) – pediu demissão.
Segundo Temer afirmou a Lula, de acordo com assessores, a decisão do partido de deixar o governo foi acelerada pela nomeação do deputado Mauro Lopes para ministro da Secretaria de Aviação Civil mesmo após a convenção nacional do PMDB, no último dia 12, ter proibido integrantes do partido de assumir novos cargos no Executivo.
MORO ENCAMINHA INVESTIGAÇÕES DA 23ª E 26ª FASES DA LAVA JATO AO STF
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, decidiu enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) as investigações da 23ª e 26ª fases da Operação Lava Jato, batizadas de Acarajé e Xepa. O despacho com a decisão foi assinado por Moro na manhã desta segunda-feira (28).
A 23ª fase da operação deu origem à 26ª. As investigações de documentos apreendidos chegaram a ser divulgadas pela imprensa, mas depois foram colocadas em sigilo pelo juiz.
Entre os documentos estão planilhas apreendidas na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, presidente da Construtora Norberto Odebrecht, e alvo da 23ª fase. Segundo Moro, os documentos identificam pagamentos a autoridades com foro privilegiado, mas ainda é prematura qualquer conclusão sobre a natureza ilícita, ou não, dos pagamentos que fazem parte da planilha.
“De todo modo, considerando a apreensão e identificação de tal planilha com Benedicto Barbosa da Silva Júnior, que retratam pagamentos do Grupo Odebrecht a autoridades com foro privilegiado, talvez lícitos, é o caso de remeter este processo”, argumentou o juiz.
Ao G1, a Odebrecht informou que “Benedicto Junior prestou todos os esclarecimentos em sua oitiva”.
Moro disse ainda que “o ideal seria antes aprofundar as apurações para remeter os processos apenas diante de indícios mais concretos de que esses pagamentos seriam também ilícitos. A cautela recomenda, porém, que a questão seja submetida desde logo ao Egrégio Supremo Tribunal Federal”.
Ao enviar as investigações, Moro pediu ainda urgência para a análise dos documentos e disse que o material apreendido deverá permanecer na sede Polícia Federal (PF) em Curitiba, à disposição do STF, Ministério Público Federal (MPF), defesas e autoridades policiais.
Avanço nas investigações
Ainda sobre a 23ª fase, o juiz relatou que “a investigação está mais avançada em relação ao seu objeto inicial, ou seja, aos pagamentos efetuados por Zwi Skornicki e pelo Grupo Odebrecht a João Cerqueira de Santana Filho e a Mônica Regina Cunha de Moura, bem como aos pagamentos de Zwi Skornicki a Pedro José Barusco Filho e Eduardo Costa Vaz Musa”.
Ele também argumentou que houve avanços nas investigações contra Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, Luiz Eduardo da Rocha Soares, Fernando Migliaccio da Silva, Olivio Rodrigues Júnior, e Marcelo Rodrigues.
No despacho, Moro explicou que, apesar dos investigados da 23ª não possuírem foro privilegiado, as planilhas que envolvem os que tem foro foram apreendidas na referente etapa. E que, por isso, foram encaminhadas juntamente com as da 26ª ao STF.
O juiz ressaltou ainda que quanto às investigações mais avançadas em relação aos pagamentos efetuados por Zwi e pelo Grupo Odebrecht a João Santana e a Mônica Moura, bem como aos pagamentos de Zwi Skornicki a Pedro José Barusco Filho e Eduardo Costa Vaz Musa, caberá ao STF separar as apurações ou até mesmo devolvê-las para a 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba.
Denúncia do MPF
Na decisão desta segunda, Moro também informou ao STF que houve uma recente apresentação de denúncia do MPF contra Zwi Skornicki, João Santana, Mônica Moura e outros em uma ação penal da 23ª fase.
EXPECTATIVA SOBRE DECISÃO DO PMDB MOBILIZA MEIO POLÍTICO NA SEMANA
O diretório nacional do PMDB deve confirmar nesta terça-feira (29), em uma reunião na Câmara dos Deputados, o desembarque já esperado do governo da presidente Dilma Rousseff.
Se confirmado o rompimento do partido com o governo, a sessão do Congresso marcada para o mesmo dia para analisar vetos presidenciais poderá servir como prova de fogo para o Palácio do Planalto.
Segundo apuração do G1, até este domingo, 11 diretórios estaduais sinalizavam que seus integrantes votarão a favor do desembarque do PMDB do governo Dilma Rousseff na reunião de terça-feira (29). Somente um diretório, o do Maranhão, defendeu a manutenção da aliança, enquanto outros onze afirmaram que ainda não tinham posicionamento definido.
O G1 não conseguiu contato com representantes do partido em quatro estados (Ceará, Pará, Roraima e Rondônia).
A eventual saída do PMDB, maior partido aliado, também preocupa o governo devido à possibilidade de um “efeito dominó” entre outros partidos da base aliada, com reflexos na comissão especial do impeachment, que analisa o pedido de afastamento da petista.
Nesta segunda-feira, em uma situação incomum, está prevista uma sessão deliberativa no plenário, convocada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB- RJ).
O objetivo é contar mais um dia no prazo para a presidente entregar a sua defesa. Se houver sessões todos os dias da semana, conforme o plano de Cunha, a data final será dia 4 de abril.
Ainda nesta segunda, o presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), e o relator, Jovair Arantes (PTB-GO), farão uma visita de cortesia ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, relator da ação sobre o rito do impeachment.
Rosso explica que o encontro não tem como objetivo tirar dúvidas sobre a decisão, mas apenas mostrar à corte que as regras estabelecidas pelo tribunal estão sendo seguidas.
Ainda nesta semana, os líderes partidários deverão definir, após dois adiamentos, a distribuição das vagas nas comissões permanentes da Casa, entre elas a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), cujo comando é cobiçado por vários partidos.
Na pauta de votações, um dos principais projetos é um que estabelece novas regras para o refinanciamento das dívidas dos estados com a União, o que poderá desafogar um pouco os estados endividados.