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ESPAÇO DA POESIA

Não ha pobre tão mísero como o pobre,
Muito rico, avarento e desalmado,
Que faz do peito um baú, esconde o cobre,
Nada em ouro mas vive flagelado.

Subtrai dos vizinhos, e não descobre,
Que o tesouro, quando é mal arranjado,
Gera status, porém não torna nobre,
O espírito insensato, e desonrado.

Velho enfermo, chegando ao fim da vida.
Chora vendo que a fortuna adquirida,
Não pertence-lhe, nem vai no ataude.

Deixa todos os bens materiais,
Cofres cheios de joias, cabedais,
E não leva um centavo de virtude.

Diniz Vitorino.

ESPAÇO DA POESIA

ESCRAVA

ELA CHEGOU-SE, CHEGOU-SE A MIM E DISSE,
QUE TINHA VINDO PARA SER ESCRAVA,
EU RESPONDI QUE ERA UMA TOLICE,
AQUELA FRASE QUE ELA MURMURAVA.

LEMBREI-LHE A TRISTE HISTÓRIA DE BELQUICE,
E ELA SEM DAR OUVIDO AO QUE ESCUTAVA,
FECHOU OS OLHOS E NUM BEIJO DISSE,
QUE TINHA VINDO PARA SER ESCRAVA.

E EU NUM GESTO DE PURA MALUQUICE,
AO VÊ-LA ASSIM TÃO CHEIA DE MEIGUICE,
ABRI OS BRAÇOS PARA QUEM CHEGAVA.

SEM PERCEBER QUE PRA DESGRAÇA MINHA,
DO MEU DESTINO IA FICAR RAINHA,
QUEM TINHA VINDO PARA SER ESCRAVA.

ONISTALDO / PENA FORTE – RS

ESPAÇO DA POESIA

FUI A EXPOAGRO NO TERCEIRO DIA,
MESMO O LAMAÇAL ESTANDO CRUEL,
VIBREI COM O GRANDE SHOW DE MACIEL,
POIS JÁ CONHECEMOS SUA MAESTRIA,
MAS AO MESMO TEMPO A MINHA AGONIA,
FOI VER CAVALEIROS, BANDA RUIM QUE SÓ,
CUJA MÚSICA CHEGA A NOS CAUSAR DÓ,
FICA O MEU ALERTA PRA QUEM CURTE A BANDA,
DIVULGUEM OS ARTISTAS, FAÇAM PROPAGANDA,
SÓ NÃO DIGAM NUNCA QUE AQUILO É FORRÓ.

USAM EM CAPA DE CORDEL,
CARBONO OU PAPEL DE SEDA,
TODA LARANJA É AZEDA,
EM TODO LIMÃO TEM MEL,
LAMPIÃO NÃO FOI CRUEL,
FALTOU PACIÊNCIA A JÓ,
NÃO TEM SAL EM MOSSORÓ,
NEM ÁLCOOL EM LITRO DE DREYER,
SE AQUELA BANDA SOUBER,
O QUE DANADO É FORRÓ.

DIOMEDES MARIANO.

ESPAÇO DA POESIA

VAI VIR MAIS UMA EXPOAGRO,
PRA NOSSA FALTA DE SORTE,
TEM ARTISTA DO NORDESTE,
CENTRO-OESTE, SUL E NORTE,
TRÊS, QUATRO ATRAÇÕES POR DIA,
SÓ NÃO CABE É CANTORIA,
NUM EVENTO DESTE PORTE.

A VIOLA ESTÁ PRESENTE,
EM TUDO QUANTO É CHAMADO,
VISITA DE DEPUTADO,
GOVERNADOR, PRESIDENTE,
TODO TIPO DE AMBIENTE,
EM TEATRO, EM CHOPERIA,
UMA PERGUNTA EU FARIA,
“AOS INTELECTUAIS”
EXPOSIÇÃO DE ANIMAIS,
POR QUE NÃO TER CANTORIA?

MINHA VIOLA SE AFINA,
NOS EVENTOS DE EXU,
SÃO JOÃO DE CARUARÚ,
SUMÉ, MONTEIRO E CAMPINA,
ALAGOINHA TERMINA,
DE ME CHAMAR PRA O SÃO JOÃO,
EU VOU, OUTROS VATES VÃO,
MOSTRAR VIOLA E TALENTO,
SÓ NÃO CABE ESTE INSTRUMENTO,[
“NESTA ENORME EXPOSIÇÃO”.

MAS VAMOS DEIXAR DE LADO,
QUEM VEM CANTAR OU NÃO VEM,
QUEM TEM TALENTO OU NÃO TEM,
QUEM DEVE OU NÃO SER CHAMADO,
ESTÁ TUDO ORGANIZADO,
ESPERANDO QUEM VIER,
ESTE SALVE-SE QUEM PUDER,
MERECE O NOSSO RESPEITO,
QUEM PAGA TEM O DIREITO,
DE ESCUTAR O QUE QUER.

DIOMEDES MARIANO

ESPAÇO DA POESIA

QUANTA POLÊMICA CRIADA,
SEM A MENOR PRECISÃO,
SE NAS FESTAS DE SÃO JOÃO,
CABE SERESTA OU LAMBADA,
O BREGA, A MÚSICA IMPORTADA,
COCO DE RODA OU XAXADO,
SAGUIM NÃO DANÇA REISADO,
PERU NÃO USA GRAVATA,
A CULPA É DE QUEM CONTRATA,
NÃO DE QUEM É CONTRATADO.

SABEMOS QUE ELBA RAMALHO,
É ESTRELA DO FORRÓ,
ALCIMAR É BOM QUE SÓ,
FLÁVIO JOSÉ EU NÃO MALHO,
MAS NÃO PERCO O MEU TRABALHO,
OUVINDO HARRY ESTIGADO,
MERECE SER RESPEITADO,
CADA ARTISTA EM QUALQUER DATA,
A CULPA É DE QUEM CONTRATA,
NÃO DE QUEM É CONTRATADO.

NÃO PERCO O SONO ASSISTINDO,
SENHOR GABRIEL DINIZ,
NÃO CURTO O QUE ELE DIZ,
NEM ME CANSO LHE APLAUDINDO,
MAS TEM GENTE ACHANDO LINDO,
O QUE ELE TEM GRAVADO,
EM SAIRÉ, EM CONDADO,
MONTEIRO, OURO VELHO E PRATA,
A CULPA É DE QUEM CONTRATA,
NÃO DE QUEM É CONTRATADO.

DIOMEDES MARIANO.

 

ESPAÇO DA POESIA

Aécio se intitulou,
Dono da cocada preta,
Mas encontraram a gaveta,
Onde o infeliz guardou,
A propina que pegou,
“Pequenina bagatela”,
Quero ver se vai pra cela,
O rato que a mídia mima,
A CASA CAIU POR CIMA,
DE QUEM QUIZ SER DONO DELA.

Está desmoralizado,
O País que a gente ama,
Transformaram em mar de lama,
Nosso Brasil adorado,
Escândalo por todo lado,
Por centro, gueto e viela,
Faltava só esse “FELA”,
Pra ferver de vez o clima,
A CASA CAIU POR CIMA,
DE QUEM QUIZ SER DONO DELA.

Diomedes Mariano.

ESPAÇO DA POESIA

Na vida sofri abalos,
E desesperos medonhos,
Sonhos, sonhos e mais sonhos,
Sem poder realizá-los,
Na frente senti os halos,
Da áurea da juventude,
Mas nunca tive a virtude,
De dormir entre dois seios,
NÃO TIVE AMORES, SONHEI-OS,
MAS DESFRUTÁ-LOS NÃO PUDE.

Lourival Batista.

Cabelos branquinhos que parecem neve,
Teu rosto rugado não canso de olhar,
Leio em teu semblante que foste heroína,
Oh mãe carinhosa, rainha do lar.
Foi quem me ensinou a primeira passada,
Contigo mamãe aprendi a falar,
Teu nome foi feito com tanta ternura,
Que o filho não tem o direito de errar.

Teu colo macio foi sempre o meu trono,
Mamãe nos teus braços luxei como um rei,
Sozinho, chorão, ciumento e dengoso,
Desculpa os trabalhos mamãe que eu te dei.

Daudeth Bandeira.

ESPAÇO DA POESIA

A cigarra agoureira está calada,
A Cauã foi embora da floresta,
O carão outra vez está em festa,
Com o resto de toda passarada,
Já tem gente plantando em terra arada,
A semente do grão que armazenou,
Quem pediu a Jesus ele escutou,
Resolveu lhe mandar este presente,
VEJO A TERRA BANHADA NOVAMENTE,
COM O PRANTO DE DEUS QUE O CÉU CHOROU.

Já tem água que dê pra os animais,
Já tem pasto pra rês encher a pança,
Já se vê um lençol cor de esperança,
Na floresta que abriga os vegetais,
Quem pensava em partir voltou atrás,
Desmanchou a mochila e recuou,
Preparou uma roça e já queimou,
Vai arar pra enchê-la de semente,
VEJO A TERRA BANHADA NOVAMENTE,
COM O PRANTO DE DEUS QUE O CÉU CHOROU.

Diomedes Mariano.

ESPAÇO DA POESIA

Com permissão ao autor do Espaço da Poesia, o poeta Diomedes Mariano, postarei homenagem que o ex-funcionário da Agência do Banco do Brasil em Afogados da Ingazeira, nos anos 70, Zé Carlos de Lima (BODE), prestou na ocasião da festa de aniversário de 60 anos do colega Ademar Rafael Ferreira – PAPA SEBO, no último sábado (18) em João Pessoa.

O BB e a FAUNA em Afogados da Ingazeira

Agripino, Mocó e Lagartixa
Djalma, Bacurau e Bigodão.
Eliane, Mamão e Bacurim
Margarida, Hélio e Minhocão.
Aloisio, Cavalo e Velho Zaia
Rogério, Papagaio e Fernandão.

Ronald, Joka e Tamanduá,
Alberto, Danizete e Daniel.
Fernando Pires, Viana e Juarez,
Adiel, Luciene e Ismael.
Edna, Socorro e Tadeu,
Lúcia, Rivaldo e Miguel.

Pluto, Jerônimo e Ferrugem,
Amintas, Lula e Furão.
Paulo Sobreira, Ioneida,
Alcyr, Regina e Paulão.
Sônia, Fatima e Dió
Edson que não era um só
Bode e Branca de Neve,
Oscar e Beto Fuscão.

 

 

ESPAÇO DA POESIA

dioMe criei numa ribeira,
Meu transporte era um cavalo,
Meu despertador um galo,
A vestimenta a perneira,
O “Menino da Porteira”
É minha eterna canção,
Só não gosto é do refrão,
Onde o boi mata o menino,
SOU APENAS TANGERINO,
BOIADEIRO É MEU PATRÃO.

No tronco da seringueira,
Quando a moto serra vai,
O pau é forte mas sente,
O leite é branco, mas sai,
A madeira tomba verde,
Mas seca depois que cai.

Raimundo Nonato.