O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa vai dizer à Polícia Federal nesta segunda-feira (3) que não participou dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.
Segundo o advogado de Rivaldo, Marcelo Ferreira, no depoimento marcado para esta segunda-feira, o delegado da Polícia Civil também dirá aos investigadores que não há provas contra ele; e que a prisão foi decretada com base apenas na delação premiada de Ronnie Lessa.
“Ele vai esclarecer novas questões da investigação e da condução do inquérito sobre a morte de Marielle. E vai reforçar que a PF não tem provas contra ele”, disse Ferreira ao blog.
O advogado também afirmou que, no depoimento, Rivaldo vai declarar:
- que a condução da Polícia Civil do Rio, que era chefiada por ele, é diferente da condução do inquérito sobre as execuções
- que não há provas na investigação além do que Ronnie Lessa disse na delação, que é apenas um lado e que resultou em medidas gravosas, como prisão, indiciamento e denúncia
- que a demora para ouvi-lo “causa estranheza”. O delegado ressaltará, no depoimento, que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, já tinha determinado o depoimento imediato após a prisão, mas a PF só marcou a oitiva após quase três meses da prisão e depois que Rivaldo escreveu um bilhete “implorando” para depor
Em entrevista ao blog, o advogado ressaltou que a “a demora foi fora da curva”. “Ele foi preso, indiciado e denunciado sem sequer ser ouvido”, disse.
Rivaldo foi preso em 24 de março, no Rio de Janeiro, junto dos outros dois mandantes do assassinato da ex-vereadora: o deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão.
Os três foram enviados, no mesmo dia da prisão, para a Penitenciária Federal de Brasília. Mas, no dia 27 de março, Chiquinho foi transferido para o presídio federal de Campo Grande e o irmão dele, Domingos Brazão, para Porto Velho.