Declaração do presidente foi dada durante recepção dos repatriados, que vieram do Egito e desembarcaram na Base Aérea de Brasília.
Durante a recepção aos 32 repatriados da Faixa de Gaza, em Brasília, entre o fim da noite de segunda-feira (13) e madrugada desta terça-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a violência durante o conflito e criticou Israel.
“Aos 78 anos de idade, eu já vi muita brutalidade, muita violência, eu já vi muita irracionalidade. Mas eu nunca vi uma violência tão bruta, tão desumana contra inocentes. Porque se o Hamas cometeu um ato de terrorismo e fez o que fez, o estado de Israel também está cometendo vários atos de terrorismo ao não levar em conta que as crianças, ao não levar em conta que as mulheres não estão em guerra, ao não levar em conta que eles não estão matando soldados”, afirmou Lula.
Na ocasião, o presidente citou ainda que já são 5 mil crianças mortas e 1.500 desaparecidas. “Certamente [as crianças desaparecidas] estão no meio dos escombros. E, depois, a destruição de tudo que as pessoas levam décadas para construir uma casa, uma rua, um prédio, uma escola, um hospital… e depois uma simples bomba detona aquilo”, acrescentou Lula.
Horas antes desse pronunciamento, em um evento em Brasília, o presidente já tinha sido bastante crítico a Israel. A Confederação Israelita do Brasil, então, publicou uma nota em que considerou a declaração de Lula equivocada.
“A fala hoje do presidente Lula equiparando as ações de Israel ao grupo terrorista Hamas é equivocada e perigosa. Desde o começo dessa trágica guerra, provocada pelo mais terrível massacre contra judeus desde o holocausto, Israel vem fazendo esforços visíveis e comprovados para poupar civis palestinos, pedindo que eles se desloquem para áreas mais seguras, criando corredores humanitários, avisando a população da iminência de ataques”, dizia o comunicado da Confederação Israelita do Brasil.
Em outro trecho, a nota afirmava que o Hamas “se esconde cínica e covardemente atrás das mulheres e crianças de Gaza”. “A morte desses civis palestinos é uma arma importante da estratégia do Hamas, uma estratégia que o próprio grupo terrorista reconhece que pratica”, afirmou a Confederação.