A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, viaja nesta terça-feira (11) para a China, onde participará da assinatura de instrumentos de cooperação científica e tecnológica. Ela integra a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumprirá agenda oficial no país asiático até o dia 14 de abril.
Nesta quinta-feira (13), a ministra participa de reunião, em Xangai, com a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, e de audiência com CEO da BYD, Wang Chuang. Também estão previstos encontros com CEOs da Huawei, Ren Zhengfei; da State Grid, Zhang Zhigang, e com o presidente do Conselho da China Communications Construction Company, Wang Tongzhou.
Já na sexta-feira (14), em Pequim, a ministra Luciana Santos acompanha, pela manhã, agenda do presidente Lula em encontros com autoridades chinesas. À tarde, participa de reunião com o presidente da República Popular da China, Xi Jiping, e da cerimônia de assinatura de atos com a comitiva brasileira.
Acordos
Durante a visita oficial, a ministra assinará instrumentos internacionais que avançam na cooperação científica, tecnológica e de inovação com a China. Entre eles, está o protocolo para o desenvolvimento conjunto do Satélite Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS-6). Também serão assinados memorandos de entendimento para a cooperação, por exemplo, nas áreas de nanotecnologia, biotecnologia, biodiversidade, energia limpa, ciências polares e oceânicas e Tecnologias da Informação e Comunicação.
CBERS
O satélite CBERS-6 possui uma nova tecnologia, o Radar de Abertura Sintética (SAR), que vai aperfeiçoar o monitoramento da Amazônia, complementando os dados fornecidos pelos satélites de sensoriamento remoto em operação (CBERS-4, CBERS-4A e Amazonia-1). O maior benefício da tecnologia SAR é a geração de dados em qualquer condição climática e através de nuvens.
A estimativa é que o CBERS-6 seja construído e entre em órbita no prazo de 42 meses após a assinatura do acordo, que depende de ratificação pelo Congresso Nacional. O custo do desenvolvimento, fabricação e lançamento do novo satélite é de US$ 51 milhões para cada parte. Os recursos são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).
O programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite) é o maior exemplo do sucesso da cooperação científica entre os dois países. O programa nasceu de uma parceria inédita entre Brasil e China no setor aeroespacial na década de 1980. Graças à essa cooperação, o Brasil passou a ser detentor da tecnologia de geração de dados de sensoriamento remoto.
Desde então, seis satélites já foram desenvolvidos de forma conjunta, aprimorando os instrumentos de monitoramento dos biomas brasileiros, em especial, da Amazônia. As imagens geradas pelos satélites permitem, ainda, o monitoramento das queimadas, dos recursos hídricos, das áreas agrícolas, do crescimento urbano, da ocupação do solo e dos desastres naturais.