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OPINIÃO DO PERNINHA

O problema da previdência não está na previdência.

Muito se tem debatido sobre as reformas propostas para salvar a nossa previdência. Entra governo, sai governo e as coisas se arrastam a passos de tartaruga, em virtude da dificuldade que o País tem em tratar de assuntos que dizem respeito aos interesses mais populares. Cada presidente que passa vai dando uma mexidinha, subtraindo direitos do trabalhador e a falácia de que as contas não fecham continua na mesma pisada. Lembro-me, ainda na ativa, que no governo de FHC, fomos presenteados com mais 5 (cinco) anos de contribuição,dizendo ele que o ajuste seria necessário para equilibrar as contas da previdência.Só esqueceu de dizer por quanto tempo. A ideia central, ao que nos parece, é que não temos competência nem coragem de fazermos uma reforma séria e definitiva. Em suma, toda vez que a expectativa de vida aumenta há que se mexer nas leis que regulam o sistema previdenciário.

Em todo caso aqui cabe uma pergunta: será que o problema da previdência é de arrecadação ou é falta de administração? Como exemplo prático poderíamos citar os fundos de pensões brasileiros que não dão tanta dor de cabeça aos seus beneficiários na hora de devolver suas aposentadorias, a não ser quando o próprio governo mete a mão na cumbuca – conforme denúncias recentes de escândalos envolvendo os fundos de pensão Previ e Petros, só para citar os dois maiores-.

Atrelado a essa reforma da previdência e cortando na própria carne, o governo bem que poderia dar uma revisada nos salários e ajudas de custo dos nossos parlamentares, dando uma equilibrada nas contas públicas e mostrando, ao mesmo tempo, preocupação com a ordem econômica e a justiça social.

Ilustrando os nossos comentários veremos como andam os bolsos dos nossos deputados federais (gráfico ilustrativo em seguida): Salário de R$ 33.763, auxílio-moradia de R$ 4.253 ou apartamento de graça para morar, verba de R$ 92 mil para contratar até 25 funcionários, de R$ 30.416,80 a R$ 45.240,67 por mês para gastar com alimentação, aluguel de veículo e escritório, divulgação do mandato, entre outras despesas. Dois salários no primeiro e no último mês da legislatura como ajuda de custo, ressarcimento de gastos com médicos. Esses são os principais benefícios de um deputado federal brasileiro, que somam R$ 168,6 mil por mês. Juntos, os 513 custam, em média, R$ 86 milhões ao contribuinte todo mês.Ou R$ 1 bilhão por ano. Os dados são de levantamento do Congresso em Foco com base nos valores atualizados em fevereiro de 2016.

Observem que aqui ninguém fala em descontos para a previdência e muito menos em tempo de aposentadoria, vez que eles se aposentam por nossa conta. Oportunamente, mostraremos os dados referentes as 81 “bolinhas de ouro” que representam o Senado Federal. Nosso intuito é tão somente esclarecer que o problema da previdência não se resolve castigando os trabalhadores brasileiros; resolve-se com honestidade e muita vergonha na cara. E esses adjetivos nós não encontramos nos políticos que fazem essa República de bananas.

Danizete Siqueira de Lima – Afogados da Ingazeira-PE – março de 2017.


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