O afastamento da vereadora Isabella de Roldão (PDT) da comissão de educação da Câmara do Recife e do Conselho Municipal que trata do tema foi alvo de duras críticas na tarde desta segunda-feira (13). A pedetista foi à tribuna da Câmara Municipal reclamar da medida, tomada pelo presidente da Casa José Mariano, Vicente André Gomes (PSB). A vereadora classificou o episódio como um “golpe pelas costas” e destacou que não compreende os motivos pelos quais foi afastada. A decisão, publicada no Diario Oficial da última quinta-feira (9), nomeou os vereadores Aerto Luna (PRB) e Marco Aurélio (PTC) como novos titulares da comissão.
“Fui golpeada pelas costas. Esse foi o meu sentimento ao ser surpreendida, quando li no Diario Oficial que eu tinha sido afastada”, enfatizou. “Desafio qualquer pessoa que tenha motivo pra justificar meu afastamento. Que seja ouvido o presidente do conselho e os conselheiros”, completou. Ela também afirmou que foi alvo de uma manobra política do governo municipal para tirá-la do conselho, devido ao fato de integrar a bancada oposicionista na Câmara Municipal. “O mínimo de delicadeza e de coleguismo que eu esperava era de que eu fosse avisada previamente”.
Além das críticas ao afastamento da comissão, a vereadora também acusou o vereador Gilberto Alves (PTN), líder do governo na Casa, de ter chamado o mandato dela de “atabalhoado” e de ter afirmado que ela era “mentirosa”, durante uma entrevista na última sexta-feira. “Se o desejo de vossa excelência, assim como o da presidência, é de me calar, de me matar de inanição, não vai conseguir. Não estou aqui para brincar, nem para fazer de conta. Exijo respeito e não sou mentirosa”, disparou.
A pedetista acusa Gilberto Alves de ter dificultado a realização da audiência pública promovida por ela, que acontecerá na próxima quarta-feira (15), sobre o movimento Ocupe Estelita. Alves realizou, na última sexta-feira (10), uma audiência que tratou sobre tema semelhante.
Gilberto Alves defendeu-se, acusando Isabella de ter dito, a uma rádio local, que ele tinha produzido uma manobra regimental para impedi-la de realizar a audiência pública. “Ela também afirmou que, na audiência realizada sexta-feira, tínhamos montado uma mesa de discussão apenas com representantes do governo, como se tivéssemos produzindo uma audiência ‘chapa branca'”. Ele admitiu ter falado que a vereadora “faltava com a verdade” ao fazer essas acusações. Alves ainda destacou que participaram entidades da sociedade civil e representantes da bancada de oposição da Câmara Municipal.
O presidente Vicente André Gomes, por sua vez, afirmou que não iria “descer o nível da discussão”. “Ela reclama agora, mas não diz que fui eu quem a indiquei. Evidentemente, tive que tirar alguém da comissão para que ela entrasse. Disso ela não reclama”, afirmou. Vicente esclareceu que distribui os vereadores nas comissões internas da Casa de forma política, e que não se tratava de “questão pessoal” contra Isabella. “Não sou homem de golpear pelas costas. Apenas cumpri o regimento”, finalizou.