Apesar de considerar louvável o empenho do Governo Estadual em minimizar os efeitos da estiagem no Agreste e Sertão de Pernambuco, o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), declarou que a sugestão do governador Eduardo Campos (PSB) em desburocratizar os recursos enviados pela União até chegarem ao município é uma iniciativa já pensada e anunciada pelo Governo Federal através do cartão da Defesa Civil. “Nós tivemos uma reunião com o ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB) para discutir ações voltadas para ajudar o município nessa questão tão crítica. Fernando, foi quem primeiro anunciou que o Governo Federal pretendia elaborar uma maneira de repassar os recursos diretamente para os prefeitos, e no momento eu coloquei que deveria ser por meio do cartão da Defesa Civil”, explicou o petista.
Duque reconheceu que o Estado deu um salto à frente ao lançar o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios (FEM) como uma contraparte do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), mas rememorou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também socorreu os municípios em situação de emergência facilitando os repasses do FPM. “Este dinheiro não deve ser liberado para pagar dívidas, mas para custear as ações emergenciais, como recuperação de açudes, por exemplo, para segurar o rebanho até que esse período de estiagem passe”, observou. Sobre o perdão das dívidas, o prefeito pontuou que a iniciativa partiu do encontro entre Eduardo e os representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, onde foi entregue um documento com 100 reivindicações e sugestões de convivência com a seca. “O que acredito é que o governo não deveria se basear só no perdão, mas na recuperação do rebanho. É necessário ter políticas de apoio voltadas aos animais, para passarmos por esse período”, afirmou.
Para o prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), independente do detentor das iniciativas, é natural que a União tenha mais condições de investir e ampliar suas ações do que as esferas Estadual e Municipal. “Tanto o Estado quanto a União têm obrigação de alocar recursos para essas dificuldades. A diferença é que Eduardo está colocando recursos de infraestrutura onde o prefeito vai dizer onde deverá usar, e a União está repassando verbas para a seca”. (Folha de Pernambuco – Foto Júnior Finfa)