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CENTRAIS ANUNCIAM CRIAÇÃO DE GRUPO PARA DISCUTIR REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Representantes de centrais sindicais que se reuniram na tarde desta segunda-feira (16) com o presidente em exercício Michel Temer afirmaram ter acertado com o peemedebista a criação de um grupo de trabalho para discutir ao longo dos próximos 30 dias propostas para a reforma da Previdência Social.
O encontro, que ocorreu durante a tarde desta segunda no Planalto, foi chamado por Temer. Segundo a assessoria do peemedebista, participaram da reunião os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Henrique Meirelles (Fazenda) e Ronaldo Nogueira (Trabalho), além de integrantes da Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e da Nova Central Sindical de Trabalhadores.
Segundo os integrantes das centrais, o grupo de trabalho se reunirá na próxima quarta (18) e será formado por integrantes indicados pelas entidades e pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. O G1 procurou a assessoria de Padilha para confirmar a informação, e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
Segundo o presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), a primeira reunião do grupo deve ocorrer na próxima quarta (18).
“Primeiro, ele [Temer] disse que o objetivo não é tirar direito de ninguém. Deixou isso claro. Segundo, o governo tem urgência de resolver essa questão da Previdência. […] O presidente sugeriu, logo de cara, a criação de um grupo de trabalho para discutir e dialogar. O grupo terá prazo de 30 dias para resolver isso e será coordenado pelo ministro [Eliseu] Padilha [da Casa Civil]. [Temer] pediu que as centrais indicassem os representantes para que, em 30 dias, se tenha uma proposta [para a Previdência]”, disse Paulinho.
Após a fala do dirigente da Força, o presidente da UGT, Ricardo Patah, destacou que, no governo da presidente afastada Dilma Rousseff já havia sido criado o chamado “Fórum Quatripartite”, também com o objetivo de elaborar propostas para a Previdência.
Na avaliação de Patah, porém, o grupo “não andou” porque, segundo ele, o ex-ministro do Trabalho e Previdência Social Miguel Rossetto demonstrava “claramente” que sentia “desconforto” com “qualquer mudança”. “Quer dizer, a gente percebia que o lado que ele estava era o nosso lado”, observou.
Ao falar sobre a criação do novo grupo, o presidente da UGT, que já havia dito que “o mais importante” no momento é “estancar a sangria” do desemprego, declarou somente que “o fórum servirá para buscar alternativas”.
TEMER ESCOLHE MARIA SILVIA BASTOS MARQUES PARA PRESIDÊNCIA DO BNDES
A economista Maria Silvia Bastos Marques será a nova presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), informou no final da tarde desta segunda-feira (16) a assessoria do presidente em exercício Michel Temer.
Ex-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), ex-secretária de Finanças da Prefeitura do Rio de Janeiro e ex-diretora do próprio BNDES, Maria Silvia Bastos Marques é a primeira mulher indicada para a equipe de Temer depois do anúncio pelo presidente em exercício de um ministério exclusivamente masculino.
A ausência de mulheres e negros do ministério de Temer foi objeto de crítica da presidente afastada Dilma Rousseff. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, do mesmo partido de Temer, o PMDB, justificaram dizendo que os demais partidos que apoiam o novo governo e detêm ministérios não indicaram mulheres.
O ministro do Planejamento, Romero Jucá, negou que a escolha de Maria Silva Bastos reflita uma preocupação de Temer de colocar uma mulher em um dos altos cargos do governo.
“É um convite para colocar alguém competente, experiente, que tem toda condição de fazer um grande trabalho no BNDES e, portanto, o presidente [em exercício] Michel entendeu de convidá-la. E eu considero uma ótima escolha”, afirmou na noite desta segunda-feira (16).
Na semana passada, após assumir como presidente em exercício, Temer editou uma medida provisória (726/2016), na qual determinou mudanças na composição do governo. Após a publicação no “Diário Oficial”, uma medida provisória passa a valer como lei, e o Congresso tem até 120 dias para mantê-la ou derrubá-la.
Entre vários pontos, ele estabeleceu na MP que o BNDES passaria a ser subordinado ao Ministério do Planejamento.
Antes, o banco era vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que, sob Temer, foi desmembrado e rebatizado (Ministério da Indústria, Comércio e Serviços) – as atribuições relacionadas ao comércio exterior passaram para o Ministério das Relações Exteriores, comandado por José Serra (PSDB-SP).(G1.COM)
MEIRELLES DEVE ANUNCIA NESTA SEGUNDA PRESIDENTES DO BC E BANCOS OFICIAIS
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deverá anunciar nesta segunda-feira (16) o nome do novo presidente do Banco Central. Também devem ser conhecidos os novos presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, além dos secretários do Ministério da Fazenda.
Na última sexta-feira (13), o próprio ministro disse que a indicação para o Banco Central seria discutida durante o fim de semana e anunciada nesta segunda.
Os nomes mais cotados para comandar o Banco Central são os dos ex-diretores Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco, e Mário Mesquita, sócio do banco Brasil Plural.
O único nome já anunciado por Meirelles para o segundo escalão do Ministério da Fazenda foi o de Tarcísio Godoy, que ocupará o posto de secretário-executivo. Ele foi secretário do ex-ministro Joaquim Levy.
Foro privilegiado
Em entrevista ao Bom Dia Brasil, na sexta, o novo ministro da Fazenda explicou que o futuro chefe da autoridade monetária deixará de ter status de ministro de Estado. Porém, acrescentou que será enviado um projeto de lei ao Congresso Nacional para que ele mantenha o foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF).
“O processo foi claramente definido ontem. Que é o seguinte: foi anunciado que o presidente do Banco Central deixará de ser ministro de Estado. No tentanto, há uma emenda constitucional que será apresentada garantindo ao presidente do BC todas as condições de trabalho que ele tem hoje como ministro de estado, por exemplo, o foro especial”, disse Meirelles.
Ele acrescentou, ainda, que toda a diretoria do BC, por esse projeto que será enviado ao Legislativo, também passará a ter foro privilegiado.
“Mas ainda, passa a ser estendido a toda diretoria do BC, aperfeiçoa a presente situação. Nesse intervalo, presidente do BC continua como ministro de Estado. Deixa de ser quando for aprovada emenda constitucional”, declarou ele.
Contas públicas
Meirelles disse que a primeira grande ação do governo de Michel Temer na área econômica será “controlar” o aumento de despesas públicas, que hoje superam em bilhões a arrecadação gerando déficit (despesas maiores que a arrecadação de impostos).
O novo ministro defendeu que é importante que o governo brasileiro comece a “dizer a verdade” sobre as situação das contas públicas. E, na ocasião, Meirelles disse que o déficit nas contas públicas em 2016 pode superar os R$ 96,6 bilhões propostos pela equipe econômica anterior.(G1.COM)
MINISTÉRIO ESTUDA USAR POSTOS DO INSS PARA ATENDIMENTOS DO BOLSA FAMÍLIA
O novo ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra (PMDB-RS), afirmou que estuda ampliar o uso das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pelo País para incluir o atendimento a programas sociais, entre eles o Bolsa Família.
“Os postos do INSS têm uma rede gigantesca no país e subutilizada, do ponto de vista de funções. Está sendo usada praticamente só para a questão dos benefícios de aposentadoria, mas são áreas enormes”, disse Terra à reportagem.
Segundo o ministro, o uso dessa rede está sendo estudado, em conjunto com o Ministério do Planejamento, para “ampliar esse atendimento além dos benefícios previdenciários para outras áreas”. “Talvez contar com o atendimento do Bolsa Família e do Cadastro Único.”
Em relação ao Bolsa Família, o ministro diz ainda que pretende aumentar os cruzamentos de dados do cadastro dos beneficiários com outras bases de dados, para identificar inconsistências.
Hoje cerca de 15 milhões de famílias recebem o Bolsa Família. De acordo com o ministro, o cadastro dessas famílias é, em sua maior parte, autodeclaratório.
“O cadastro tem cem itens. Hoje praticamente só está se cruzando o que a pessoa diz que ganha. Se a gente puder cruzar um número maior de dados, a gente vai descobrir muita coisa. A ideia não é cortar nenhum benefício, mas aumentar a eficiência, para dar realmente para quem precisa”, disse. (Folhapress)
MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGA SALÁRIOS PAGOS AO PRESIDENTE INTERINO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
A suspeita de que o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), atuou como “professor fantasma” da Universidade do Estadual do Maranhão (Uema) por dois anos, recebendo salários de forma irregular, será alvo de investigação do Ministério Público do Maranhão. O caso também será enviado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Maranhão assumiu interinamente a presidência da Câmara depois que o Supremo Tribunal Federal determinou o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do cargo e do mandato parlamentar.
O governo do presidente em exercício, Michel Temer, trabalha por um alinhamento com a Câmara para aprovar projetos de seu interesse, principalmente uma pauta econômica. No início da semana, o deputado do PP chegou a anular as sessões do impeachment na Casa, mas depois recuou.
Após reportagem publicada pelo Estado na quarta-feira passada, o promotor de Justiça e chefe da assessoria especial da Procuradoria-Geral de Justiça, Reginaldo Júnior Carvalho, disse que vai instaurar inquérito para investigar o caso.
Em fevereiro de 2014, quando cumpria seu segundo mandato como deputado, Maranhão voltou a receber salário mensal da Uema. Reeleito para seu terceiro mandato como parlamentar, o deputado continuou a ser remunerado irregularmente durante todo o ano seguinte.
O presidente interino da Câmara recebeu irregularmente a quantia de R$ 368.140,09, o que equivale a cerca de R$ 16 mil por mês.
Segundo a reitoria da Uema, a paralisação ocorreu quando a administração da universidade fez uma auditoria em sua folha de pagamento no fim do ano passado, e só então percebeu que Waldir Maranhão tinha voltado a receber salário como professor. Por lei, o parlamentar tinha obrigação de comunicar a universidade e pedir seu afastamento imediato, já que Maranhão é concursado da Uema. Em anos anteriores, ele já tinha feito isso.
A reportagem procurou novamente o deputado, mas ele não quis se manifestar.
“Vamos pedir informações à Uema, para saber qual é essa história de forma oficial, para fazermos o procedimento aqui no Estado. Vamos deflagrar o processo para apurar”, disse Reginaldo Júnior Carvalho. “Faremos tudo o que estiver ao alcance do Ministério Público Estadual, a exemplo do que aconteceu em relação ao filho do parlamentar. As medidas serão adotadas com o maior rigor que a lei determina.”
Conselho de Ética. O caso também teve reações no Congresso. O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) disse que vai incluir os dados no processo que foi enviado ao Conselho de Ética da Câmara “Isso vai ser incluído em nossa representação feita ao Conselho de Ética. É uma irregularidade grave. Gestos como esse mostra qual é a verdadeira personalidade de quem ainda está à frente da Câmara, mesmo que interinamente”, disse.
No início desta semana, o Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA), por meio de seu presidente, Jorge Pavão, exonerou o filho do presidente interino da Câmara. De acordo com o portal da transparência do TCE-MA, Thiago Maranhão estava nomeado como assessor de conselheiro com a simbologia TC-04, o que garantia uma remuneração de R$ 7,5 mil, mas, com os descontos, o valor final ficava em R$ 6,5 mil.
O filho de Waldir Maranhão era lotado no gabinete do ex-presidente do órgão, Edmar Cutrim, histórico aliado da família Sarney. Ocorre que Thiago Maranhão trabalha em hospitais e cursa pós-graduação na cidade de São Paulo (SP).
No caso da Uema, a Procuradoria-Geral de Justiça vai definir o que está sob sua tutela e o que deve ser tratado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), já que Maranhão possui foro privilegiado O objetivo é verificar responsabilidades. Com 21 anos de atuação na Uema, o presidente interino da Câmara foi professor, vice-reitor e reitor da universidade.
A Justiça maranhense também está no encalço de Maranhão para que ele pague dívidas de sua campanha de 2010. O parlamentar, conforme revelou o Estado no último fim de semana, tem quatro imóveis penhorados por dar calote em serviços de propaganda contratados em 2010. Ele desrespeitou um acordo judicial, paralisando pagamentos de uma dívida de R$ 1,3 milhão que contraiu com uma empresa gráfica. Maranhão é alvo de investigações da Operação Lava-Jato, por recebimento de propina e teve as contas de campanha rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão. (Informações são do Jornal O Estado de S. Paulo)
TEMER QUER FAZER INVENTÁRIO DO GOVERNO DILMA
Na gestão do presidente em exercício Michel Temer, o Palácio do Planalto já determinou que os novos ministros façam um inventário detalhado sobre tudo o que estão herdando do governo Dilma Rousseff. A orientação é que esse levantamento seja divulgado por cada pasta assim que ficar pronto, para deixar claro problemas que estão sendo assumidos pela atual gestão.
“Temer não vai ser responsabilizado por problemas ou irregularidades que aconteceram no governo Dilma. Por isso, a ordem é mostrar detalhadamente como está a situação de cada área”, disse um auxiliar do presidente em exercício.
Para outro interlocutor de Temer, a ordem é abrir a “caixa-preta” do governo do PT. Um exemplo disso já aconteceu na primeira coletiva realizada nesta sexta-feira (13), quando os ministros Ricardo Barros, da Saúde, Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Romero Jucá, do Planejamento, falaram da redução de programas sociais da gestão Dilma Rousseff.
Já estava havendo redução e cortes em programas sociais na gestão da petista, como Minha Casa, Minha Vida e Pronatec.
“QUERO BOTAR O PAÍS NOS TRILHOS” DIZ TEMER
O novo e interino presidente da República, Michel Temer, falou com exclusividade a ÉPOCA hoje. É a primeira entrevista à imprensa desde que tomou posse interinamente, ontem. Temer foi claro sobre o que espera fazer como presidente, caso Dilma Rousseff de fato não retorne ao cargo. E admitiu que “ainda não caiu a ficha” do momento – de que ele é, de fato, o responsável por tirar o Brasil de uma das mais graves crises de sua história. “Estou acostumado à pressão, a situações difíceis, a crises. Trabalharei de domingo a domingo, de dia e de noite, para cumprir as expectativas do povo brasileiro”, disse, ciente de que o país tem pressa. “Quero, com a ajuda de todos, botar o país nos trilhos nesses dois anos e sete meses.”
Temer sabe que botar o país nos trilhos será uma missão difícil. “Não vou fazer milagres em dois anos”, admitiu, quando confrontado com o fato de que a burocracia do governo e as pressões de grupos de interesse no Congresso tornam improvável o sucesso na execução de reformas profundas – sobretudo num curto espaço de tempo e sob a forte instabilidade política que ainda define Brasília. “Quero que, ao deixar a Presidência, olhem para mim e digam ao menos: ‘Esse sujeito arrumou o país’.”
O que seria exatamente arrumar o país? Primeiro e mais urgente, é claro, arrumar o que está mais desarrumado: a economia. “Tenho plena confiança na capacidade de Henrique Meirelles e da equipe montada por ele. Eles terão autonomia para fazer os ajustes necessários e transmitir a confiança que perdemos”, disse. Acredita que arrumar a relação do Planalto com o Congresso, algo que diminuirá a instabilidade política crônica em Brasília, será menos complicado. “Fui presidente da Câmara por três vezes e sei bem o quanto é necessário ter diálogo com os parlamentares e manter o respeito pelas ideias diferentes. Não é fortuito que tantas lideranças partidárias estejam comprometidas com o ministério que foi montado.”
Um terceiro ponto, não tão urgente, mas no qual Temer insiste – chegou a incluir em seu discurso de posse – envolve um novo pacto federativo, que equilibre as relações entre União, estados e municípios. É uma preocupação antiga de Temer, que escreveu artigos sobre o assunto. Hoje, defendem Temer e outros políticos, o dinheiro dos impostos dos brasileiros está demasiadamente concentrado na União e, especialmente, no governo federal. Estados e municípios passam a depender da boa vontade do presidente da República para receber recursos – o que acaba passando por uma relação política, e não institucional. Temer quer muito diminuir esse desequilíbrio federativo. “A partir da próxima semana, formaremos uma comissão que encontre soluções para recompor o pacto federativo, para que tenhamos uma verdadeira federação”, anunciou.
A quarta prioridade do novo presidente é a menos palpável de todas. Mas, talvez, seja a que mais o preocupa, em virtude de sua formação como professor de Direito Constitucional. “Precisamos mudar a cultura política do país”, disse. “Ninguém lê mais a Constituição. Digo isso no sentido de que há um desrespeito profundo pelas leis e pelas instituições. É necessário resgatar o valor desse livro sagrado para a nossa democracia.” Na prática, disse Temer, isso se traduzirá em tomar decisões, ou deixar de tomar decisões, que agridam o espírito da Constituição, mesmo que sejam, formalmente, legais. Ele cita um exemplo que aconteceu hoje. Vários assessores e ministros chegaram a seus locais de trabalho e começaram a retirar a foto da presidente Dilma Rousseff. Temer determinou que mantivessem a foto na parede. “É preciso ter respeito. Ela está afastada, mas continua presidente. Até que saia em definitivo, caso seja essa a decisão do Senado, deve ter seus direitos como presidente afastada assegurados.”
Temer está com a voz cansada, mas parece genuinamente animado para os dias difíceis que se avizinham. “Disposição não faltará – minha e da equipe. Hoje mesmo, percebi em todos uma vontade, uma gana de fazer imensa. Nada ficará para segunda-feira. Tudo o que se discutia começa imediatamente, agora. Estão todos imbuídos do mesmo sentido de urgência que eu”, contou. “Pude perceber também no que posso colaborar. Diante da falta de orçamento, expliquei como muitas vezes é possível fazer programas com pouco dinheiro. Foi o que fiz na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, com a criação de conselhos comunitários e delegacias da mulher. Deram resultado e custaram quase nada. É preciso ter esse tipo de mentalidade.”
É possível fazer tanto em tão pouco tempo? “Não é porque é impossível fazer milagres que não se devem estabelecer metas ambiciosas, como as que delineei. É possível fazer muito, não tenho dúvida. E, se não houver ambição, qual o propósito de se tentar?”.
“POSSO TER COMETIDO ERROS, MAS NÃO COMETI CRIME” DIZ DILMA APÓS IMPEACHMENT
Em seu primeiro pronunciamento oficial após ser intimada da decisão do Senado sobre a abertura do processo de impeachment nesta quinta-feira (12), a presidente Dilma Rousseff afirmou que “cometeu erros, mas não cometeu crimes”.
“Não existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente. Esta farsa jurídica da qual estou sendo alvo, é que nunca aceitei chantagem de qualquer natureza. Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes. Estou sendo julgada por ter feito justamente tudo que a lei me autorizava fazer”, disse.
“Sofro mais uma vez a dor inominável da injustiça. O que dói é perceber que estou sendo vítima de uma farsa”, declarou a presidente afastada.
Por volta das 9h40, Dilma deixou o Palácio da Alvorada (residência oficial da presidência) a caminho do Palácio do Planalto, onde chegou às 9h49. No local, recebeu das mãos do senador Vicentinho Alves (PR-TO) a intimação referente ao processo e, em seguida, falou à imprensa.
“Eu fui eleita presidenta por 54 milhões de cidadãs e de cidadãos brasileiros. E é nesta condição, na condição de presidenta eleita pelos 54 milhões neste momento –em que me dirijo a vocês– decisivo para a democracia brasileira e para nosso futuro como nação”, discursou.
Em seu primeiro pronunciamento após o afastamento, falou para “esclarecer os fatos e denunciar os riscos para o país de um impeachment fraudulento, um verdadeiro golpe”.(Do UOL, em São Paulo)
IMPEACHMENT: FERNANDO BEZERRA VOTA FAVORÁVEL À ADMISSIBILIDADE E DETALHA, PONTO A PONTO, MOTIVAÇÕES PARA IMPEDIMENTO DE ROUSSEFF
Na Tribuna do Senado, por volta de 1h desta quinta-feira (12), o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), ao encaminhar voto favorável à admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, detalhou, ponto a ponto, os indicativos técnicos de crimes de responsabilidade cometidos pela chefe do Executivo. “O relatório da Comissão Especial do Impeachment no Senado deixa claro que existem indícios suficientes de autoria e materialidade, que a denúncia é plausível e que foram devidamente atendidos os pressupostos formais do processo”, afirmou. “Não bastasse isso, ressalto, ainda, que o país também precisa avançar para a superação do impasse político e buscar uma alternativa que torne possível enfrentarmos o atual cenário de crise política e econômica, algo que o atual governo já se mostrou incapaz de fazer”, completou Fernando Bezerra.
Em relação à publicação de decretos não numerados para a abertura de créditos suplementares – uma das acusações contra Rousseff – o senador demonstrou que, ao tomar tal medida, a presidente feriu gravemente a Lei Orçamentária Anual (LOA) para o ano de 2015; especificamente o artigo 4º da referida legislação (Lei 13.115/2015). “A lei somente permitiu a abertura de créditos caso observadas algumas condições fiscais; entre as quais, a de que as alterações promovidas na programação orçamentária fossem compatíveis com a obtenção do resultado primário de 2015”, observou Bezerra Coelho. “E foi exatamente nesse ponto que houve a violação da Lei Orçamentária porque, quando a presidente publicou os decretos, o cenário fiscal já demonstrava, de modo inequívoco, a impossibilidade de se atingir o resultado primário previsto na LOA de 2015, o que se confirmou ao final do exercício financeiro”, disse. “Em outras palavras, a Presidente da República fez exatamente o contrário do que impõe a legislação”, reforçou Fernando Bezerra.
Quanto ao segundo ponto da denúncia contra Dilma Rousseff – a contratação ilegal de operações de crédito pela União – o senador ratificou a análise contida no relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), que imputou à presidente mais um indício de prática de crime de responsabilidade – tipificado no artigo 11, item 3 da chamada “Lei do Impeachment” (Lei 1.079/1950): contrair empréstimos, emitir moeda corrente ou apólices ou efetuar operação de crédito sem autorização legal.
Em relação aos bancos públicos vinculados à União, Fernando Bezerra Coelho pontuou a ilegalidade de operações de crédito, prevista no artigo 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal. Tal dispositivo da LRF proíbe que o ente da Federação seja beneficiário de operação de crédito junto à instituição financeira estatal por ele controlada.
“E aqui evidenciamos as operações de crédito da União justamente com o Banco do Brasil, o BNDES e a Caixa Econômica”, lembrou o socialista pernambucano. Conforme destacou, as referidas operações de crédito, além de ilegais, distorceram as estatísticas fiscais oficiais relativas à dívida e ao déficit público, prática que ficou conhecida popularmente como “pedaladas fiscais”.
“Todas essas práticas são verdadeiras operações de crédito, empréstimos que ofendem claramente a Lei de Responsabilidade Fiscal; enquadráveis, na minha opinião, portanto, como crimes de responsabilidade”, afirmou o senador. “Como se não bastasse a tentativa de mascarar a verdadeira contabilidade do governo, a falta de diálogo político levou o país a um cenário de ingovernabilidade, tendo a presidente da República perdido toda a autoridade e o apoio político”, enfatizou.
WAGNER CONVOCA REUNIÃO MINISTERIAL PARA FAZER BALANÇO DO GOVERNO
O ministro-chefe de gabinete da presidente Dilma Rousseff, Jaques Wagner, convocou para a manhã desta quarta-feira (11), no Palácio do Planalto, uma reunião ministerial com todos os 32 integrantes do primeiro escalão da Esplanada. Segundo a assessoria dele, o objetivo é fazer um balanço do que foi até aqui o governo Dilma.
Em análise no Senado, o pedido de impeachment da presidente deverá ser votado ainda nesta quarta no plenário da Casa. Ao longo do dia, os senadores farão a discussão sobre o processo e, encerrado tempo de fala deles, o processo irá a votação. Se a maioria optar por dar continuidade ao impeachment, Dilma deverá ser afastada do cargo por até 180 dias e, neste período, o vice Michel Temer assumirá o Palácio do Planalto.
Até a noite desta terça (10), havia a expectativa de que a presidente Dilma participasse dessa reunião ministerial e se pronunciasse sobre o impeachment.
De acordo com a agenda dela, porém, divulgada pela Secretaria de Comunicação Social, a petista dedicará parte da manhã a uma reunião com o assessor especial Giles Azevedo, um dos principais conselheiros políticos da presidente, que atuou no primeiro mandato dela como chefe de gabinete.
Pela manhã, diferentemente do que faz todos os dias, a presidente não pedalou nos arredores do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Ela, contudo, foi vista caminhando.
Último evento público
Sem previsão de agenda externa para esta quinta, a presidente pode ter feito seu último evento público nesta terça, quando participou da cerimônia de abertura da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, em um centro de convenções em Brasília.
Dilma fez um discurso de 35 minutos, posou para fotos com várias mulheres, recebeu abraços e, em seu pronunciamento, disse que não está cansada da “luta”, mas, sim, dos “desleais” e os “traidores”.
Ela voltou a afirmar que é vítima de uma “injustiça” e declarou que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o vice-presidente da República Michel Temer conduziram uma “espécie moderna de golpe”.
“Quero dizer a vocês que não estou cansada de lutar. Estou cansada dos desleais e dos traidores. Tenho certeza que o Brasil também está cansado dos desleais e traidores, e é esse cansaço que impulsiona a minha luta cada dia mais”, afirmou a presidente na ocasião.
Embora não haja confirmação oficial, há uma expectativa entre assessores do Planalto de que a presidente se pronuncie após o Senado deliberar sobre o processo de impeachment.(G1.COM)