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EDUARDO CUNHA ENTREGA À CÂMARA CHAVES DA RESIDÊNCIA OFICIAL
O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) entregou nesta segunda-feira (1º) as chaves da residência oficial da presidência da Câmara. Ele irá morar em um apartamento funcional, como os destinados aos demais parlamentares em Brasília, apesar de estar afastado do mandato.
No último dia 7, o peemedebista renunciou à presidência, meses depois de ter sido afastado do cargo pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A corte também suspendeu o seu mandato parlamentar por tempo indeterminado.
Após a renúncia, a diretoria-geral da Câmara informou que Cunha teria até 30 dias para deixar a residência oficial. O prazo se encerraria no próximo dia 6 de agosto, mas o peemedebista antecipou sua saída.
Nesta segunda, a assessoria da Câmara divulgou o recibo de entrega das chaves, que foram recebidas pela administradora da residência oficial, Bernadette Maria França Amaral Soares.
Os deputados federais têm direito a um apartamento funcional ou a auxílio-moradia mensal de R$ 4.253. A Câmara dispõe de 432 apartamentos funcionais. Como são 513 deputados, os demais recebem o auxílio-moradia para morar em Brasília.
Pelas regras da Câmara, só têm direito ao benefício do apartamento funcional ou do auxílio-moradia os deputados no pleno exercício do mandato. Questionado se a Mesa Diretora não estaria desrespeitando a regra, o primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP) disse que não via assim uma vez que a decisão do Supremo de afastá-lo é liminar (provisória).
“Nós entendemos que não [estamos desrespeitando a regra], até porque ele está afastado liminarmente e não houve uma determinação específicia por parte do Supremo no sentido de que maneira ele estaria afastado”, justificou o primeiro-secretário.
TEMER ORIENTA 1º ESCALÃO A NÃO ENTRAR EM PLEITO MUNICIPAL CONTRA PARTIDOS ALIADOS
Com receio do surgimento de um racha na base aliada em decorrência das disputas municipais deste ano, o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), estabeleceu algumas condutas que deverão ser seguidas pelos ministros de seu governo. As regras foram discutidas ao longo da última semana e encaminhadas na manhã deste sábado (30) pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, aos integrantes do primeiro escalão do governo, por meio de mensagens no Whatsapp.
Após desalojar PSDB do governo, Paulo Câmara quer parceria com tucanos nas eleições municipais
“Outro dia nós estávamos conversando sobre política e eleições e o presidente Michel disse que achava que o governo não deveria se meter na eleição municipal porque nós temos uma base de muitos partidos e na medida que há uma disputa entre eles, se você entrar a favor de um, o outro não vai gostar. Em resumo, para preservar a nossa base que é consistente, a gente não pode criar nenhum tipo de fissura, daí fiz um comunicado dizendo que estava seguindo uma orientação do presidente”, afirmou Padilha.
No horizonte do governo está o fato de que a intensificação das disputas municipais deverá ocorrer no mesmo período em que o governo espera ter aprovadas algumas propostas no Congresso, que visam a reestruturação da economia. Entre as prioridades do Palácio do Planalto está a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para os gatos públicos O texto ainda está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e para que tenha efeito em 2017 deverá, além de ser aprovada na Casa, também pelo Senado até o próximo mês de dezembro.
“Comecei dizendo que a manutenção da base era a mais importante. Nós precisamos manter a base para aprovar as reformas que temos que fazer, aprovar a PEC do Teto, aprovar os projetos que são reestruturantes da nossa economia”, afirmou Padilha.
Entre as orientações aos ministros está a de não subir em palanques onde haja candidatos de diferentes partidos da base disputando. Por outro lado, os integrantes do primeiro escalão ficam liberados de participar dos eventos internos das respectivas legendas.
“Nós sabemos que os ministros têm partidos, que aqueles que são políticos têm apoio dos vereadores, prefeitos, vice-prefeitos, que contam com a participação deles. Então, sugerimos que eles participem de todos os atos internos, de reunião do partido com seus candidatos. Agora, palanque para abrir disputa com outro partido, com outro candidato que é da base, aí o governo deve evitar de fazer isso. Essa é a preocupação, para preservar a solidez da base que nós temos”, ressaltou o ministro.
Além dos palanques, os ministros ficariam impedidos de participarem das propagandas eleitorais de rádio e TV em locais em que representantes de partidos da base estiverem disputando.
Apesar dessas restrições, não ficou vedada a gravação de vídeos e mensagens dos ministros para uso dos postulantes nas redes sociais. “Nestes casos é quase impossível você evitar. Mas também vamos avaliar isso. Eu inclusive pedi sugestões pra ver onde podemos aprimorar isso”, considerou.(Da Agência Estado)
LULA, DELCÍDIO E OUTROS 5 VIRAM RÉUS ACUSADOS DE TENTAR OBSTRUIR A JUSTIÇA
O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público e transformou em réus o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), o ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves, o advogado Édson Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai.
Eles são acusados de tentar obstruir a Justiça comprando o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores do esquema de corrupção que atuava na estatal do petróleo.
É a primeira vez que Lula vira réu na Lava Jato. Por meio de nota, os advogados do ex-presidente da República afirmaram que o petista já esclareceu, em depoimento à Procuradoria Geral da República, que ele “jamais interferiu ou tentou interferir em depoimentos relativos à Lava Jato”.
Ainda de acordo com os defensores de Lula, “a acusação se baseia exclusivamente em delação premiada de réu confesso e sem credibilidade, que fez acordo com o Ministério Público Federal para ser transferido para prisão domiciliar” .
Leia a íntegra da nota divulgada pelos advogados de Lula:
Nota
O ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não recebeu citação relativa a processo que tramita perante a 10a. Vara Federal de Brasília (IPL n. 40755-27.2016.4.01.3400). Mas, quando isso ocorrer, apresentará sua defesa e, ao final, sua inocência será certamente reconhecida.
Lula já esclareceu ao Procurador Geral da República, em depoimento, que jamais interferiu ou tentou interferir em depoimentos relativos à Lava Jato.
A acusação se baseia exclusivamente em delação premiada de réu confesso e sem credibilidade – que fez acordo com o Ministério Público Federal para ser transferido para prisão domiciliar.
Lula não se opõe a qualquer investigação, desde que realizada com a observância do devido processo legal e das garantias fundamentais.
Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins
SENADOR FERNANDO BEZERRA PARTICIPA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA EM SÃO ROQUE DE MINAS
O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) participou no município mineiro de São Roque de Minas, de audiência pública mista do Senado e da Justiça Federal, com a participação de representantes do Ministério Público Federal (MPF), da Defensoria Pública Federal (DPF), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Igreja Católica e da população local. Também participam da audiência, no Distrito de São José do Barreiro, o juiz federal Bruno Augusto Oliveira, a desembargadora Maria do Carmo Cardoso, o deputado federal Carlos Melles (DEM-MG) e o bispo Dom Mauro Morelli.
Oriundo da Câmara dos Deputados, o PL 147 foi apresentado, em 2010, pelo então deputado mineiro Odair Cunha, para criar a Área de Proteção Ambiental (APA) e ampliar os limites da Unidade de Conservação do Parque Nacional da Serra da Canastra (PNSC). No Senado, a matéria teve como relator o hoje governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), e, ano passado, passou à relatoria de Fernando Bezerra. Atualmente, a matéria tramita na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Durante a audiência pública desta quinta-feira, Bezerra Coelho destacou a necessidade de proteção do Parque, alertando que a falta de preservação daquele ecossistema pode resultar em consequências extremamente negativas à toda a região da Serra da Canastra. Também relator da Comissão Mista sobre Mudanças Climáticas (CMMC) do Congresso Nacional, o senador observou que a Encíclica do Papa Francisco “Laudato Si”, divulgada ao mundo em 2015, trata da questão ambiental e defende um novo modelo sustentável de desenvolvimento para o planeta.
“A Encíclica aborda a questão do meio ambiente em uma visão global da ecologia e sob novos modos de produção, distribuição e consumo. E alerta que todas as nações devem ter ação rápida e decisiva para o enfrentamento da degradação ambiental e do aquecimento da Terra”, ressaltou Fernando Bezerra. “Esta preocupação deve ser extensiva ao Parque Nacional da Serra da Canastra”, completou.
Representantes dos moradores da região acreditam que a aprovação do Projeto de Lei 147, com uma nova delimitação da área de proteção do Parque, dará fim a conflitos locais (entre ambientalistas e produtores rurais) e garantirá a preservação do PNSC. De acordo com o projeto de lei, voltariam a ser abrangidas pelo Parque áreas suprimidas dos limites originais do PNSC (que constam de levantamento realizado em maio de 2007). Desta forma, o parque nacional contaria com mais de 120 mil hectares e teria a maior parte desta área – cerca de 76 mil hectares – transformada em monumento natural.
Estima-se que, na região, exista aproximadamente três mil propriedades rurais. A audiência pública mista termina nesta sexta-feira (29), com uma Rodada de Conciliação Ampla sobre o Parque Nacional da Serra da Canastra.
GASTO VAI SUPERAR TETO NAS PEQUENAS CIDADES, PREVÊ PRESIDENTE DO TSE
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, afirmou em entrevista ao G1 que, em razão dos novos limites de gastos das campanhas eleitorais definidos no ano passado pelo Congresso Nacional na minirreforma eleitoral, prevê uma “notória extrapolação” do teto de gastos estipulado para a eleição municipal de outubro.
Em 68% dos municípios, que têm menos de 10 mil eleitores, o teto de gastos nas campanhas será de R$ 10,8 mil para candidatos a vereador e R$ 108 mil para candidatos a prefeito. Em cidades maiores, o teto foi definido com base na última eleição municipal, de 2012 (entenda aqui).
A legislação prevê, em caso de descumprimento dos tetos das campanhas, que os candidatos eleitos com comprovado abuso de poder econômico percam os mandatos.
Gilmar Mendes tem alertado para o risco de aumento do número de ações judiciais buscando anular o resultado das eleições devido ao estouro desses limites.
“No caso em que o teto é muito restritivo, notoriamente, haverá extrapolação”, destacou o ministro ao G1.
“Esses números [valores limites para as campanhas], dependendo das peculiaridades de cada município, são baixos. E, certamente, haverá, de alguma forma, tentativas ou propósitos de fugir a esse teto. E haverá acusações recíprocas de que um ou outro [candidato] terá violado o teto e isso constitui abuso de poder econômico, por exemplo”, pondera Gilmar Mendes.
“Como vamos fazer campanha com esse teto? Até tenho observado que, no caso desses R$ 10 mil, vamos ter campanhas talvez muito ecológicas porque talvez não se possa nem usar um automóvel, mesmo nesse período curto de campanha”, ironizou.
Diante do teto baixo para as campanhas, o magistrado avalia que devem ocorrer um grande número de impugnações. “Os perdedores das eleições, aqueles que identificarem esses sinais abusivos de recursos, de riqueza, vão trazer isso para os autos”, observa Mendes.
O ministro destaca ainda que as campanhas deverão ficar mais baratas devido ao enxuto teto de gastos, mas também pelo fato de que a campanha eleitoral deste ano será menor. Até então, as eleições se estendiam por 3 meses, porém, a partir deste ano, a campanha irá durar 1 mês e meio.
Outro fator que deve minguar o orçamento das campanhas eleitorais de 2016, avalia o magistrado, é o efeito das investigações da Operação Lava Jato. A prisão de políticos, dirigentes partidários, empresários e marqueteiros praticamente secou, nos últimos meses, as doações para partidos e candidatos.
PRESIDENTE DO TSE VÊ ‘DISTORÇÕES’ EM TETO DE GASTOS PARA ELEIÇÃO DESTE ANO
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, afirmou nesta segunda-feira (25), durante coletiva de imprensa para apresentação dos dados do eleitorado brasileiro, que há “distorções” no teto de gastos de candidatos a prefeito e a vereador fixados pelo tribunal com base na minirreforma eleitoral, aprovada pelo Congresso no ano passado.
Na semana passada, o TSE divulgou os dados do teto de gastos e verificou-se que candidato a vereador em Manaus poderá gastar R$ 26 milhões na eleição deste ano enquanto um candidato a vereador em São Paulo, maior eleitorado, poderá gastar R$ 3 milhões. De modo geral, o teto nas cidades com mais de 10 mil eleitores deve ser de 70% do maior gasto declarado em 2012.
As tabelas com os limites de gastos foram publicadas no Diário de Justiça Eletrônico do TSE e podem ser acessadas no site.
Gilmar Mendes considerou que casos em que houve distorções terão que ser discutidos pelo plenário do TSE.
“Nesses municípios, por alguma razão, se fez declaração que não correspondia aos fatos. Portanto, não se cuidou da discussão sobre os gastos declarados. O que se fez foi tirar fotografia, aplicando-lhes o redutor. Temos essa fotografia um tanto quanto distorcida. É uma questão, sem dúvida nenhuma, delicada, e terá que ser submetida ao TSE. A boa intenção do legislador é evidente, mas não contava ele com as distorções perpetradas por declarações que não correspondem minimamente à realidade”, disse o presidente do TSE.
Empresas ‘não vão se animar’ com caixa 2
Gilmar Mendes afirmou que, com a Operação Lava Jato, as empresas “não vão se animar” em atuar com caixa dois de campanhas eleitorais, dando dinheiro para candidatos. A partir deste ano, a doação oficial de empresas privadas está proibida para campanhas. Segundo o ministro, no entanto, os riscos são de maior atuação de organizações criminosas nas campanhas, já que candidatos e políticos poderão querer encontrar novas formas de obtenção de recursos.
“Outra preocupação é com caixa dois, tendo em vista tetos reduzidos e falta de recursos regulares, possibilidade de que organizações criminosas participem de maneira mais enfática, não que não participassem em outro momento. Empresas regulares não vão se animar de operação de caixa dois, tendo em vista as consequências que estamos aí a acompanhar, da Operação Lava Jato”, disse o presidente do TSE.
Mendes voltou a afirmar que as eleições deste ano foram um “salto no escuro” com a proibição de financiamento privado sem uma reforma política mais ampla. O Supremo Tribunal Federal decidiu proibir empresas de doarem, e Gilmar Mendes ficou vencido. Para ele, a proibição só poderia ter ocorrido com uma reforma eleitoral mais ampla.
“Eu considero que demos salto no escuro ao fazer opção por proibição de financiamento privado sem reforma. Eu tomo essas eleições como experimento institucional, certamente em novembro teremos uma reforma inclusive desta legislação.”
TSE estima até 580 mil candidatos
Gilmar Mendes afirmou que a expectativa do TSE é de que entre 530 mil e 580 mil candidatos se registrem para participar das eleições deste ano. As convenções partidárias tiveram início no fim de semana e o prazo para registro termina em 15 de agosto.
Até o momento, a Justiça eleitoral registrou apenas 122 candidatos. Mendes fez um apelo para que os candidatos e partidos antecipem o quanto antes o registro, para não deixar para o fim do prazo. Com isso, as análises das candidaturas poderão ser iniciadas antes para se evitar ao máximo que as candidaturas ainda estejam sendo discutidas quando o resultado da eleição sair.
Segundo o presidente do TSE, a Justiça Eleitoral autorizou que mais juízes atuem para analisar candidaturas, mas afirmou que certamente se chegará a outubro com muitas pendências.
“Nós tomamos providências procedimentais, autorizamos que juízes substitutos atuem desde logo compondo os TREs de modo a reforçar capacidade dos tribunais eleitorais. Estamos preocupados obviamente com isso. Mas não teremos condições de evitar a judicialização, questões sobe ficha limpa, impugnações de eleições, abuso de caráter econômico, muita gente até constrangidamente diz que resultado na proclamação será provisório. Vamos chegar a outubro sem que temas estejam definitivamente resolvidos.”
O ministro também frisou que, com o menor tempo de campanha e para análise das candidaturas, é possível ainda que o número de eleições suplementares, aquelas realizadas quando o candidato eleito for considerado inelegível posteriormente, pode subir.
Quantidade de eleitores
O tribunal informou que 144.088.912 brasileiros estão aptos para votar em 5.568 cidades nas eleições municipais.
A cidade de São Paulo é a que possui o maior número de eleitores : 8.886.324. Já o menor eleitorado está em Araguainha, no Mato Grosso, com 954 eleitores.
Do total de eleitores registrados, a maioria (52,21%) são mulheres – 75.226.056. Entre os homens, os eleitores aptos são 68.767.634 (47,73%). Nestas eleições municipais, 2.311.120 eleitores têm 16 ou 17 anos e 11.352.863 têm mais de 70 anos.
Segundo o TSE, 92 municípios poderão ter segundo turno porque têm mais de 200 mil eleitores.
Em 2.380 cidades haverá votação com identificação biométrica, sendo que em 1.540 haverá 100% de biometria e em 840 cidades o sistema será híbrido, com a verificação pela digital apenas para parte dos eleitores, aqueles que já possuem dados coletados.
Segundo o TSE, as eleições deste ano terão um custo de R$ 600 milhões para o poder público.(G1.COM)
PROGRAMA MAIS MÉDICOS É PROVISÓRIO, DIZ RICARDO BARROS, MINISTRO DA SAÚDE
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou nesta quinta (21), em entrevista à Folha, que o programa Mais Médicos é “provisório”, uma vez que, na organização dos serviços de saúde, cabe aos municípios a responsabilidade de contratar os médicos, e não ao governo federal.
A afirmação contraria a posição de ministros anteriores da gestão da presidente afastada Dilma Rousseff, para os quais o programa, inicialmente temporário, “veio para ficar” e poderia continuar até depois de 2026, quando terminam as metas para formação de novos médicos.
Barros não estipulou prazo para o final do programa, mas afirmou que o pacto federativo determina que é de competência dos municípios a execução do sistema de atenção básica de saúde. “São eles que deveriam contratar os médicos. Mas temos 2.500 municípios que só têm médicos do Mais Médicos.”
Segundo ele, parte desse cenário ocorre porque uma emenda na Constituição determina que a remuneração de funcionários públicos nos municípios não pode ser superior à do prefeito. “Isso precisa mudar. Há cidades pequenas em que o prefeito ganha R$ 3.000 ou 4.000. O médico não trabalha por isso.”
Embora defenda o caráter “provisório”, para que não haja descontinuidade imediata Barros pediu ao governo de Cuba e à Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), responsáveis pela vinda dos médicos cubanos ao Brasil, que “flexibilizem” sua posição para que parte dos cubanos que chegaram em 2013 possam prorrogar o contrato por mais três anos. “Mais de 1.000 já casaram com brasileiros e alguns têm filhos.”
A Opas tem informado que os médicos serão substituídos em novembro. “Solicitamos e deverá haver flexibilização para que os que queiram possam permanecer, porque já estão articulados com a comunidade”, disse.
Ao todo, 18.240 médicos atuam no Mais Médicos, que oferta bolsa de R$ 10 mil a brasileiros e estrangeiros. Destes, 11.429 são cubanos –cerca de 20% deles devem ser substituídos em novembro.
Barros afirmou ainda esperar que os cubanos sejam substituídos ao longo do tempo por brasileiros e que convidou o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira para prepararem um edital com novas medidas que incentivem os brasileiros a ocupar vagas em cidades mais distantes, onde hoje a maioria é de cubanos.
“Podemos ao longo do convênio ir avisando a Opas de que vamos substituir alguns médicos. Eles saem e entram os brasileiros. Esperamos que isso aconteça ao longo do tempo, até que só brasileiros fiquem no Mais Médicos.” Apesar de definir o programa como “transitório”, Barros disse que o prazo para acabar ainda é “imprevisível”, por depender da disposição de médicos brasileiros para ocupar os postos.
Sobre manter o programa só com brasileiros, afirmou que essa proposta, nos moldes de uma carreira de Estado para médicos, é contra o pacto federativo. “Por que vou ter um contingente de médicos no governo federal se não é minha responsabilidade e se o sistema de saúde é descentralizado?”, disse. “A carreira de médico tem que existir nos municípios.”
ATÉ 2018, IMPACTO NO PIB SERÁ DE R$ 70 BILHÕES A MENOS COM INTERRUPÇÃO DO MINHA CASA MINHA VIDA, ALERTA HUMBERTO
Ainda em maio deste ano, o governo interino de Michel Temer cancelou o programa Minha Casa Minha Vida para as faixas que atendiam a população mais pobre. Com essa medida, o presidente provisório vai deixar de gerar R$ 70 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) em três anos até 2018. A presidenta Dilma Roussef havia anunciado, no final de março, a construção de 2 milhões de moradias com o início da terceira etapa do programa, criando a faixa 1,5 (que contempla famílias que ganham até R$ 2.350,00). Mas essa faixa foi excluída por Temer e pelo ministro das Cidades, o pernambucano Bruno Araújo (PSDB).
“Isso é um verdadeiro retrocesso e uma perda significativa de recursos para o Brasil. Além de prejudicar milhões de brasileiros que teriam o seu sonho realizado, nosso país deixará de arrecadar R$ 70 bilhões. É muita trapalhada para um governo só”, avaliou o líder do governo Dilma no Senado, Humberto Costa (PT-PE). A suspensão de novas contratações e a paralisia das obras do MCMV atingem 6,1 milhões de famílias, número estimado para os que necessitam de uma moradia digna.
O objetivo do MCMV, criado em 2009 pelo presidente Lula, foi o de combater o déficit habitacional no Brasil. Além de prejudicar a população mais carente, a suspensão dessas duas faixas (1 e 1,5) tem um grande efeito econômico. Segundo o estudo “Perenidade dos programas habitacionais”, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), cerca de 1,3 milhão de empregos deixarão de ser gerados, dos quais 660 mil nas obras de construção das casas e mais 682 mil ao longo da cadeia. Se o governo Temer realmente suspender o Minha Casa Minha Vida, o impacto final seria em torno de R$ 145,7 bilhões no período das obras, estimado em três anos, o que corresponde a 2,5% do PIB.
Apesar de Dilma ter anunciado a construção de 2 milhões de moradias, o governo provisório anunciou que não irá cumprir essa meta. O ministro Bruno Araújo disse recentemente que, em 2016, deverão ser contratadas apenas 400 mil unidades das faixas 2 e 3. “Eu acho engraçado é o governo cancelar as faixas para os mais pobres e anunciar financiamento para compra de imóveis luxuosos de R$ 3 milhões. É realmente uma inversão de prioridades o que esse presidente sem voto está fazendo”, criticou o senador Humberto Costa.
APÓS VENCER DISPUTA NA CÂMARA, MAIS SE REÚNE COM TEMER AO MEIO-DIA
O novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), eleito em votação iniciada na noite de quarta-feira (13), tem uma reunião marcada para 12h desta quinta (14) com o presidente em exercício Michel Temer.
Maia foi eleito já no início da madrugada desta quinta, com 285 votos. Ele derrotou na disputa do segundo turno o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que recebeu 170 votos. Filho de César Maia, ex-prefeito do Rio, o novo presidente da Câmara vai suceder no comando da Casa o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou ao posto no último dia 7.
Embora ainda não tenha feito um pronunciamento público sobre o resultado da eleição na Câmara, Temer já comentou a eleição de Maia no Twitter.
Pouco depois de o deputado do DEM ser confirmado no comando da Casa, durante a madrugada, o presidente em exercício publicou: “Parabéns a Rodrigo Maia e sucesso na gestão à frente da Câmara dos Deputados”.
Antes de se encontrar com Temer, Maia terá uma reunião com o presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG).
Embora Rogério Rosso fosse visto nos últimos dias como o candidato “mais simpático” aos interlocutores de Temer, assessores do governo já relatavam na tarde desta quarta que havia crescido a possibilidade de Maia se eleger. O deputado do Rio também é aliado do Planalto.
Mesmo com as negativas oficiais de que o governo não interferiu no processo de eleição para o novo presidente da Câmara, o próprio ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, um dos principais conselheiros políticos de Temer, chegou a admitir um dia antes da eleição que o Planalto estava “trabalhando” para evitar que houvesse mais de um candidato da base na disputa, o que não foi possível.
ELEIÇÃO DE MAIA REPRESENTA DERROTA EXPRESSIVA DE CUNHA E DO CENTRÃO
O maior derrotado com a eleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para o comando da Câmara foi o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A disputa mostrou que o peemedebista está com o poder esvaziado e que conseguiu, em votação secreta, 170 votos em favor de seu candidato, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), representante do centrão. Isso é uma sinalização de que, em votação aberta, Cunha não terá como escapar da cassação, com uma margem expressiva.
Ao mesmo tempo, o resultado da eleição mostra uma fragmentação do centrão. O grupo de partidos que é liderado por Cunha diminuiu de tamanho com o resultado da votação. Até então, as lideranças do centrão proclamavam ter o controle de 300 deputados. A eleição de Maia mostra que o grupo ainda é expressivo, mas deixou de ser majoritário.
No Palácio do Planalto, o presidente em exercício Michel Temer sabe que continuará dependendo do centrão. Mas essa dependência será menor. Ao mesmo tempo, houve uma discreta comemoração de interlocutores mais próximos de Temer: o estilo faca no pescoço adotado por Eduardo Cunha perdeu o protagonismo com essa eleição. Com Cunha esvaziado, o Planalto ganha folga para negociar com a Câmara.(Blog do Camarattio