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VEREADORA DENUNCIA PREFEITO DO CEDRO-PE, POR SUPOSTA FRAUDE EM LICITAÇÃO

A vereadora da bancada de oposição, Marly Quental-foto (PSB), apresentou uma denúncia contra o prefeito de Cedro – PE, Antonio Leite (PR), por supostas ilegalidades em uma licitação da Prefeitura. Mesmo em meio à crise financeira, a Prefeitura gastará R$ 113 mil para fornecer refeições (quentinhas) às equipes dos PSFs (Programa Saúde da Família) durante o ano de 2017.

Para a vereadora, além do valor exorbitante, causou estranheza o fato de a Sra. Júlia Saraiva Pereira ter vencido a concorrência sem possuir restaurante, muito menos trabalhar nesta área, descumprindo requisitos do edital. A parlamentar vê nepotismo no processo licitatório, visto que a vencedora do certame é sobrinha do prefeito.

O empenho, divulgado no Portal da Transparência do Município, foi duramente criticado nas redes sociais.

“Qual a necessidade de licitar um valor de R$ 113 mil para fornecer [quentinhas] a cinco PSFs do município, cujo expediente encerra-se às 12h? Vale ressaltar que existem PSFs que não estão recebendo, onde os funcionários adotaram o modelo de refeição coletiva”, questiona Marly, ressaltando que vai encaminhar o caso ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE).(Portal Cedro)

TCE APROVA CONTAS DE 2014 DO PREFEITO DO CEDRO JOSENILDO LEITE

neguinhoO Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) aprovou por unanimidade na sessão da última terça-feira (10) as contas do exercício financeiro de 2014 da Prefeitura de Cedro, através de parecer prévio que será enviado à Câmara Municipal de Vereadores. O parecer técnico aponta que o prefeito Josenildo Leite Soares (foto), adotou uma política adequada à realidade das finanças do Município, cujo dinheiro público está sendo aplicado de forma correta e de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

A decisão foi tomada por unanimidade. O relator do processo, o conselheiro João Campos, emitiu parecer prévio recomendando à Câmara Municipal de Vereadores a aprovação, com ressalvas, das contas do gestor. Com esta aprovação, todas as contas desde 2009 têm sido aprovadas pelo Tribunal de Contas.

De acordo com o voto do relator, todos os limites mínimos de aplicação de recursos no município foram atendidos pelo prefeito. Estão incluídos o planejamento, a gestão fiscal e previdenciária, o nível de endividamento e o cumprimento ou não dos limites de gasto mínimo e máximo previstos para a saúde, educação e despesas com pessoal.

O TCE recomenda que sejam envidados esforços no sentido de reduzir a taxa da mortalidade infantil. Também solicitou à Prefeitura a recomposição do saldo da conta do FUNDEB, com recursos do município, além da elaboração de um Plano Municipal de Saneamento Básico e Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para que a cidade possa usufruir dos recursos vindos do ICMS socioambiental.

PROJETO HORTA FELIZ MUDA A VIDA DE JOVENS COM DEFICIÊNCIA, NO CEDRO

CEDROMorador do município de Cedro, no Sertão Central de Pernambuco, o jovem Weverton de Cássio da Cruz, 20 anos, possui transtorno bipolar. Vítima de preconceito, deixou a escola e ficou em casa, sem fazer nada, segundo relatou. Isso foi há dois anos. De lá para cá, toda quinta-feira ele se desloca seis quilômetros até o Sítio Barro Branco, onde planta e colhe diversas variedades de hortaliças, como alface, cebolinha, rúcula, coentro, entre outros.

A nova ocupação de Weverton, a agricultura, faz parte do projeto Horta Feliz, idealizado por Manoel Costa, engenheiro agrônomo e extensionista do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). O projeto – desenvolver hortas para pessoas com deficiência – é pioneiro no Brasil e tem muito a comemorar neste 03 de dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.

“Pra mim, é muito importante ter essa camisa do Horta Feliz, ter pessoas que se importam comigo. Diz um parágrafo da bíblia que cada pastor tem suas ovelhas. Então, Manoel é o nosso pastor, somos guiados por ele. O trabalho mudou muita coisa na minha vida. Em casa, a gente ficava sem fazer nada, sem planos. O Horta Feliz ajudou na coordenação motora, porque a gente faz muitos exercícios. Em meu nome, e em nome dos meninos, a gente agradece toda a equipe”, declarou Weverton, referindo-se ao outros 21 jovens que participam do projeto e a equipe técnica.

Entre esses jovens, que são alunos da Escola Estadual Valdicliwtson da Silva Menezes, existem pessoas com Síndrome de Down, deficiência visual, dificuldade motora e outros exemplos. Todos, sem exceção, já trabalham na terra. Aprenderam a diferença das culturas, a distância do plantio, o tamanho do canteiro, o manejo da colheita, enfim, o passo-a-passo para trabalhar em uma horta, neste caso, orgânica. “Eles não conheciam nem as plantas e nem as cores. No processo de alfabetização, nós trabalhamos a diferença das cores”, explica Manoel. Ele acrescentou que existem jovens que já foram capacitados, casaram e vivem da agricultura, além de outros que reduziram os medicamentos.

O engenheiro agrônomo afirma que o Horta Feliz é um projeto de inclusão social e terapia de valorização desses jovens com deficiência, que são filhos de agricultores. Para o trabalho vingar, Manoel conta com alguns parceiros, como os donos da propriedade, que cederam o espaço para a horta; os professores, que acompanham as aulas; o motorista, que conduz os alunos; e os fisioterapeutas, que orientam alguns exercícios.

“A assistência técnica e extensão rural do IPA atende os agricultores em suas especificidades. O que nós estamos provando é que existem metodologias e estratégias que valorizam as diferenças e fazem com que as pessoas sejam produtivas. Nós estamos trabalhando com quebra de paradigmas. É preciso ter sensibilidade para perceber as diferenças e direcionar as atividades, de acordo com as habilidades de cada um. O IPA fortalece a agricultura familiar e suas especificidades. A dinâmica de aprendizagem é diferente, mas todos absorvem a informação e se torna produtivo”, declarou Manoel.

Os produtos do Horta Feliz são comercializados em feiras livres, em escolas da rede pública inseridas no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do IPA, e em um centro social do município. Parte das hortaliças produzidas ainda é doada à escola onde os jovens estudam. Além disso, eles utilizam o lucro das vendas para a compra de insumos e equipamentos. “A gente está dando uma oportunidade para que os meninos tenham alguma atividade”, observou um dos proprietários do Sítio Barro Branco, José Joaquim do Nascimento.

A professora Eliene Romão acompanha os alunos dentro e fora da sala de aula. Ela ressalta a inclusão deles na vida social do município. “Muitas vezes eles são isolados. Aqui é um local rural, a fonte de renda é a agricultura. Eles estão contribuindo para o desenvolvimento econômico do lugar, se sentindo úteis e também estão desenvolvendo suas habilidades. Uma pessoa testemunhou ‘aqui no Cedro tem esse tanto de gente de pessoas com deficiência?’. A pessoa ficou surpresa, porque muitos ela nem conhecia. E, aqui, é uma cidade muito pequena, praticamente todo mundo se conhece. Esse projeto foi tirando as pessoas de casa para participar de um show, de uma missa, de outras atividades. Eles passaram a quebrar as algemas da questão da convivência social. Eles participam mais da escola, se abrem, dizem o que sentem”, comemora a professora.

O projeto também é aprovado pelos pais dos alunos, como é o caso de José Manoel de Souza. A filha de 26 anos, Joedna Teresinha de Freitas Souza possui deficiência mental, e a Horta Feliz ajudou no relacionamento com a família. “Ela era muito irritada, mas com a roça ela está mais contente. A gente também tem mais entendimento para conversar com ela. Eu fico muito contente”, disse o pai.

Joaquim José do Nascimento se mostra otimista quanto ao futuro do neto Leonardo José do Nascimento de Souza, 16 anos, que possui Síndrome de Down. “Para Léo esse projeto é muito importante, porque depois da escola e vem para a horta aprender outras coisas, aprender a seguir a vida. Ele se sente muito feliz em estar aqui”, pontuou o avô.

Os parceiros do projeto Horta Feliz são: Escola Estadual Valdicliwtson da Silva Menezes, onde os jovens estudam; escolas municipais Castro Alves e Manoel Marculino; Faculdade Leão Sampaio; grupo Irmãos Guanellianos, pertencente à Igreja local; Centro de Convivência Social – PET Cedro; Prefeitura de Cedro; professores e representantes da sociedade civil.