
Equipamento no Recife Antigo fortalece políticas públicas para mulheres; 26 novas servidoras foram convocadas
Na tarde desta terça-feira (10), a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, visitou o Centro de Promoção dos Direitos da Mulher Marta Almeida, localizado na Rua do Bom Jesus, no Recife Antigo. A visita foi acompanhada pela secretária da Mulher do Recife, Glauce Medeiros e pelo prefeito da cidade, João Campos. Durante o evento, foi assinada a portaria de convocação de 26 servidoras aprovadas no primeiro concurso público do Brasil destinado especificamente à Secretaria da Mulher, um marco para a institucionalização das políticas públicas para mulheres no país.
“Estamos hoje fazendo nomeações para o quadro próprio da Secretaria da Mulher do Recife. Essa é uma construção histórica, era um desejo de muito tempo, e pela primeira vez uma capital está fazendo um concurso próprio para a Secretaria das Mulheres, garantindo perenidade. A gente tem uma estratégia de política pública permanente para as mulheres da cidade e com servidoras nomeadas que vão poder garantir políticas públicas das mais diversas, da qualificação profissional à garantia de direitos, da orientação psicossocial às arte-educadoras, passando por pessoas que atuam na área social e no empreendedorismo. É um quadro diverso, mas que garante a perenidade dessa secretaria tão importante da nossa cidade”, afirmou o prefeito João Campos.
O Centro Marta Almeida é um espaço dedicado ao fortalecimento e ao empoderamento das mulheres por meio da inclusão educacional, social, política, econômica e cultural. Instalado em dois casarões históricos restaurados e tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o centro ocupa uma área construída de 700 m², preservando a arquitetura original e o valor histórico do local.
O espaço conta com uma estrutura moderna e multifuncional: laboratório de audiovisual, cozinha de vanguarda, sala multiuso, auditório, brinquedoteca, ateliê de moda e costura, além de um ponto de leitura, cujo acervo é composto majoritariamente por obras escritas por mulheres.
Além dos serviços permanentes, o Centro promove workshops, palestras educativas e cursos profissionalizantes em áreas como moda e costura, audiovisual e mídias digitais, marketing, tecnologia e gastronomia. Desde sua inauguração, o local já capacitou aproximadamente 700 mulheres, fortalecendo a autonomia feminina e ampliando as oportunidades de geração de renda.
“É a primeira vez que eu estou em Pernambuco neste mandato. Hoje estivemos em Cabo de Santo Agostinho, em uma atividade com mulheres do Bolsa Família e agora tivemos a oportunidade de conhecer esse belo centro de formação de mulheres aqui da Secretaria da Mulher do Recife. Fico feliz por escutar as secretárias, vereadoras, militantes e por saber que temos um caminho. Nós sabemos o que as mulheres querem e desejam. Queremos as mulheres livres de qualquer tipo de violência, queremos as mulheres se sentindo pertencentes, reconhecendo sua história, suas potencialidades e realizando seus projetos. Foi isso que vi hoje aqui. Fiquei muito feliz em conhecer e discutir os programas e as iniciativas desta Secretaria para as Mulheres”, destacou a ministra Márcia Lopes.
Marta Almeida – O nome do centro homenageia a educadora e ativista Marta Carmelita Bezerra de Almeida, conhecida como Martinha. Figura emblemática na luta pelos direitos das mulheres negras em Pernambuco, Martinha foi coordenadora estadual do Movimento Negro Unificado (MNU), pedagoga com especialização em Psicopedagogia e Educação Especial, além de técnica da Política de Igualdade Racial no Estado.
Martinha atuou de forma incansável na promoção da saúde, no enfrentamento ao racismo e na defesa dos direitos das mulheres lésbicas e da população LGBTQIA+. Participava ativamente de debates e fóruns sobre a educação pública e igualdade racial, sempre defendendo a democratização do acesso à universidade para comunidades marginalizadas.
A última participação pública de Marta Almeida foi em um evento sobre a curricularização da extensão no ensino superior. Em 2023, ela faleceu em decorrência de um AVC, deixando um legado inestimável para os movimentos sociais e para a construção de políticas públicas mais justas, inclusivas e transformadoras.

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