
Os ventos do carnaval já balançam com força os altos coqueiros do país Pernambuco. Na última quinta (27), foi dada a largada para uma das maiores festas do planeta, o carnaval de Olinda, com a estreia do palco Pernambuco Meu País no Carnaval na Marim dos Caetés. A Praça do Carmo viveu grandes emoções impulsionadas pelo poder da música pernambucana, seja ela o brega, o maracatu, a ciranda e, não menos importante, o frevo, com apresentações de Alceu Valença, Lenine, Raphaela Santos e Gangga Barreto.
A festa começou no início da noite, com a chegada dos cortejos Terra dos Passos, que reuniu 279 passistas de frevo e as orquestras Henrique Dias e Maestro Carlos, e o de Patrimônios Vivos, reunindo as mais emblemáticas agremiações do carnaval olindense, como o Homem da Meia-Noite, o Elefante de Olinda, o Vassourinhas, o Cariri e a Pitombeira. Com essa apoteose de frevo e cultura popular, foram iniciados os trabalhos no palco, com a também olindense Gangga Barreto fazendo as honras da recepção.
Por lá, estiveram presentes autoridades como a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, a vice-governadora, Priscila Krause, a prefeita de Olinda, Mirella Almeida, a secretária de Cultura de Pernambuco, Cacau de Paula, e a presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, Renata Borba. Também esteve presente o escolhido como embaixador do carnaval pernambucano deste ano, Gil do Vigor.
“O Pernambuco Meu País começou na semana pré-carnavalesca e abre as portas oficialmente do carnaval de Pernambuco aqui em na cidade de Olinda. Foi tudo construído por uma equipe incrível, que trabalhou muito para que possamos fazer o maior carnaval que o estado já viu. Hoje temos aqui atrações que orgulham nossa cultura popular e o carnaval de Pernambuco é isso, com o mundo inteiro vendo”, declarou a governadora, Raquel Lyra.
“Muita emoção abrir mais um carnaval de Pernambuco, que é uma referência para o Brasil e para o mundo, com toda essa manifestação aqui no palco Pernambuco Meu País e os cortejos trazendo nossa cultura popular e nossas raízes. E temos programação no estado inteiro, são mais de 70 municípios contemplados com políticas públicas do Governo para incentivar esse grande evento da nossa cultura e da nossa economia”, afirmou a secretária de Cultura, Cacau de Paula.
“Esse ano Olinda recebeu o palco Pernambuco Meu País no Carnaval, trazendo uma grande diversidade de riquezas da cultura pernambucana, em paralelo, estamos apoiando outros polos descentralizados da cidade, chegando junto dos principais blocos tradicionais daqui, como o Elefante, Homem da Meia-Noite, Cariri, Vassourinhas, Sambadeiras e tantos outros que fazem o carnaval de Olinda ser único. Estamos falando da maior festa popular do Brasil e Pernambuco é ainda mais especial”, complementou a presidente da Fundarpe, Renata Borba.
No palco, a noite continuou com milhares de vozes acompanhando as canções de Raphaela Santos, em um repertório que demonstra o porquê de seu nome ser um dos mais consolidados da cena do brega contemporânea. Um figurino de luxo, um balé cativante e hit atrás de hit embalaram a lotada Praça do Carmo, que entoaram coros em músicas como “Quem é o Louco Entre Nós” e “Meio Termo”, além de apresentar uma faixa recém-lançada, mas já na boca do povo, uma regravação de Opinião, sucesso da banda Lapada nos anos 2000.
A noite foi seguida por um grande veterano da música pernambucana e do carnaval de Olinda. Lenine entrou no palco ressaltando a importância da cidade de Olinda para a construção de sua identidade artística. Os frutos dessa construção puderam ser visto em seu desfile de clássicos, todos bem entoados pelo público presente, passando pelas diversas fases de sua carreira, dos sucessos noventistas “Na Pressão”, “Jack Soul Brasileiro” e “Relampiano”, que abriu a apresentação, mas chegando também em canções como “Envergo, mas não Quebro” e “Se Não For Amor, Eu Cegue”. Encerrando com chave de ouro, claro, com “Leão do Norte”.
O encerramento não tinha como ser diferente. A grande voz do carnaval de Olinda jamais pode ficar de fora para abrir os festejos. Filho da terra, Alceu Valença mais uma vez provou como sua música se confunde com a identidade cultural e carnavalesca da cidade, emocionando com todas as canções de tantas décadas embalando os foliões.
No palco, com um pomposo figurino momesco, fez questão de lembrar como suas andanças pela festa da Marim dos Caetés é fundamental para sua obra. Seja com a chegada de um marinheiro em uma quarta de cinzas na Praça da Preguiça que gerou a canção “Pirata José” ou o flagra de um casal fantasiado de onça e cachorro que fez nascer “Como Dois Animais”. No repertório, não ficaram de fora outros sucessos como “Anunciação”, “Bicho Maluco Beleza”, “Diabo Louro” e “Morena Tropicana”, encerrando a abertura de uma grande festa que está só começando.
FOTO: Juana Carvalho/Secult-PE/Fundarpe
