A quinta foi agitada no 15º Festival de Cinema de Triunfo. As atividades começaram desde cedo e não pararam durante o dia, que contou com momentos mágicos para todas as idades. Na manhã, um encontro para discutir caminhos para os curtas pernambucanos encontrarem cada vez mais telas e plateias. Pela tarde, as crianças como protagonista. Já pela noite, a continuidade da mostra de curtas, médias e longas que vem aquecendo o Theatro Cinema Guarany, seguida de festa e música com o Som na Rural.
Às 9h, a Fábrica de Criação Popular do Sesc recebeu a oficina “Aquilombalab: Distribuição de Impacto para Curtas”, ministrada por Anna Andrade, na qual realizadores e outros profissionais do audiovisual puderam trocar experiências sobre o circuito de distribuição do país e formas alternativas de se fazer circular os filmes que desafiam as lógicas tradicionais do mercado.
“Estou particularmente muito feliz de estar aqui nesse ano com uma atividade de formação. Eu frequento esse festival há dez edições, então é muito bom ver essa longevidade do festival e mobilizando a cidade. É muito bom encontrar pessoas daqui e realizadores de outros lugares, porque essas pessoas vão voltar para seus territórios com novos conhecimentos”, afirmou Anna Andrade.
No começo da tarde, foi a vez de um dos momentos mais aguardados do festival, a mostra infanto-juvenil, promovida pelo Cine Sesc. E nesta edição, ela foi ainda mais mágica, com crianças do povo Angico Pankararu recebendo o público, formado em sua grande maioria por alunos da rede pública, com um toré, ritual sagrado tradicional do povo Pankararu. Elas também foram protagonistas do filme Yadedwa Seetô, exibido na mostra, uma realização do Coletivo Cinema do Interior.
“Eu nasci a seis léguas daqui, na cidade de Serra Talhada e sou apaixonado pelo Sertão, por seu povo, sua arte, sua cultura, sua natureza. Estive na primeira edição desse festival, vi ele nascer e dele eu guardo profunda gratidão, estar aqui no Theatro Cinema Guarany é um momento de muita emoção e de celebração dos frutos do nosso trabalho”, declarou Marcos Carvalho, cineasta e diretor do Coletivo Cinema do Interior.
E a quinta-feira estava só começando, pois no começo da noite, iniciou a mostra competitiva de curtas e longas, que chegou em seu penúltimo dia, trazendo filmes que atravessaram questões de ancestralidade, gênero, maternidade e relações familiares. Foram exibidos os curtas e médias Emerenciana (Larissa Nepomuceno, PR), Mansos (Juliana Segóvia, MT), Uma Irmã Mais Velha (Drica Mendes, PE), De Pés: Dom Santana (Cora Fagundes, PE), Carol (Bruna Tavares, PE), Lilith (Nayane Nayse, PE) e Búfala (Tothi Santos, GO), além do longa Sekhdese (Graciela Guarani e Alice Gouveia).
Mas a noite ainda estava longe de acabar. Pouco mais cedo, foi dada a largada para a Amostra Praça, com exibições de curtas infanto-juvenis em uma tela montada na Som na Rural, estacionada na Praça do Avião. Após as exibições no Theatro Cinema Guarany, a música tomou conta com o som da banda triunfense Ambrosino.
“Estamos aqui com o Som na Rural em Triunfo, é uma alegria imensa e muito importante para a gente. Frequento o festival há bastante tempo e, cada vez que chegamos aqui, vemos o movimento e o crescimento da cidade, além de ser muito simbólico estarmos aqui no ano em que Jéssica Caitano é homenageada, ela que representa muito bem a gente e a nossa música popular, rodando o mundo, mas voltando sempre pra cá”, afirmou o produtor cultural Roger de Renor, do Som na Rural.
A programação segue nesta sexta para seu penúltimo dia. A partir das 18h, começamos a última noite da mostra competitiva de curtas e longas. A Amostra Praça também segue com mais filmes e o grupo Só Trinscando, celebrando o dia nacional do forró.
Foto: Simon Filmes/Secult-PE/Fundarpe
