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ONU diz que governo Maduro cometeu crimes contra a humanidade na Venezuela

Relatório de missão da ONU na Venezuela acusa governo de cometer crimes por meio de perseguições políticas e em manifestações, quando 25 pessoas morreram por disparos de policiais.

g1 – Um relatório da missão internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) na Venezuela divulgado nesta terça-feira (15) afirma que o regime de Nicolás Maduro cometeu crimes de lesa humanidade contra sua própria população.

Os crimes ocorreram principalmente por meio de perseguições políticas e na repressão a manifestações antes, durante e depois das eleições presidencias da Venezuela, em julho deste ano, ainda de acordo com a ONU.

Segundo a missão da ONU, 25 pessoas foram assassinadas por arma de fogo durante protestos no período analisado, ao longo deste ano, o que constitui o crime contra a humanidade. Outras centenas ficaram feridas, e milhares foram detidas “simplesmente por exercer seu direito fundamental à liberdade de expressão”.

“As violações, cometidas com intenção discriminatória, constituem o crime de lesão humanitária de perseguição por motivos políticos em razão da identidade das vítimas”, diz o relatório da ONU.

O relatório documenta “diversas e crescentes violações cometidas pelo governo venezuelano, pelas forças de segurança e por grupos civis armados pró-governamentais antes, durante e depois das controvertidas eleições presidenciais de julho”.

Um relatório prévio da missão, publicado em setembro, já havia apontado que o regime de Maduro intensificou a repressão a opositores e manifestantes após as eleições.

A líder opositora María Corina Machado disse que a publicação do novo relatório, com a acusação de crimes de lesa humanidade, é “um elemento crucial para o isolamento cada vez maior do regime (de Nicolás Maduro), e a prova para que seja feita justiça internacional”.

“Hoje, damos mais um passo que nos aproxima da liberdade”, disse Corina.

O governo venezuelano ainda não havia se manifestado sobre as acusações até a última atualização desta reportagem.

A eleição na Venezuela ocorreu em 28 de julho, e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) — a Justiça eleitoral do país — declarou Nicolás Maduro reeleito para um terceiro mandato. No entanto, o CNE nunca divulgou as atas eleitorais — espécies de boletins de urna, que registram o resultado em cada local de votação.


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