Sanção presidencial para o ingresso do nome do ex-governador no memorial nacional foi dada nesta terça-feira (15)
O ex-governador de Pernambuco e ex-ministro Eduardo Campos, falecido há dez anos em um acidente aéreo, terá seu nome inscrito no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O presidente Lula sancionou, nesta terça-feira (15), a lei que inclui o nome de Eduardo Campos no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria.
“No momento em que sancionamos uma lei que transforma Eduardo em herói nacional, estamos dando uma contribuição para fazer com que aqueles que nasceram depois de nós possam conhecer outro tipo de político. Estamos enaltecendo as virtudes de um homem que nasceu no berço da política e morreu defendendo as pessoas menos favorecidas e as pessoas pobres deste país. (…) Valeu a pena a passagem do Eduardo pelo Planeta Terra e pela política”, ressaltou Lula.
Renata Campos, viúva do ex-governador, e o prefeito do Recife, João Campos, também falaram sobre a homenagem histórica. “É muito importante a nação brasileira reconhecer pessoas que lutaram, fizeram história e desejo que isso sirva de referência para as gerações futuras”, salientou Renata. “Eu tenho certeza de que o meu pai está muito feliz onde estiver, feliz em ver o senhor (presidente Lula) liderando o país, feliz em ver a nossa família unida, feliz em ver um time que acredita na política sentando junto na mesa, tendo responsabilidade com a democracia, generosidade com o povo brasileiro e o cuidado de representá-lo. Que bom saber que alguém que fez o que Eduardo fez em vida, jamais morrerá ou será esquecido”, destacou João.
De autoria do deputado Felipe Carreras (PSB-PE) e coautoria da bancada do PSB da Câmara Federal, a proposta da inclusão do nome de Eduardo Campos no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria foi aprovada também no Senado Federal. O último passo que precisava para ir à sanção.
Na casa alta, o projeto foi relatado pelo senador Flávio Arns (PSB-PR). Na Câmara, o texto foi relatado pelo filho do homenageado, o deputado Pedro Campos (PSB-PE). “É muito simbólico que esse reconhecimento ocorra após 10 anos da partida precoce de Eduardo. Ele se destacou como um articulador habilidoso, capaz de construir alianças e abrir novos caminhos para a política brasileira e deixou um legado de compromisso com o progresso, a justiça social e o desenvolvimento sustentável, inspirando futuras gerações de líderes a seguirem seus passos na construção de um País melhor”, afirmou Pedro.
SOBRE O LIVRO
O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria fica no memorial cívico Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília. O livro é destinado ao registro do nome de brasileiros e brasileiras que tenham oferecido a vida para a defesa e a construção do Brasil, com dedicação e heroísmo, como determina a Lei 11.597, de 2007.
MINI-BIOGRAFIA
Eduardo começou sua vida pública em 1986, durante a campanha de Miguel Arraes, seu avô, eleito governador de Pernambuco naquele ano. Em 1990, entrou oficialmente na vida política ao ingressar no Partido Socialista Brasileiro (PSB), e foi eleito deputado estadual.
Além desse cargo, o ex-presidente Nacional do PSB foi deputado federal, governador de Pernambuco, ministro de Ciência e Tecnologia e se preparava para disputar a presidência da República.
Como governador, Eduardo deixou um legado de desenvolvimento e compromisso com a gestão pública, além do investimento em educação, uma de suas maiores bandeiras. No combate à violência, criou o Pacto pela Vida, um programa que reduziu os índices de homicídios em 39% no Estado. Sua sensibilidade com as questões sociais se manifestou no Programa Mãe Coruja Pernambucana, um programa que visava reduzir a mortalidade infantil e que foi reconhecido pela ONU por sua eficiência e inovação.
À frente do Ministério de Ciência e Tecnologia, o socialista contribuiu para o avanço da pesquisa e da inovação no Brasil. Sob sua gestão, foram criados importantes marcos regulatórios e programas que até hoje impulsionam o desenvolvimento científico do país.
No dia 10 de agosto Eduardo completaria 59 anos. Nesta mesma semana, dia 13 de agosto, completaram 10 anos de sua partida. Por coincidência do destino, o líder socialista faleceu na mesma data que seu avô, Miguel Arraes, o precursor de sua vida na política, uma das figuras mais importantes da história do PSB, e que faleceu em 2005.
Fotos: Rodolfo Loepert/Prefeitura do Recife