Líder camponesa símbolo de resistência em defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do campo, Elizabeth Teixeira, que celebra seu centenário de vida em fevereiro de 2025, foi indicada pelo parlamentar ao Diploma Mulher-Cidadã Carlota Pereira de Queirós
A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados (CMULHER) divulgou a lista das 18 mulheres indicadas ao prestigioso Diploma Mulher-Cidadã Carlota Pereira de Queirós de 2024. Entre as indicadas, está a líder camponesa Elizabeth Teixeira, apresentada pelo deputado federal Carlos Veras (PT-PE).
A eleição das cinco agraciadas com o Diploma está prevista para o dia 16 de outubro de 2024. “No próximo ano, Elizabeth Teixeira completará 100 anos de idade. Fiz essa indicação com muita alegria e com o desejo de homenagear nossa companheira por sua notável trajetória na defesa dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais”, comenta Carlos Veras.
Ele também ressaltou a contribuição histórica da liderança. “Elizabeth é um símbolo da importância de Margarida Maria Alves. Essas companheiras enfrentaram grandes adversidades pelas causas dos trabalhadores do campo. Elizabeth sobreviveu a toda a perseguição, à ditadura. Reconhecer sua trajetória, especialmente em seu centenário, é um marco significativo na celebração da força das mulheres na luta pelos direitos dos trabalhadores rurais, inspirando futuras gerações a seguir seu legado de resistência e dedicação”, pontua.
Luta, resistência e legado
Elizabeth Teixeira, nascida em Sapé, Paraíba, em 13 de fevereiro de 1925, é uma figura emblemática na luta pelos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais no Brasil. Casada com João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas, ela assumiu a liderança do movimento após o assassinato de seu marido em 1962, um crime político que visava silenciar a luta pela reforma agrária.
Durante a ditadura militar, Elizabeth enfrentou intensa repressão, vivendo sob identidade falsa em diversos estados brasileiros, incluindo Pernambuco. Apesar das adversidades, ela continuou a militância, organizando trabalhadores rurais e mantendo viva a causa pelo direito à terra.
A trajetória de Elizabeth Teixeira foi imortalizada no documentário Cabra marcado pra morrer, do renomado cineasta Eduardo Coutinho. O filme, iniciado em 1964 e concluído apenas em 1984, destaca a resistência e a coragem de Elizabeth, tornando-se um marco do cinema documental brasileiro.