Atingidos pela enchente sobrevivem de doações após suas casas serem inundadas. Tragédia matou 157 pessoas, deixando 88 desaparecidas e mais de 657,8 mil fora de casa.
g1 – Se em alguns pontos da Região Central de Porto Alegre a água do Guaíba, que inundou a Capital, vem baixando nos últimos dias, na Região das Ilhas, a situação ainda é crítica. Sem poder voltar para casa, mais de 200 pessoas improvisa moradias em barracas, carros e até debaixo de uma ponte.
“É ruim, é terrível. Só não está pior porque a gente consegue ajuda. Na minha casa, a água tá no telhado. Perdi tudo”, conta José Odair Aires da Conceição, uma das pessoas que reside na Ilha Grande dos Marinheiros e precisou montar uma barraca embaixo da ponte nova do Guaíba.
Os moradores relataram à reportagem da RBS TV que optaram por não irem a abrigos para não ficarem distantes das moradias. A equipe procurou a prefeitura para saber sobre o atendimento aos afetados, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
José, que trabalha como reciclador, recebeu doações de lonas e, com pedaços de madeira encontrados próximo ao lago, ergueu a barraca onde está sobrevivendo com a namorada.
A situação dele é parecida com a de cerca de 220 pessoas que estão desabrigadas e buscaram refúgio ao longo da BR-290, onde fica a ponte.
A igreja do padre Rudimar Dal’Asta, conhecido como padre Rudi, foi completamente inundada. Acostumado a acolher fieis da Região das Ilhas, agora é ele que recebe acolhimento.
“[A situação] É dolorida, é sofrida, mas a solidariedade entre as famílias e as pessoas das ilhas é muito grande neste momento”, conta o padre Rudi.
Ele relata que divide uma barra com outras três pessoas. Para sobreviver, diz que a população depende de “muita solidariedade, de muita caridade”.