O parlamentar do PT de Pernambuco se destaca como o principal articulador da Economia Solidária no Congresso Nacional. A audiência reuniu dezenas de organizações e parlamentares em defesa da implantação do Sistema Nacional de Finanças Solidárias (SNFS) e foi um marco importante para o debate sobre a economia solidária no Brasil
Na tarde desta quarta-feira (15), a Comissão do Trabalho da Câmara dos Deputados sediou audiência pública de grande relevância para o futuro da economia popular e solidária no Brasil. Requerida pelo deputado federal Carlos Veras (PT-PE), presidente da Frente Parlamentar da Economia Popular e Solidária no Congresso Nacional, a audiência teve como foco o debate sobre a criação do Sistema Nacional de Finanças Solidárias (SNFS).
O evento contou com a participação de representantes de cooperativas, bancos comunitários, ONGs, além de especialistas em economia solidária e membros do governo. O deputado Carlos Veras abriu a sessão destacando a importância do projeto. “Este debate é fundamental para entendermos como essas iniciativas podem fortalecer a capacidade das pessoas de criarem seus próprios negócios e gerarem empregos, promovendo uma distribuição mais justa de recursos”, ressaltou o deputado Carlos Veras, reforçando a importância da audiência.
A deputada federal Jack Rocha, secretária geral da Frente Parlamentar da Economia Popular e Solidária, destacou a amplitude da proposta. “Trata-se de comércio justo, desenvolvimento local e, acima de tudo, de promover justiça social. Queremos um mundo onde a riqueza e o consumo sejam vistos de forma colaborativa”, pontuou.
Participação e contribuições
Diversos parlamentares, especialistas, gestores e membros de entidades contribuíram com suas perspectivas sobre o impacto positivo do sistema. Jairo dos Santos, Secretário Executivo da Rede de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária, ressaltou: “Nós somos homens e mulheres com o coração a espera de aprovar uma lei nacional de economia solidária, para construir um sistema de finanças solidárias que distribua a riqueza para quem precisa, através das cooperativas, das associações, através dos grupos de mulheres que trabalham nesse Brasil”, disse.
Barbara Schmidt, da Coordenação da Rede Brasileira de Fundos Solidários, apresentou dados que reforçam a eficácia dos modelos de finanças solidárias. “A gente sabe, hoje, que nós já temos mais de mil municípios brasileiros com fundos solidários funcionando. Isso é uma base fantástica para se construir a Economia Solidária. Os fundos solidários são a prática mais simples, qualquer grupo de pessoas, de mulheres, de agricultores, de quilombolas, podem decidir juntar dinheiro e colocar em uma poupança coletiva para financiar seus projetos, de uma forma simples e autogestionada”, explicou.
A audiência lotou o plenário da Comissão de Trabalho e gerou grande repercussão entre os participantes, com diversas lideranças comunitárias e movimentos sociais manifestando seu apoio ao projeto. O evento reforçou o compromisso do deputado Carlos Veras e do Partido dos Trabalhadores em promover políticas públicas que fortaleçam a economia solidária, a inclusão financeira e o desenvolvimento sustentável. A expectativa é de que, com a continuidade das discussões, o Sistema Nacional de Finanças Solidárias possa ser um pilar fundamental para a transformação econômica e social do país.
Movimento de Economia Solidária
O Movimento de Economia Solidária no Brasil vem atuando pela estruturação do SNFS, focado em promover o desenvolvimento socioeconômico e combater a pobreza. Já existem práticas de finanças solidárias em todos os estados do Brasil, beneficiando mais de 5 milhões de pessoas. Essas iniciativas incluem Bancos Comunitários de Desenvolvimento, Cooperativas de Crédito, Fundos Rotativos Solidários e OSCIPs de Crédito, buscando garantir um sistema financeiro mais justo e inclusivo.
Dados relevantes
Segundo o Cadastro Nacional de Empreendimentos Econômicos Solidários (CadSol), existem no Brasil 20.662 Empreendimentos Econômicos Solidários, beneficiando aproximadamente 1,4 milhão de pessoas. São 528 Fundos Solidários mapeados em 977 municípios, além de 152 Bancos Comunitários de Desenvolvimento.