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Crise da hemodiálise no estado preocupa deputado estadual Luciano Duque

O deputado estadual Luciano Duque solicitou, hoje (06), à Comissão de Saúde e Assistência Social, a realização de uma audiência pública para discutir a crise da hemodiálise no estado. Atualmente, mais de 6.500 pacientes renais crônicos realizam o tratamento nas clínicas de diálise conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) em Pernambuco.

Segundo o parlamentar, que faz parte do colegiado, a falta de vagas para o procedimento nos ambulatórios de diálise, que atendem ao Estado, tem causado uma verdadeira crise humanitária na saúde. “Pernambucanos com problemas renais graves estão formando filas de quem simplesmente não pode esperar. Afinal, a máquina, que faz o papel dos rins e filtra o sangue, é a única chance de sobrevivência dessas pessoas. Sem um rim novo, o uso do equipamento é responsável pela vida desses pacientes”.

O grande problema das clínicas de hemodiálise no estado e em todo o país é o subfinanciamento e a defasagem na remuneração. Além disso, os reajustes previstos são insuficientes e não levam em conta o número de pacientes por máquina. O SUS remunera cada sessão de hemodiálise ambulatorial por R$ 240,97, enquanto o custo real de uma sessão é de R$ 305,00. Portanto, cada tratamento de um paciente renal crônico, atendido em uma das unidades, gera um prejuízo de R$ 64,03, motivo pela qual, as clínicas estão sucateadas, endividadas e algumas já sem recolher obrigações trabalhistas e tributárias. “Estas, estão recebendo o pagamento às custas de liminar porque não conseguem tirar as certidões negativas, em função de débitos. Pois, estão priorizando o pagamento dos funcionários, fornecedores, energia elétrica e médicos. Mensalmente, somado o prejuízo de todas clinicas de hemodiálise do estado, chega a mais de R$ 5 milhões”, explica o deputado.

Existem atualmente mais de 200 pacientes renais crônicos internados em hospitais públicos e conveniados de Pernambuco para realizarem sessões de hemodiálise porque não existem vagas nas clínicas conveniadas. “Essas vagas hospitalares poderiam estar sendo utilizadas para outros fins e não ocupadas por pacientes que deveriam estar em tratamento ambulatorial. Algumas dessas pessoas estão internadas há mais de três meses esperando vagas em unidades de hemodiálise. Muitos, já desesperados querendo retornar às suas casas”, disse.
De acordo com Duque, médicos e representantes do setor têm se mostrado extremamente preocupados com uma iminente crise sanitária no estado. “A proposta deles é que o Estado complemente de forma emergencial a diferença entre o custo real de uma sessão e o valor repassado pelo Governo Federal”. Em contrapartida, as clínicas fariam investimentos para receberem novos pacientes. Caso o Ministério da Saúde faça a correção da tabela, o estado deixará de fazer a complementação.


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