Valor — A crise política na qual se envolveu o ministro da Justiça, Flavio Dino, deve embolar a disputa pela cadeira vaga no STF, segundo aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Alvo de críticas após um secretário ter recebido no gabinete da pasta a esposa do traficante Tio Patinhas, conhecida como “dama do tráfico“, Dino, que vinha sendo apontado como favorito na disputa, perdeu força. O novo momento abriu espaço até para nomes que correm por fora.
Um dos cotados que emergiu, nos últimos dias, é Wellington Cesar Lima, secretário especial de Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Segundo interlocutores, ele vinha trabalhando nos bastidores, fazendo campanha de “submarino”, de acordo com uma fonte, mas passou, recentemente, a ser citado com mais ênfase por aliados próximos. O secretário tem a seu favor o fato de ser homem de confiança do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Por outro lado, Wellington Cesar fez carreira no Ministério Público, onde foi procurador-geral de Justiça do MPE da Bahia. Esse detalhe da carreira do secretário é um dos fatores que faz com que ele enfrente certa resistência no partido do presidente, o PT.
O partido passou a rejeitar nomes originários do MP depois que foi “alvo” da Operação Lava-Jato. Nascido em Salvador, o secretário ingressou no MP baiano em 1991. Foi chefe da instituição por dois mandatos, entre os anos de 2010 e 2014. Em 2016, foi ministro da Justiça por um breve período.
Na prática, ao especular novos nomes para o STF, integrantes do governo buscam sentir a “aceitação” do Senado Federal, que precisa validar as escolhas do presidente. O advogado-geral da União, Jorge Messias, continua sendo o nome preferido de Lula e do PT, e, por isso, nesse momento é o favorito na corrida ao Supremo. Messias enfrenta dificuldades, no entanto, apenas junto a uma ala do MDB, que apoia a candidatura do presidente do TCU, Bruno Dantas.