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Tucanos projetam retorno de Aécio Neves ao protagonismo político

De acordo com o jornal O Tempo, o caminho pode ser disputar o governo de Minas em 2026 ou assumir presidência nacional do PSDB.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado – 28.3.2017

O TEMPO — Após ser absolvido no caso JBS, no qual era acusado pelo empresário Joesley Batista de corrupção, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) tenta voltar ao protagonismo na política. Entre os últimos movimentos do parlamentar estaria uma possibilidade de se cacifar para a disputa ao governo de Minas em 2026.

Outra possibilidade levantada por lideranças tucanas seria o ex-governador assumir a presidência da Executiva Nacional do PSDB, diante de um cenário no qual o atual presidente e governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, passa por dificuldades para conciliar as demandas do partido com as do governo do Estado. Nos bastidores, há quem diga que Aécio já teria assumido funções institucionais que tradicionalmente cabem ao presidente.

No entanto, Aécio nega a possibilidade de ser presidente do PSDB e desconversa quando o assunto é o governo de Minas. “Defendo a permanência do governador Eduardo Leite na presidência do partido. O PSDB vai voltar a ter um papel extremamente relevante no futuro da política brasileira e no Estado, principalmente criando alternativas aos dois polos hoje representados pelo lulopetismo e pelo bolsonarismo”, afirma.

O ex-governador dá a entender que, pelo menos por enquanto, seu papel no partido já está bem definido. “Vou trabalhar para o fortalecimento desse caminho alternativo representado pelo PSDB, mas sem postular nenhuma outra função além daquela que exerço hoje”, completa.

Mesmo assim, fontes associadas ao tucano afirmam que uma possível tentativa de voltar ao governo do Estado não está descartada. O que dá combustível a essa tese é o cenário ainda incerto para o Palácio Tiradentes daqui a três anos, com Romeu Zema (Novo) fora do tabuleiro e a esquerda ainda sem uma liderança de destaque.

Uma fonte ligada ao PSDB, que pediu anonimato, acredita que Aécio se vê como um nome conciliador, capaz de se tornar uma terceira via sólida. Primeiro porque o atual deputado federal, segundo essa pessoa, acredita ser um nome de confiança do eleitor mineiro após governar o Estado por dois mandatos.

Além disso, ele estaria distante do PT, como foi durante toda a carreira política, mas longe também do bolsonarismo, que carrega grande rejeição. Essa combinação de fatores, lembrada pelo próprio Aécio, seria a receita para devolver Minas Gerais aos tucanos.

Por outro lado, um caso ocorrido em setembro, em Brasília, indicaria o interesse de Aécio de voltar a liderar o PSDB nacionalmente. Ele recebeu em seu gabinete o deputado estadual pelo Rio de Janeiro e novo presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt. Alguns tucanos chamaram atenção para o fato de Comte ter se encontrado com Aécio, e não com Leite.

Além disso, dois grupos políticos próximos a Aécio estariam assumindo os diretórios do PSDB em Roraima e no Sergipe. No Estado do Norte brasileiro, a nova presidente é Anabel Mota, mãe do deputado federal Gabriel Mota (Republicanos). Já no território nordestino, o presidente é Danilo Alves de Carvalho, irmão do deputado federal Thiago de Joaldo (PP). Os dois parlamentares parentes das lideranças são próximos de Aécio e poderiam, inclusive, migrar para o PSDB futuramente quando a janela partidária se abrir.

“É a liderança que cuida do partido sem ser estrela eleitoral”


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