A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, defendeu o fortalecimento do setor espacial, com papel central para agenda de reindustrialização do governo, para soberania e para o desenvolvimento nacional. A fala ocorreu durante a posse, nesta terça-feira (11), do novo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), o engenheiro Marco Antonio Chamon.
“Marco Antonio Chamon é uma referência na Engenharia Espacial, com conhecimento técnico e científico para liderar a AEB neste momento de resgate do papel estratégico do Programa Espacial Brasileiro para o desenvolvimento tecnológico do País”, disse a ministra. “A escolha de Chamon para a presidência da Agência Espacial reflete o compromisso do governo do presidente Lula com o fortalecimento do setor”, completou, após agradecer o trabalho realizado pelo seu antecessor na AEB, Carlos Moura.
Ao longo de sua fala, a ministra lembrou o caráter transversal e multipropósito da política aeroespacial e falou sobre sua importância para uma industrialização em novas bases, em um período em que a pandemia e os conflitos geopolíticos evidenciaram a fragilidade das cadeias globais de produção e acirraram a disputa pelo domínio tecnológico e a competição baseada em interesses nacionais.
“A indústria aeroespacial é fundamental para o desenvolvimento tecnológico com repercussões para além da própria cadeia. Cito, por exemplo, os impactos na educação e na formação de mão de obra. Além disso, cria oportunidades para novas startups e empresas de tecnologia de pequeno e médio porte, gerando emprego de alta qualidade e reduzindo a fuga de cérebros”, avaliou.
Outro ponto destacado pela ministra foi o papel da política aeroespacial para a soberania do país. “Através da política espacial, foram desenvolvidos e aprimorados sistemas de comunicação e de vigilância por satélite, que são fundamentais para o monitoramento das nossas riquezas, do território, dos recursos hídricos e da safra agrícola, além da proteção das terras indígenas e o gerenciamento dos desastres naturais. Tudo isso é estratégico para a soberania nacional”, contou.
G20
Já o novo presidente da AEB, Marco Antonio Chamon, salientou que o Programa Espacial Brasileiro trabalhará para contribuir com os compromissos elencados pela ministra na última semana, durante reunião dos ministros de Pesquisa e Inovação do G20 na Índia. Entre eles, a redução das desigualdades, desenvolvimento sustentável da Amazônia e transição energética.
Além disso, destacou o papel fundamental do Programa Espacial para beneficio e bem-estar da sociedade brasileira. “Ele existe para benefício da sociedade, nos mais variados setores e das mais variadas formas: na economia, na segurança, no meio ambiente, nas relações internacionais, na ciência e na tecnologia”, comentou.
Nessa mesma linha, o antigo presidente da AEB, Carlos Moura destacou o trabalho conjunto entre academia, governo, empresariado, terceiro setor, além de instituições nacionais e internacionais para trazer benefícios para a sociedade. “A missão é empregar o melhor de nossos conhecimentos científicos, tecnológicos, gerenciais para encontrar soluções que melhorem a vida de nossos cidadãos”, disse.
AEB
A Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), é a instituição responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira. Desde a sua criação, em fevereiro de 1994, a Agência trabalha para empreender os esforços do governo brasileiro na promoção da autonomia do setor espacial.