A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, defendeu a centralidade da ciência no desenvolvimento das soluções para os desafios do país. Durante audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (19), ela apresentou as medidas implementadas nos primeiros cem dias de governo e aquelas que estão em construção. Para a ministra, a ciência perpassa todas as políticas públicas.
“Não há soluções para as questões candentes da população brasileira, como a desigualdade, a situação climática, os desastres naturais, a reindustrialização brasileira e os investimentos públicos para a retomada do crescimento que não seja pela ciência, tecnologia e inovação”, afirmou a ministra. “Esta é a convicção que nós temos. A ciência perpassa as ações de governo. Quanto mais formos capazes de interagir e fazer a intersecção com várias das políticas públicas que são desenvolvidas no país, mais perto estaremos de grandes soluções para a população brasileira”, completou.
A ministra Luciana Santos reafirmou a importância de ações de caráter emergencial para recuperar a capacidade científica e contribuir para a agenda de industrialização do país, para transformar conhecimento em riquezas pela inovação, retomar o crescimento econômico e criar oportunidades de emprego e renda para a população.
Entre os setores considerados prioritários, a ministra Luciana Santos citou o de semicondutores, que é estratégico para o desenvolvimento nacional. Na audiência pública, ela lembrou a prorrogação do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis) e a inclusão dos insumos usados na fabricação de painéis solares no programa. “Além disso, instituímos um grupo de trabalho interministerial para analisar a reversão do processo de liquidação da Ceitec e retiramos a empresa do Programa de Parcerias de Investimentos, o PPI.”
O deputado federal, Vitor Lippi (PSDB-SP), destacou a importância do desenvolvimento científico para o aumento das riquezas do Brasil. “Nós queremos um país mais desenvolvido e soberano. Para isso, precisamos de educação de qualidade, bom ambiente de negócios e ciência, tecnologia e inovação”, afirmou.
Mulheres na ciência
À deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que questionou as políticas públicas para incentivar a participação das mulheres na ciência, a ministra Luciana Santos reafirmou o compromisso com a ascensão, a permanência e a valorização das meninas e mulheres nas ciências. Segundo a ministra, as mulheres são 60% das beneficiárias de bolsas de iniciação científica, mas somente 35% nas bolsas de produtividade.
“Tenho a responsabilidade e o compromisso de construir uma política robusta e efetiva que assegure o acesso de meninas e mulheres às carreiras científicas e que também garanta a permanência dessas cientistas nos ambientes de pesquisa, de produção de conhecimento e desenvolvimento tecnológico.”