‘Governo norte-americano tenta pressionar Brasil para escolher um aliado, mas não oferece alternativa às propostas chinesas’, resume coordenadora de Relações Internacionais da FAAP.
g1 — A comitiva de Lula embarca neste domingo (26) à China no que promete ser uma das viagens internacionais mais importantes do ano.
Acompanhado de mais de 200 empresários – 90 deles do setor do agronegócio –, o presidente vai buscar reforçar laços com Pequim e diversificar os produtos que o Brasil exporta para um de seus principais parceiros comerciais.
No cenário internacional, a viagem ainda coloca o governo brasileiro no centro da disputa entre China e Estados Unidos.
“Os americanos se ressentem dessa aproximação”, resume Fernanda Magnotta, coordenadora do curso de Relações Internacionais na FAAP.
“Quando o congresso americano se incomoda com o Brasil, de certa forma está tentando elevar a pressão para que o governo brasileiro seja obrigado a escolher um aliado”, explica ela em entrevista a Natuza Nery.
Os EUA, no entanto, têm tido dificuldade em apresentar uma alternativa às propostas chinesas.
“Os chineses despejam recursos na região e têm termos de negociação muito mais flexíveis”, analisa Fernanda. “Para o Brasil e para o presidente Lula, o que interessa é uma diplomacia plural, que permita diálogos com diferentes parceiros. É isso o que Lula sempre defendeu e é por isso que vai tentando administrar os dois lados.”