Igor Maciel – JC Online
Foi Lula (PT) quem pediu para Paulo Câmara sair do PSB.
A coluna já havia adiantado que, ainda durante a campanha, o presidente teria avisado ao ainda governador de Pernambuco que gostaria de contar com ele na gestão. Depois de um tempo, ficou claro que ele esperava uma indicação partindo do PSB para um ministério, que deveria ser o das Cidades, se fosse Paulo.
O tempo foi passando e a indicação partidária não acontecia. O presidente percebeu que havia um tipo de força-tarefa socialista para “queimar” Paulo e aguardou.
Quando o PSB apresentou um nome, era o de Márcio França (PSB) e não o do pernambucano.
Como não era o que esperava, Lula encaixou Márcio França num ministério de Portos e Aeroportos e destinou o das Cidades ao MDB.
Há quem acredite que, não fosse a ciumeira interna dos socialistas, preocupados com um eventual protagonismo de Paulo Câmara, Pernambuco poderia ter ficado com a pasta importante. Pior para o estado.
Aqui é bom lembrar que, após os ataques feitos pelo PSB ao PT durante a campanha de João Campos (PSB) à prefeitura do Recife, foi Paulo quem tomou a frente da reaproximação entre as siglas, o que viabilizou a entrada de Alckmin no ninho socialista e na chapa de Lula.
Isso o aproximou do PT e ele ganhou respeito do Presidente da República.
Somente quando percebeu que o PSB não iria indicar o nome de Paulo para nada, veio a decisão de, por conta própria, em cota pessoal, indicá-lo ao Banco do Nordeste.
Antes disso, um pedido: “tudo bem se você sair do PSB?”. Lula queria mostrar, sem espaço para dúvidas, que não era uma indicação partidária, mas uma escolha estritamente pessoal.
Tanto que não houve nenhuma exigência para que ele se filiasse ao PT, por exemplo.
E assim está feito.
Danilo na Sudene
Em condições parecidas com a de Paulo está Danilo Cabral (PSB). O ex-deputado e candidato socialista ao governo em 2022 é cotado para assumir a Sudene.
O espaço vai ser uma indicação do PT, de qualquer maneira, mas pode ser direcionada para algum aliado que não seja petista.
A informação que circula, no entanto, é que há um pedido para que ele também deixe o PSB se quiser ser indicado. Danilo estaria mais resistente a fazer isso por ter uma história longa na sigla, desde Arraes.
Nos bastidores apontam que o ex-deputado estaria aguardando um acordo entre o PSB e o PT na prefeitura do Recife para tentar ser indicado nesse pacote, sem precisar deixar a sigla.