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Primeira edição do ‘De Pátio a Pátio” leva diversidade e alegria aos bairros de São José e Santo Antônio

Nesta segunda (20), agremiações representativas do Carnaval do Recife mostraram toda a sua diversidade e exuberância pelas ruas do Centro. A primeira edição do “De Pátio a Pátio” reuniu blocos líricos, maracatus de baque solto e virado, escolas de samba, afoxés, ursos, bois, troças carnavalescas, clubes de boneco, tribos de índio e caboclinhos. O desfile começou no Pátio do Livramento, passando pelas praças Dezessete e da Independência, até chegar ao Pátio de São Pedro.

O cortejo encantou os foliões que brincavam no meio da rua. Alguns deles foram surpreendidos quando estavam a caminho do Bairro do Recife, como foi o caso de Edna Lúcia Cavalcanti, 64 anos. “Estava indo para o Recife Antigo e quando cheguei aqui vi essa beleza, tive que parar para assistir. Isso é um encanto, um prazer imenso. Depois de dois anos de pandemia, não poderia ser diferente. Alegria imensa de ver o Carnaval tão tranquilo como está acontecendo aqui em Recife. Me orgulho cada vez mais de ser nordestina, de ser pernambucana”, festejou Edna.

As agremiações se concentraram no Pátio do Livramento e seguiram para a Praça Dezessete desfilando fantasias coloridas, ritmos e coreografias que diferenciam cada expressão da cultura pernambucana. Do lirismo do Bloco da Saúde, passando pelo agbê, atabaque e agogô do Afoxé Oxum Pandá até o ritmo marcado pelo estalido dos arcos e flechas de madeira do Caboclinho 7 Flexas, a pluralidade dos encontros marca o principal diferencial do Carnaval de rua da capital do Estado em relação a qualquer outra folia nacional.

Na chegada do cortejo na Praça da Independência, onde está situado o tradicional polo Quartel General do Frevo, as atrações e público pararam para ver e registrar a diversidade de agremiações. Marlone Bandeira, 50 anos, se orgulha ao falar da festa momesca recifense. “Todos os anos tem essa cultura que não pode passar em branco. O nosso Carnaval é o único multicultural. A Bahia tem axé, São Paulo tem os batuques, Rio de Janeiro as escolas de samba, mas aqui em Recife a gente tem tudo. A gente tem escola de samba, a gente tem caboclinho, a gente tem maracatu, a gente tem frevo, a gente tem rock e aceita artistas de outros Estados, como Caetano. E é isso! O Carnaval do Recife é diferenciado por conta disso”.

Algumas das agremiações são consideradas sagrados Patrimônios Vivos do Recife, como o Maracatu Almirante do Forte, Zenaide Bezerra e o seu grupo de Passistas e o Maracatu Estrela Brilhante, que contou com a presença de Dona Marivalda no desfile, duas das homenageadas do Carnaval. “Os grupos de cultura popular resistiram durante dois anos e voltar com esse cortejo foi bonito, foi emocionante. É a primeira vez que dentro do Carnaval a gente faz as ruas do Recife caminhando. Nós temos um show incrível no palco, mas também o chão é a nossa casa. É lindo ver as pessoas dando tchau, cantando junto, dançando e vivenciando esse momento conosco”, conta Jorge Feo, vocalista do Oxum Pandá.

Ao todo, são 45 agremiações divididas em dois dias de folia. Nesta terça-feira (21), o cortejo segue das 16h às 19h, entre o Pátio do Livramento, Rua 1º de Março, Praça da Independência, Avenida Dantas Barreto e Pátio de São Pedro.

ARSENAL – Abrindo o palco da Praça do Arsenal, no Bairro do Recife, os foliões puderam matar a saudade das marchinhas, canções e melodias dos blocos líricos, que integram a programação do Recife Matriz da Cultura Popular. Em seguida subiu ao palco a Orquestra 100% Mulher, formada exclusivamente por 17 musicistas, que embalaram o público com um repertório que foi do frevo ao manguebeat. Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, Lia de Itamaracá foi responsável por unir os foliões em uma imensa ciranda que tomou conta da frente principal do palco e colocou todo mundo para dançar.

Marina Gouveia, 23 anos, adiou a passagem para Rondônia para aproveitar o Carnaval do Recife. Ela conheceu Elisa Mellado, 25, de São Paulo, em um hostel de Porto de Galinhas. E juntas vieram curtir a programação do Arsenal e do Marco Zero. “É meu primeiro Carnaval aqui no Recife e estou amando. Tudo muito organizado e as atrações estão incríveis. Sai de Olinda direto para cá”, conta Marina, entusiasmada.

A noite seguiu ao som da artista Juliana Linhares, que trouxe clássicos da música popular brasileira e agradou o público com “Tomara”, de Alceu Valença. Já o cantor Chico Chico, filho da artista Cássia Eller, convidou o músico Bola 8, ex-integrante da Nação Zumbi, para dividir o palco. A noite foi encerrada ao som dos grandes sucessos da banda Gilsons, garantindo a alegria total do público.

CARNAVAL DO RECIFE – O Carnaval do Recife é um grande evento multicultural e com presença marcante de manifestações populares. São 44 polos, entre centralizados, descentralizados, comunitários e desfiles de agremiações, em uma programação que se estende por toda a cidade, reunindo atrações locais e nacionais, que celebram a volta do ciclo carnavalesco. Para a sua realização, a Prefeitura do Recife mobilizou parcerias com a iniciativa privada e mais de R$ 8 milhões foram captados de empresas, viabilizados por meio de quatro editais para captação de cotas de patrocínios. Os parceiros são AMBEV, Sports Entretenimento e Produção de Eventos, TIM e CVC. Toda a programação pode ser conferida no site www.carnavaldorecife.com.

Fotos: Bruno Campos/PCR


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