Frevo, samba, forró, pop e manguebeat. Provando que o Carnaval do Recife é o mais democrático e multicultural, esta foi a mistura que deu o tom ao penúltimo dia de folia da capital. No polo descentralizado da Várzea, na Zona Oeste, as bandas pernambucanas Nação Zumbi e Café Preto, além da cantora mineira Marina Sena, atraíram uma multidão.
Em uma Praça Pinto Dâmaso (mais conhecida como Praça da Várzea) lotada, o manguebeat foi aclamado pelos foliões com a Nação Zumbi. No repertório, clássicos do movimento concebido no Recife na década de 1990, como “A Praieira” e “Maracatu Atômico”, até sucessos mais recentes, como “Um sonho” e “Foi de Amor”.
Em seguida, foi a vez da também pernambucana Café Preto. Projeto paralelo do cantor Cannibal, a banda animou os foliões ao som de dub e ragga, ritmos derivados do reggae jamaicano. Dona do hit “Por Supuesto”, Marina Sena foi a responsável por encerrar a noite.
JARDIM SÃO PAULO – No Polo Jardim São Paulo, instalado na avenida de mesmo nome, a festa começou cedo. As apresentações iniciaram à tarde com os grupos que integram o Recife Matriz da Cultura Popular, plano que inaugurou diversas estratégias de valorização das agremiações e tradições culturais ancestrais.
A Bateria da Charanga do Biê abriu os festejos, seguida pelo Bloco Carnavalesco Amantes das Flores. Em seguida, foi a vez dos cantores Pablitto, Josildo Sá e Nádia Maia subirem ao palco para animar os foliões.
Moradora do bairro de Jardim São Paulo, Lindacleide Gonçalves, 57 anos, estava ansiosa pelo retorno dos festejos carnavalescos. “Tomei todas as vacinas contra covid-19 porque estava na expectativa de ter Carnaval, então fiz a minha parte. Não via a hora de voltar a curtir as festas, a minha família toda ama essa folia”, conta a dona de casa que estava acompanhada da sobrinho Gael, de 1 ano. “Ter esse polo pertinho de casa é ótimo porque não preciso me deslocar pra brincar, facilita muito”, completa.
Fotos: Edson Holanda/PCR