A regra que limita, a 30 mil por mês, imigrantes dos países que mais buscam asilo vai passar a valer para imigrantes de outras nacionalidades.
O governo dos Estados Unidos anunciou uma política mais restritiva para imigrantes.
Todos os meses é como se a população de uma cidade inteira do tamanho de Criciúma tentasse entrar nos Estados Unidos pela fronteira sul. Milhares fogem da violência e da pobreza em busca de asilo. Como duas famílias que a repórter Raquel Krähenbühl encontrou na fronteira com o México, no ano passado.
Como essas famílias, qualquer imigrante que cruza a fronteira – sem documento – pode solicitar asilo nos Estados Unidos. Mas o governo de Joe Biden, pressionado pelos números recordes de travessias, começa a mudar isso.
Em janeiro, anunciou uma regra para limitar – a 30 mil por mês – imigrantes dos países que mais buscam asilo: Haiti, Cuba, Nicarágua e Venezuela. Agora, o governo quer expandir a regra para imigrantes de outras nacionalidades.
A medida, que deve entrar em vigor em maio, prevê que, antes de entrar no país, os solicitantes de asilo devem usar um aplicativo para marcar um horário com uma autoridade de imigração. Se não tiverem hora marcada, poderão ser deportados rapidamente.
O governo espera que a medida substitua a política de emergência de saúde – implementada durante a pandemia – que permite expulsão imediata daqueles que atravessam a fronteira sem documentos.
O ex-presidente Donald Trump também tentou forçar que imigrantes solicitassem asilo no México ou outro país, mas a medida foi derrubada pela Justiça.
A Casa Branca afirma que não quer impedir que as pessoas busquem asilo, mas que quer colocar ordem na fronteira. Grupos de direitos civis dizem que a medida é inconstitucional e que vão processar o governo de Joe Biden, que prometeu em campanha, uma política migratória mais humana.