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Homenagem do poeta Diomedes Mariano para Val Patriota

Ao longo dos meus 58 anos de idade, foram raras as vezes em que eu dormi mal como esta noite. Passei o tempo todo numa inquietação enorme como que estivesse pressentindo alguma coisa. Quando me levantei por volta das sete horas que liguei o celular, me deparei com a triste notícia da morte do meu amigo (irmão) Val Patriota. Foram inúmeras as vezes que nos encontramos nas noitadas da vida, geralmente em atividades culturais.

Confesso que ao longo dos anos que vivi não encontrei outra pessoa tranquila, brincalhona e irreverente como Val. Ele sempre fez questão de viver a vida ao seu modo, aproveitando cada instante da existência da forma que sempre soube fazer, cantando como poucos e farreando como muitos, pois a vida foi para ele um eterno palco onde ele fez questão de desfilar ao mesmo tempo talento e boemia.

Poeta gigante, interprete impar e declamador excelente que usava o timbre de voz adequado para cada poema.

É amigo, tudo passou. Você agora é saudade eternizada nos corações de todos aqueles que tiveram o privilégio de o conhecer. Ninguém amou mais a família como você. Sempre orgulhoso dos filhos, irmãos, sobrinhos e fã incondicional dos seus pais que já se foram e que agora juntamente com Naná e Zá estão preparando uma recepção que certamente será regrada a muita música e poesia.

A nós que ficamos, restarão as boas lembranças dos nossos encontros, das nossas farras e das rodas de bate papo que a vida nos proporcionou. A Budega com Prosa inclui-se aos tantos ambientes e palcos que beberam do mel da sua voz afinada e inconfundível. Me sinto muito orgulhoso de ter desfrutado da sua amizade verdadeira e isso me faz um bem enorme.

É, VOU TER QUE DIZER “ATÉ QUE ENFIM”
ME ENCONTRO ENVOLVIDO EM MAUS LENÇÓIS,
O BOÊMIO CALOU PRA SEMPRE A VOZ,
QUE CANTOU PARA O MUNDO E PARA MIM,
POR TEATRO, POR PRAÇA E BOTIQUIM,
DESFILOU SEU TALENTO E O MUNDO VIU,
FINALMENTE A MISSÃO SE CONCLUIU,
SÓ ME RESTA FICAR CONTRA A VONTADE,
MASTIGANDO O RESTANTE DA SAUDADE,
QUE O POETA DEIXOU QUANDO PARTIU.

 


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