Dando continuidade aos debates sobre a implantação do Trecho Norte do Arco Metropolitano, os secretários estaduais de Infraestrutura e Recursos Hídricos (Seinfra), Fernandha Batista, e o de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), José Bertotti, e o presidente da AD Diper, Roberto Abreu e Lima, participaram na tarde desta quinta-feira (20), da audiência pública da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A reunião virtual foi presidida pelo deputado Wanderson Florêncio para esclarecer questões relacionadas ao traçado nesse segmento, entre a BR-408, em Paudalho e a BR-101 Norte, em Goiana, e o plano de desenvolvimento territorial da Região Metropolitana Oeste.
A secretária Fernandha Batista abriu a reunião e falou sobre a decisão do Estado de retomar o projeto em consonância com os anseios da população de conciliar o desenvolvimento urbano com a preservação do meio ambiente. “O Governo de Pernambuco tem o desafio de planejar o crescimento da Região Metropolitana do Recife. Nosso objetivo é discutir o projeto do Arco Metropolitano com a sociedade civil para garantir a sua sustentabilidade e disciplinar o desenvolvimento ordenado dos municípios para a próxima década. Implantar ou não esse trecho, não vai impedir a expansão das cidades e, diante disso, como gestores não podemos ser omissos com o tema”, enfatizou a titular da pasta.
Durante a reunião, foi destacado como exemplo o fluxo da BR-101, por onde circulam diariamente 69 linhas de ônibus, transportando 150 mil passageiros, e mais de 80 mil veículos. “O Governo montou em 2019 um grupo de trabalho com representantes de cinco secretarias e chegamos a conclusão que o traçado proposto para o Trecho Norte precisava ser revisto, diante das condicionantes ambientais, sociais e econômicas. É necessário dedicar mais tempo para que o projeto seja sustentável para, lá na frente, entrar na fase de engenharia”, completa Fernandha Batista.
O presidente da AD Diper, Roberto Abreu e Lima, ressaltou que o Arco Metropolitano é uma necessidade social antiga do Estado e que esse movimento de dialogar com a sociedade civil tem o intuito de avançar nessa alternativa viária. “Esse projeto envolve todo o reordenamento urbano para o planejar o crescimento da área Oeste da Região Metropolitana do Recife. O objetivo de implantar essa via expressa como novo eixo logístico para desobstruir a BR-101, que hoje é praticamente a quarta perimetral do transporte coletivo, é fomentar o desenvolvimento econômico. Não é desejável que, em qualquer que seja o traçado escolhido, haja ocupação desordenada em seu entorno, seja de empresas ou habitação”, explica Roberto.
De acordo com o presidente do órgão, o planejamento da ocupação do solo será priorizado nesse projeto, estudado e debatido, e estará em concordância com o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana do Recife (PDUI). Esse plano está sendo tratado pela Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), já se encontra em fase avançada e passará, em breve, pela validação da Alepe.
Já o secretário de Meio ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti, destacou que o traçado que será escolhido vai ter que estar de acordo com as leis ambientais. “O Governo de Pernambuco tem compromisso com a defesa do meio ambiente, age com responsabilidade e busca as melhores alternativas para a realização de empreendimentos estruturadores no Estado, cumprindo os procedimentos legais necessários para que haja, de fato, um desenvolvimento socioeconômico de forma sustentável”, afirmou.
Participaram da audiência representantes das secretarias de Desenvolvimento Econômico (SDEC) e Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh); Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH); Tribunal de Contas do Estado (TCE); Ministério Público de Pernambuco; Arquidiocese de Olinda e Recife; parlamentares; principais universidades do Estado; além de prefeitos dos municípios impactados pelo projeto; organizações sociais e entidades de defesa do meio ambiente.
ARCO METROPOLITANO – é uma obra estratégica para a melhoria da infraestrutura logística, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do Estado, a partir da melhoria da qualidade no transporte coletivo e do incremento no escoamento da produção. É um investimento que busca, ainda, auxiliar no ordenamento da crescente ocupação da Região Metropolitana do Recife.