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Crônica de Ademar Rafael

QUARENTENA ENSINA

Quando recebi as primeiras informações sobre a necessidade de ficarmos em quarentena, sem tirar os pés de dentro de casa, fique apreensivo e com pouca vontade de cumprir as recomendações da Secretaria Municipal de Saúde, em consonância com posicionamento da Organização Mundial de Saúde. Mesmo assim, por insistência da família e em função dos sessenta e três anos bem vividos, permaneci em casa, saindo somente para tomar a vacina contra gripe, também por recomendação do poder publico municipal.

Em casa, para ocupar o tempo, passei a cuidar de plantas, consertar pias, ralos, portas, tomadas e outros itens que clamavam por um afago. Tudo isto porque a determinação era para ficar em casa, nada falava sobre a impossibilidade de trabalhar. Depois do quinto dia vi que nada mais havia para fazer no pequeno apartamento onde resido e antes de ser invadido pela angustia, que sempre aparece em casos da espécie, dei novo rumo ao descanso forçado.

Agarrei bons livros e como eles tenho cruzado manhãs, tardes e madrugadas. Com muita satisfação voltei a exercer o sábio e bom hábito da leitura. Tudo devidamente conciliado com uma boa música. Quando passar tudo isto posso até está com um pouco de peso a mais, mas, com certeza junto aos quilos virão muitas informações e principalmente a consciência de que tempo livre é para ser bem aproveitado.

O que mais tem desagradado durante a reclusão? Pautas das redes de televisão, canais abertos e por assinatura. Poderiam mesclar a programação relativa a cobertura da pandemia com exibição de bons filmes, documentários e outros atrativos. Preferem publicações repetidas sobre notícias sensacionalistas e com informações desencontradas, muitas delas com cheiro e cor de posições ideológicas.

Quando passar a pandemia da COVID-19, precisamos retornar a rotina anterior preservando o que reaprendemos de bom durante a quarentena. Agenda cheia de compromissos sem importância, correria e outras práticas nocivas à saúde e ao bem estar devem seguir o mesmo caminho do surto: Algum lugar no passado.


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