PREPOTÊNCIA MÁXIMA
É muito difícil engolirmos os discursos daquele que se acha dono do mundo, que se coloca acima de tudo e de todos para aplicar sua corrosiva política do “tudo pela América”. Enganamo-nos quando avaliamos que existem limites para loucuras de Donald Trump.
Em seu pronunciamento durante a reunião anual de Davos além de defender com unhas, armas e dentes o petróleo e o gás da “sua América” disse que nenhum país da Europa ficará vulnerável se passar a ser consumidor dos produtos americanos e sobre os alertas dos que condenam o uso indiscriminado dos combustíveis fósseis afirmou: “Precisamos rejeitar os perenes profetas da desgraça e suas previsões do apocalipse”.
Ainda em Davos teve a cara de pau de dizer que os Estados Unidos são reiteradamente prejudicados por decisões na Organização Mundial do Comércio – OMC, quando o organismo internacional garante preferências para os países em desenvolvimento e nega as mesmas regalias ao seu país.
Neste ponto não precisava gastar saliva uma vez que os EUA de forma unilateral sempre “não dar ousadia”, como dizem os baianos, para resoluções ou outras deliberações de órgãos mundiais e cria normas que os favorecem.
A prova disto foi a norma publicada em 10.02.2020 que retira Brasil, Argentina, Índia, Colômbia e outros quinze países da lista de nações consideradas em desenvolvimento, negando-lhes os “privilégios comerciais” estabelecidos em regras internacionais, definidas no Sistema Geral de Preferências – SGP.
Nivelar os EUA com os países excluídos é uma agressão que não apenas pune os excluídos com o “embargo disfarçado” como novamente cria situações favoráveis para ganância ianque. O que mais assusta não é a
prepotência americana é a omissão subserviente e o silencio sepulcral de quem deveria defender os interesses dos banidos da lista.