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A 4 dias do prazo final para definir nomes, maioria dos presidenciáveis ainda não tem vice; veja motivos que dificultam definição

Por Guilherme Mazui e Fabiano Costa, G1, Brasília

A quatro dias do prazo final para a definição das chapas, a maioria dos postulantes à Presidência da República ainda não conseguiu um vice para disputar a eleição em outubro.

Os partidos têm até este domingo (5) para realizar as convenções nacionais nas quais serão definidos os candidatos, as alianças com outras legendas ou até mesmo a neutralidade na disputa presidencial. O prazo para registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) das chapas definidas até domingo é o próximo dia 15.

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Para especialistas ouvidos pelo G1, trata-se de algo inédito. Entre os motivos, eles apontam cenário eleitoral indefinido; receio de exposição ao lado de políticos envolvidos em escândalos; pragmatismo (alguns potenciais vices não querem trocar uma possível reeleição como deputado ou senador por uma campanha majoritária incerta).

Até esta quarta-feira (31), têm chapas completas somente

PSOL (presidente Guilherme Boulos; vice Sonia Guajajara)
PSTU (presidente Vera Lúcia; vice Hertz Dias)
Democracia Cristã (presidente Eymael; vice Pastor Helvio Costa).

Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL) e Paulo Rabello de Castro (PSC) já foram oficializados por seus partidos como candidatos a presidente. Mas ainda correm contra o tempo para definir um vice até domingo.

Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), Lula (PT), Manuela D’Ávila (PCdoB), Marina Silva (Rede) e Álvaro Dias (Podemos) ainda se encontram na condição de pré-candidatos, aguardando oficialização das candidaturas no fim de semana. Todos estão em busca de um vice.

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Pelo menos três postulantes à Presidência já ouviram “não” como resposta a convites para preencher as vagas de vice.

Jair Bolsonaro (PSL) – Líder das pesquisas nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, é quem recebeu mais negativas. O senador Magno Malta (PR-ES) e o general da reserva Augusto Heleno (PRP) recusaram ser vice de Bolsonaro, que agora aguarda resposta da advogada Janaina Paschoal (PSL) ao convite para ser vice do capitão da reserva.

Geraldo Alckmin (PSDB) – O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) também ouviu “não” do empresário Josué Gomes (PR), indicado pelo “Centrão”.

Marina Silva (Rede) – O ator Marcos Palmeira (Rede) não aceitou ser candidato a vice na chapa de Marina Silva (Rede).
Em geral, explicam especialistas, um vice deve agregar à campanha algum diferencial em relação ao cabeça da chapa. Podem ser recursos para financiar a campanha ou potencial de votos em determinado setor ou região do país.

Para um dos coordenadores da campanha de Jair Bolsonaro, o deputado Major Olímpio (PSL-SP), os cenários regionais dificultam as coligações.

Ele lembrou que Bolsonaro chegou a discutir o apoio do PR, mas o partido acabou fechando com Alckmin no pacote do “Centrão”. Segundo Olímpio, palanques estaduais impediram o acordo.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, diz acreditar que o principal empecilho para a definição dos vices são as negociações ainda em andamento das coligações.

“Você não tem vice se não tem o partido. Primeiro, tem que ter o partido para depois ter vice”, declara Lupi. Segundo ele, a definição do vice de Ciro Gomes será somente no domingo, último dia do prazo.

A coordenadora do bacharelado em Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Márcia Dias, avalia que a dificuldade dos presidenciáveis em definir um vice é um detalhe periférico de uma crise profunda da democracia brasileira.

“A dificuldade na escolha do vice é somente a ponta do iceberg de uma crise sem precedentes que foi causada por uma série de fatores que questionaram a democracia. A democracia está questionada no Brasil. Ela não está sólida, está em seu ponto máximo de fragilidade”, afirma a professora, especialista em estudos eleitorais e partidos políticos.


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