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A busca de soluções para a mobilidade urbana é pauta de discussões na Amupe

O Seminário Regional Mobilidade Urbana nos Municípios, realizado nesta terça (19) pela Associação Brasileira de Engenheiros Civis (ABENC/PE) com o apoio da AMUPE, trouxe discussões e soluções para essa questão que tem alcançado não somente os grandes centros mas já atinge os municípios de pequeno porte. O evento também teve o apoio da MÚTUA – Caixa de Assistência dos Profissionais do sistema CONFEA/CREA e aconteceu na sede da Amupe.

O prefeito de Triunfo João Batista, tesoureiro da Amupe, deu início aos trabalhos mostrando a importância do debate, que, assim como outros temas de relevância na pauta municipalista, tem sido priorizado pela Associação Municipalista, pois afetam o dia a dia das cidades. João Batista também informou que a Amupe pretende promover encontros regionalizados neste segundo semestre, facilitando a participação dos municípios.

Stênio Cuentro, presidente da Abenc/PE, mostrou que a imobilidade da cidades acaba gerando um alto custo, seja para o poder público, seja para o cidadão. Para os usuários de ônibus, principal meio de transporte público da capital pernambucana, o custo por horas perdidas no trânsito chega a R$ 7 bilhões por ano, considerando um trabalhador com uma renda mensal de 1,5 salários mensais. Para o usuário do transporte individual o custo chega a R$ 10 milhões diariamente. O custo total somente de horas perdidas no trânsito é de R$ 9,5 bilhões por ano, isso sem computar o desperdício de combustível, manutenção da frota e poluição.

O engenheiro apontou como principais causas: frota de ônibus excessiva e desconfortável, pequena malha metroviária, poucas faixas exclusivas e não obrigatórias de ônibus, rede semafórica envelhecida física e tecnologicamente, sinalização gráfica deficiente e baixa educação no trânsito de motoristas e pedestres. Cuentro aponta como medidas possíveis o rodízio de veículos e horários de pico, modernização de semáforos e sinalizações e implantação de faixas exclusivas de ônibus obrigatórias e interligadas, entre outras.

O presidente da Abenc ainda falou sobre os Planos de Contingenciamento, que são instrumentos de planejamento estratégico para o poder público se precaver e reduzir os impactos negativos de acidentes e incidentes, naturais ou não, previsíveis ou não, no cotidiano das cidades.

A Mútua apontou ainda que é possível a elaboração de projetos para captação de recursos para melhoria da mobilidade em geral. O engenheiro Adriano Lucena mostrou uma reportagem exibida pela TV Globo que mostra que o Denatram tem R$ 30 milhões parados na conta e não acessado pelos municípios. É dinheiro proveniente de multas, verba destinada a 221 municípios, que não fazem uso do recurso que deveria ser destinado à sinalização e fiscalização do trânsito.

O superintendente da CBTU/Recife, Leonardo Villar, mostrou alguns benefícios do investimento no sistema de transporte de trilhos: Apesar dos índices de desemprego no País, o setor metroferroviário elevou o número de empregados em 6%; os sistemas sobre trilhos emitem 60% menos CO² comparado aos dos carros e 40% menos em relação aos ônibus. O superintendente destacou ainda que, quando associados a projetos urbanos, os sistemas sobre trilhos possibilitam revitalizar áreas degradadas proporcionando maior bem-estar para a população, além de necessitar de 20 vezes menos espaço do que outras alternativas de mobilidade.

O evento contou ainda com exposições técnicas de empresas que trouxeram alternativas para as demandas dos municípios em termos de mobilidade; tais como os semáforos inteligentes da Digicon, o aplicativo AIT 33 da Level 33, para gestão e operação do trânsito e os serviços e parcerias oferecidos pela Mútua.


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