Vice-líder da oposição ao governo Michel Temer (MDB) na Câmara Federal e pré-candidato ao Senado, o deputado Sílvio Costa (Avante) afirmou, em debate na rádio CBN/Recife, que a retirada da pré-candidatura da vereadora Marília Arraes (PT) ao governo seria um “desserviço” à democracia e ao processo eleitoral em Pernambuco. Ressaltando que é uma “questão interna do PT”, Sílvio Costa acusou, porém, o governador Paulo Câmara (PSB) de cometer uma violência contra Marília ao pressionar o PT para retirar a sua pré-candidatura. “Marília está lutando como uma guerreira pela candidatura. Se ela for candidata, vai ao 2º turno com Armando Monteiro (PTB). É disso que o PSB tem medo”, disse o deputado.
De forma crítica, Sílvio Costa relembrou que o PSB “traiu” o ex-presidente Lula no momento em que o líder petista mais precisava, ao votar a favor do impeachment da presidente Dilma. O deputado destacou que, historicamente, o PSB sempre esteve ligado ao PT, o que não foi suficiente para impedir que os socialistas abandonassem os aliados petistas. “Apenas dois dos 34 deputados do PSB votaram contra o impeachment. Paulo Câmara chegou a liberar seus secretários para votarem a favor. Agora, por mero cálculo eleitoral, Paulo Câmara rasteja atrás do PT implorando para retirar Marília. Eu defendo a pré-candidatura de Marília, eu defendo o máximo de candidaturas. É democrático”, analisou.
O vice-líder da oposição na Câmara diferenciou, por outro lado, a lealdade e o desempenho do senador e pré-candidato ao governo pelas oposições Armando Monteiro (PTB), tanto no governo Dilma quanto no episódio do impeachment. “Armando tem dimensão nacional. Foi ministro de destaque e foi solidário (a Lula e Dilma). Votou contra o impeachment e trabalhou para evitá-lo. O senador já disse que vota em Lula se ele for candidato a presidente. O palanque de Armando será um palanque plural”, revelou Sílvio Costa.
O deputado reafirmou que é pré-candidato ao Senado, mas que a definição da chapa que irá compor está dependendo de definições como a do PT sobre a pré-candidatura de Marília Arraes, o que deve correr no encontro do PT no dia 10 de junho. “Leio a Constituição e o regimento do Senado diariamente, tenho estudado sobre educação, economia e orçamento público. Se o for a vontade da maioria, estou pronto para representar Pernambuco. Agora, eleição majoritária depende das circunstâncias, não de um desejo”, ponderou.
O deputado disse que a tentativa de colocar pechas em palanques, como palanques de Temer e de Lula, não vai encontrar respaldo na população, que deverá votar “pensando em mudança no Estado”. Como exemplo, Sílvio Costa apontou o PSB como integrante do palanque de Temer. “O PSB votou pelo impeachment e o MDB está no palanque de Paulo Câmara, que tem ainda o PP, o PR e o PSL, todos da aliança de Temer”, projetou Sílvio Costa.
Apontou, ainda, o palanque de Paulo Câmara (PSB) como o que hospeda o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). “O PSL de Luciano Bivar (presidente) e Bolsonaro apoia o governo. Quero ver o PSB colocar o PT e Bolsonaro no mesmo palanque”, ironizou.