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OPINIÃO DO PERNINHA

Administrando as dívidas

Dia desses, conversando com um amigo ele me dizia: Perninha as coisa estão cada dia mais feias e difíceis para o lado do pobre. Falando sobre a situação financeira disse-me que está sorteando quais os débitos que paga primeiro e os demais vai empurrando com a barriga sabe Deus até quando. Esse problema é crucial e poucos escapam dessa cantilena. A crise econômica, o desemprego, as altas taxas de juros e a inflação não poderiam ter deixado outro resultado no bolso dos brasileiros que não o endividamento. O problema, porém, pode ser maior do que se imagina.

De acordo com uma pesquisa da empresa de recuperação de crédito Recovery, realizada pelo Data Popular, em média, o brasileiro tem dívidas três vezes maiores que a sua renda mensal e, em alguns casos, chega a acumular débitos de até 20 credores diferentes. A inadimplência atinge metade da população economicamente ativa e o valor médio dos débitos é de R$ 8.372,00. “O que surpreende na pesquisa é a grande parcela de pessoas escolarizadas – 87% dos entrevistados têm nível médio e/ou superior, mas sem qualquer nível de educação financeira, um problema ainda mais agravado pela crise econômica, quando as pessoas precisam rever seus orçamentos, mas não conseguem”, aponta o diretor de gestão do varejo da Recovery, Maurício Teramoto.

A saída para as famílias, nesses casos é escolher quais dívidas pagar. Embora os maiores credores do consumidor sejam instituições financeiras e o comércio formal, a maioria opta por quitar despesas como aluguel, energia elétrica, água e compras mensais (supermercado. Outras contas como mensalidades, parcelamentos e cartões de crédito acabam sendo deixadas de lado até que a situação financeira volte a melhorar. De acordo com a pesquisa, 43% dos entrevistados deixaram de pagar as suas contas por causa do desemprego. Outros 19% atribuem à falta de renda e dificuldade para pagar seus débitos. Já o descontrole financeiro aparece em terceiro lugar, e é o motivo de 16% dos entrevistados não estarem com as contas em dia.

Outro aspecto interessante da pesquisa é que, quando precisam de dinheiro, os cidadãos procuram os bancos, responsáveis por 79% do complemento da renda, o comércio formal com seus carnês e prestações (38% do total), além das financeiras (27%). Fora da formalidade, o brasileiro pede para amigos, colegas e parentes (14%) e até vai para o fiado, pendurando a conta no comércio informal em 8% dos casos. Enquanto ainda têm crédito, os inadimplentes não se mobilizam para pagar as contas e seguem acumulando dívidas e juros. Quando procuram regularizar sua situação, é porque não há mais formas de continuar consumindo.

A grande verdade é que o desemprego grassa em nossa porta e não encontramos alternativas diante do agravamento da crise que assola o País. Já o governo federal não tem esse problema. Mês passado foi dado um aumentozinho nos impostos sobre combustíveis (R$ 18,00 por taque de gasolina) o que representa uma arrecadação diária em torno de R$ 78 milhões de reais, dizendo o governo que foi pensando no fechamento das contas públicas ao final do exercício. O valor total arrecadado até 31/12 fica em torno de R$ 12 bilhões de reais mais alguns centavos. Simples, não?

Danizete Siqueira de Lima – Afogados da Ingazeira – PE – agosto de 2017.


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