O governador Paulo Câmara participou nesta terça-feira (13.12) da sessão solene conjunta do Congresso Nacional que celebrou o centenário do ex-governador Miguel Arraes. A solenidade ocorreu no Plenário da Câmara dos Deputados. Em seu discurso, Paulo destacou a atualidade das questões nacionais que Arraes combateu, como a desigualdade social e os impasses econômicos nos quais a ditadura mergulhou o Brasil, após 1964.
“Não tive a sorte de conviver estreitamente com o sertanejo de poucas palavras que por três vezes governou o nosso Estado. Mas os relatos que me chegaram dão conta de sua coerência, coragem, determinação e honestidade, ao lado da capacidade de manter sempre viva a esperança”, afirmou Paulo.
Neste momento de crise econômica, o governador indagou, no seu discurso: “o que faria Miguel Arraes de Alencar?”. A resposta que Arraes daria, segundo Paulo, seria buscar solução por meio da “união nacional”.
“Arraes faz falta ao Brasil”, pontuou Paulo. E acrescentou: “o agravamento da crise econômica, social e ética e a radicalização política que dela decorre, exigem, para sua solução, lideranças testadas em contextos de grandes desafios”.
Para o governador, o maior legado deixado por Arraes foi o ensinamento de que “a gestão pública deve priorizar os mais pobres, compartilhar de suas dificuldades e lutar ao lado do povo”.
À mesa no plenário da Câmara também estavam o prefeito do Recife, Geraldo Julio; a ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, filha do homenageado; e o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, além do deputado federal pernambucano Tadeu Alencar, que presidiu a sessão.
O primogênito de Arraes, José Almino, que falou em nome dos familiares do ex-governador, abriu os discursos. Ele relembrou que o pai chegou ao Rio de Janeiro, então Capital Federal, no começo dos anos 1930, aos 16 anos, para cursar a Faculdade de Direito. Logo após o primeiro ano do curso, Arraes, que é natural do Crato, foi morar no Recife, a partir de onde se consagrou um dos mais destacados políticos brasileiros.
Almino também recordou os tempos do exílio em Argel (capital da Argélia) e toda a trajetória política do pai. “No seu governo, (Arraes) procurou promover políticas que levassem em consideração os interesses e os problemas da população trabalhadora”, discursou Almino.
Entre os que discursaram, Carlos Siqueira, Tadeu Alencar, o ex-senador Pedro Simon, a deputada federal Luciana Santos e o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. Acompanharam o governador em Brasília o chefe de Gabinete, João Campos, e o chefe da Assessoria Especial, José Neto.