O governador Paulo Câmara participou, na manhã desta quinta-feira (20.10), do lançamento do Ensaio Clínico da Fase III da Vacina da Dengue, no Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, no Recife. A imunizante está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com o National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos. Os testes nos 1,2 mil pernambucanos selecionados pelo estudo consolidam a última etapa da pesquisa, que acontece em outras 12 cidades brasileiras. Ao lado do governador Geraldo Alckmin (SP), Paulo destacou a importância da vacina na prevenção à doença.
“A vacina é um passo importante. Mas nós temos que fazer o nosso dever de casa, cuidando, principalmente, para não ter água parada e trabalhar para não deixar que focos do mosquito aconteçam no quintal das casas e nos locais de trabalho”, reforçou Paulo. O chefe do Executivo estadual pontuou que o avanço das arboviroses é um caso grave de saúde pública, que necessita da atenção das administrações públicas. “A vacina é muito bem-vinda e necessária no momento que nós estamos vivendo”, completou.
Para o gestor pernambucano, o avanço no desenvolvimento da vacina da dengue vem para preencher uma lacuna no País. “A dengue é uma doença que, infelizmente, está presente há 30 anos na vida dos brasileiros. Agora, temos uma oportunidade importante de avançar, efetivamente, para termos uma vacina que possa oferecer uma prevenção adequada”, salientou Câmara.
O governador Geraldo Alckmin afirmou que a imunizante nacional vai prevenir os quatro tipos de vírus da Dengue. “O Mundo não tem uma vacina dose única”, adiantou o gestor. Alckmin disse ainda que a fábrica da vacina no Instituto Butantan, em São Paulo, será inaugurada em dezembro deste ano. “Todas as providências estão sendo tomadas”, assegurou o chefe do Executivo paulista.
DINÂMICA – Em Pernambuco, cerca de 1,2 mil pessoas serão selecionadas, a partir da próxima semana, para participar do estudo. A etapa local dos ensaios clínicos será conduzida pelo Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, a Fiocruz-PE, sob coordenação do pesquisador Ernesto Torres de Azevedo. O médico esclareceu que os voluntários, de 2 a 59 anos, serão convidados a participar do programa. “Uma vez selecionado todos serão acompanhados por um período de cinco anos”, explicou Ernesto. Após a conclusão dessa etapa, a vacina será submetida à aprovação da Anvisa.
Podem participar do estudo pessoas saudáveis, que já tiveram ou não dengue, e que se enquadrem em três faixas etárias: 2 a 6, 7 a 17 e 18 a 59 anos. Os voluntários serão selecionados por sorteio no Engenho do Meio, Zona Norte do Recife. Do total selecionado para o estudo, 2/3 receberão a vacina e 1/3 o placebo, substância com as mesmas características, mas sem o vírus.